Lying Couple

Ops! - cap 37

Acordei e percebi que estava na cama de Murilo, eu estava só de sutiã e ele sem camisa, o que achei estranho, não fizemos nada ontem a noite, não que eu me lembre. Continuei deitada ali até que começaram a voltar as lembranças da noite passada, nós começamos a nos beijar e a coisa começou esquentar, mas Murilo achou melhor parar porque eu estava alterada, graças ao vinho, comecei a lembrar das palavras doces que ele tinha me dito, e da forma como ele me tratou ao perceber que eu não estava bem, me levou para o banho e me colocou na cama, deitando ao meu lado. Provavelmente adormeceu junto comigo.

Eu não queria sair daquela posição, mas um barulho fora do quarto me chamou atenção, parecia que a porta da sala estava sendo aberta. Como eu ainda estava de olhos fechados eu permaneci assim, ouvi outro barulho de alguém conversando e dessa vez Murilo acordou e alguém entrou no quarto.

- O que é isso, Murilo? - pela voz parecia uma senhora de meia idade

- Mamãe? O que está fazendo aqui? - perguntou ele enquanto eu ainda fingia estar dormindo

- Como o que estou fazendo aqui? Eu te avisei que eu e seu pai estávamos vindo e é assim que você me recebe? Com qualquer uma na cama?

Como assim "qualquer uma"? Quem ela pensa que é?

- Querida, não fale assim. - disse um homem, provavelmente era o pai de Murilo

- Eu falo do jeito que eu quiser, esse menino não toma jeito nunca, fica trazendo qualquer uma para dentro de casa, existe motel pra que?

- Mãe, a senhora não… - Ela o interrompeu - Sabe o que é pior, Murilo? Você me disse que estava gostando de uma garota, e como ela fica? Ela sabe que você fica trazendo essas raparigas para sua casa? Você não toma vergonha nessa sua cara mesmo

- Querida, por favor, deixe ele falar.

- Eu pensei que você tinha mudado, que finalmente ia aquietar e parar de ficar iludindo essas coitadas, mas pelo visto eu me enganei. - Ela disse e logo depois ouvi a porta bater, Murilo foi atrás dela e eu fiquei sozinha no quarto

Me sentei na cama ainda em choque com tudo o que tinha acabado de ouvir, como assim ele traz várias mulheres pra cá? Ela me chamou de uma qualquer, isso quer dizer que eu sou só mais uma na vida dele, tudo o que ele me disse era mentira, porque pelo jeito ele ilude todas
Não pude evitar que as lágrimas rolassem, eu mais uma vez fui enganada, mais uma vez eu me entreguei a alguém e quebrei a cara.
Vesti minhas roupas que estava jogadas pelo chão, calcei meus sapatos e tentei sair sem ser notada, estava me sentindo horrível e não queria ter que olhar para a cara deles e passar por mais uma humilhação.
Cheguei até a porta da sala, eles estavam ocupados demais discutindo na cozinha para notar a minha presença.

- Onde você pensa que vai? - perguntou a mulher atrás de mim

- Mãe, por favor... - ela o interrompeu novamente, eu ainda estava de costas para ela - escute aqui sua… não ouse voltar aqui, está entendendo? Meu filho não é para qualquer uma, vá caçar alguém que te ame, porque ele ama outra. - ela terminou e aquelas palavras me atingiram como um soco no estômago

Eu me virei ficando de frente para ela, o que fez ela ter uma reação de espanto que eu não entendi, mas prossegui.

- Pode ficar tranquila, que aqui eu não piso nunca mais. - Uma lágrima escorreu, e eu bati a porta atrás de mim, saindo do apartamento.

Eu saí correndo e Murilo começou a gritar por mim e vir atrás, mas eu fui mais rápida, não queria ouvir desculpas, estava cansada de ser enganada. Entrei no meu carro e dirigi o mais rápido que pude em direção a minha nova casa, que a propósito já estava toda decorada. Eu estava tão nervosa que sequer prestava atenção no trânsito, minhas mãos tremiam e parte de mim só queria entrar em um buraco e nunca mais sair, a outra parte queria voltar lá e acabar com aquela velha ridícula que acha que pode me chamar de qualquer uma.

Cheguei na casa e havia uma empregada arrumando o sofá, provavelmente que fora contratada pela minha a mlcessora, a qual eu pedi para que fizesse isso, eu entrei em casa e ela não parava de falar em como o dia estava lindo e quanto ela era feliz e grata pelo emprego.

Abri a porta do quarto e ela me impediu entrando na frente

- Que seu dia seja repleto de luz e coisas boas

que mulher irritante, minha vontade era mandar ela enfiar a luz no nariz

- Vá a merda.

Entrei e bati a porta do quarto, me jogando na minha nova cama e deixando todas as lágrimas que eu segurei durante o caminho rolarem. Por um momento me arrependi de ter tratado a empregada mal, eu nunca havia feito isso com ninguém antes, quem eu havia me tornado? Eu não sou assim, sempre fui do tipo que retribui as mensagens das pessoas com um sorriso, mas agora eu era só isso, a pobre Thaís, com um casamento fracassado e um homem o qual me iludiu e eu teria que vê-lo todos os dias por causa do trabalho.

Meu celular apitou e minha cabeça parecia que ia explodir com aquele barulho irritante

- Inferno! - exclamei ao pegar o celular torcendo para que não fosse Murilo.

Abri a mensagem e estranhei, era Sávio, era só o que me faltava, o que ele quer?

"Estou arrependido de tudo que fiz, precisamos conversar, te vejo hoje às 21h?"