Deveres prazerosos - cap 13

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Thaís

Eu e Murilo nos posicionamos propositalmente para a foto e deu super certo, mas não sei o que aconteceu e acabamos ficando ali mais tempo do que precisava. Eu caí na real e nós tínhamos combinado de sair dali. Puxei ele e saímos correndo dos fotógrafos que estavam loucos para fotografar nosso momento juntos. Corremos umas duas quadras, e, para ser sincera, eu estava meio perdida.

- Aonde estamos? - perguntei

- Eu também não sei. - ele falou rindo

- E agora, o que fazemos?

- Podemos comer.

- Comer? Você está com fome?

- Um pouco, e você?

- Para ser sincera sim.

- Tem um carrinho de cachorro quente ali na frente, quer ir lá?

- Vamos! Eu adoro cachorro quente. - falei

- Você não tem cara de quem gosta. - disse ele

- Então é só a cara mesmo. - falei

Nós fomos até o carrinho e compramos dois cachorros quentes.

- Isso tá muito bom. - disse Murilo

- Realmente, está uma delícia.

- E aí, já viu a nova remessa de capítulos?

- Vi e não gostei.

- Estou falando da que mandaram hoje. Eles resolveram mudar algumas coisas e mandaram de novo. - disse ele

- Verdade. Eu lembro de ter visto mas esqueci de abrir.

- Me diz algo que você não esquece. - disse ele

- De comer. - respondi

- É a única coisa.

Paramos e sentamos em um banco. Eu havia acabado de comer, então ele pegou nossos papéis e foi jogar na lixeira que havia ali perto.

- Precisamos ir embora. - falei

- Precisamos mesmo, mas já?

- Quer fazer mais alguma coisa? - perguntei

- Me diz alguma coisa que faz tempo que você não faz. - disse ele

- Tem muitas coisas. - falei pensando

- Tipo? - perguntou ele

Começou a chover, estávamos no meio de uma praça aberta, e não tinha para onde correr.

- Faz muito tempo que eu não tomo um banho de chuva. - falei rindo

- Você vai ficar doente. Temos que achar um lugar, vem. - disse ele me puxando pela mão

- Murilo, vamos curtir a chuvinha.

- Isso não é uma chuvinha, é uma tempestade. Vamos!

Começamos a correr pela rua mas eu parei porque estava de salto.

- Nós temos que achar um lugar seco, não para não.

- Não vou aguentar correr. Meus pés estão me matando.

Sem eu esperar, ele me pegou no colo e começou a andar tranquilamente pela rua.

- Você tá doido? Eu não sou tão leve assim.

- É levinha igual um papel, e não adianta reclamar, eu não vou te colocar no chão.

- Pode me colocar no chão, eu aguento andar. É só eu andar descalço.

- Dá pra parar de tentar me convencer? Olha só, tem uma conveniência ali na frente. Vamos descer lá e pedir um táxi.

- Você não precisa fazer isso.

- Sem discussão.

Chegamos na tal conveniência mas ela já estava fechada.

- Tá bom, agora me coloca no chão.

Ele revirou os olhos mas me colocou no chão.

- Você é muito chata, sabia?

- Sabia. - falei irônica

- Não está com frio? - perguntou ele

- Um pouco, nada demais.

- Toma meu terno. Não vai ajudar muito, mas já é alguma coisa.

Dessa vez eu aceitei sua ajuda, pois eu realmente estava com frio. Ele chamou o táxi e sentamos em um banco para esperar. Ele viu que eu estava tremendo e me abraçou para ver se ajudava mas não adiantou, ainda estava frio.
O táxi chegou e nós fomos para a firma que estava mais perto.

- Tem certeza que está bem? - perguntou Murilo

- Tenho sim. Pode ir descansar.

Meu celular apitou, era mensagem do número anônimo.

- É o número anônimo. - falei

- O que diz aí? - perguntou ele

- "São durante as suas saídas que eu planejo minha vingança, doce Thaís"

- Eu não vou te deixar sozinha. - disse  ele

- Pode ir. Qualquer coisa eu chamo você.

- E se você não conseguir me chamar?

- Não vai acontecer nada. Fica tranquilo. - falei

- Então eu já vou indo.

- Pode ir. Eu sei me cuidar.

- Boa noite. - ele disse me dando um beijo na bochecha

- Boa noite. Obrigada por hoje.

- Se cuida e seca o cabelo para dormir para não pegar resfriado.

- Pode deixar, mamãe. - falei rindo

Troquei de roupa e peguei meu celular para olhar as notícias. Como eu já esperava, a nossa foto no evento já estava circulando. Letícia criou um grupo no Whatsapp chamado "Eu avisei". Não entendi nada e fui ver do que se tratava. Só estava eu, ela e Daniela.

Eu avisei, não avisei? (Letícia)

Pior que avisou, mas eu sempre soube. (Daniela)

Do que vocês estão falando? (Thaís)

De você e do Murilo. De quem mais seria? (Dani)

Agora a madame vai se fazer de desentendida? (Letícia)

Ah, isso? É fake. Esqueci de avisar vocês, que cabeça a minha. (Thaís)

Olha a desculpinha. (Letícia)

Não é desculpa não. Boury nos propôs um marketing como um casal, mas é só isso. Só vocês e o Emílio sabem da verdade. Posso contar com a descrição de vocês? (Thaís)

É sério isso? (Dani)

Por que não nos contou antes? (Letícia)

Esqueci. Foi mal. (Thaís)

Eu só digo uma coisa, se não tivesse uma faísca acesa nesses corações, vocês não teriam aceito a proposta. (Dani)

Não viaja. (Thaís)

Larguei o celular e fui dormir, tentando não lembrar da mensagem anônima recebida mais cedo. Elas já estavam começando a incomodar.

Lying CoupleOnde histórias criam vida. Descubra agora