Meu ponto de paz - cap 33

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Murilo

Completamente perdido nos meus pensamentos, eu fingia estar admirando o pôr do sol.

- No que está pensando? - perguntei

- No que viemos fazer aqui. - disse ela

- Ver o pôr do sol, passear, esquecer dos problemas... - falei tentando pensar em mais desculpas

- Esquecer dos problemas, isso me parece um pouco difícil. - disse ela soltando um longo suspiro e, logo em seguida fechando os olhos como se tentasse apagar algo da memória

- Por que? Tem algo acontecendo? - perguntei observando os traços de seu rosto, que pareciam preocupados

- Não, nada que deva se preocupar. - ela falou negando com a cabeça. Continuei observando seu rosto e podia notar uma preocupação ali, mas que logo desapareceu quando percebeu que eu ainda estava olhando pra ela

- Quer vir comigo? - perguntei

- Quero.

Estendi a mão pra ela e fizemos o caminho de volta até o carro. Dirigimos até o condomínio onde meus pais tinham um apartamento de frente para o mar, não demorou muito e já estava estacionando lá.

Abri a porta do carro e segurei em sua mão novamente. Perguntei se ela estava com frio

- Não. - disse ela

Se ela estava tremendo e não estava com frio, provavelmente estava nervosa, confesso que eu também, e com medo do que pode acontecer essa noite

- Se quiser podemos voltar para São Paulo.

- Eu sei.

- Eu não quero voltar.

- Nem eu.

Subimos até o décimo quarto andar, no apartamento que estava completamente escuro. Acendi a luz da sala e entramos.

- Que amizade é essa? - perguntei me lembrando de uma música que eu achava a nossa cara

- Oi? - perguntou ela sem entender, colocando sua bolsa em cima da mesa

Então mesmo desafinado, estique a mão pra ela e comecei a cantar o refrão, que é a única parte que eu sei de cor

- Que amizade é essa que tem beijo na boca, tem cobrança e tem ciúme, vê se cria vergonha e dessa vez assume que é amor, que é amor. Eu quero ver se tem coragem pra dizer bem alto.

- Ei, era essa a música que eu estava tentando lembrar mais cedo.

- Então estamos conectados.

- É a nossa música. - disse ela

- Venha comigo. - falei

Levei ela até a sacada e me deitei na rede que havia ali

- Deita aqui. - pedi, abrindo a rede para ela deitar, e depois me ajeitei ao lado dela

Em um momento único, nós observamos o mar em silêncio, as ondas que quebravam na areia da praia, o movimento das pessoas, o mundo a nossa frente
Envolvi meus braços nos dela, e um sentimento familiar pairou entre nós. Era bom de sentir, era bom estar ali, mesmo sem dizer nada.

Eu reparava em cada respiração de Thaís, nos relâmpagos que cortavam o céu, no balanço da rede, em cada pensamento meu.

- Tudo bem? - perguntei sentindo Thaís meio tensa.

- Tudo.

- Não faremos nada que você não quiser. - falei tentando tranquilizá-la

Ela balançou a cabeça, sabia que eu estava sendo sincero, e eu pude notar que ela sorriu, provavelmente mais tranquila.

- Do que está rindo? - perguntei

- De nós.

- O que tem nós?

- Eu posso ser totalmente sincera? - perguntou ela se virando pra mim

- Claro que sim.

- Eu gostei daquele beijo.

- Qual deles? - perguntei rindo, até porque não tivemos só um

Ela riu da minha pergunta, provavelmente se lembrando dos outros beijos.

- O último, antes do jantar de aniversário da minha tia, nós não estávamos fingindo, nos beijamos porque quisemos, eu quis, e ainda quero. Eu gosto de estar com você, sua companhia me faz bem, eu me sinto preenchida, como há muito tempo não sentia.

- Eu amo saber que você se sente assim, pois é assim que eu me sinto também, você consegue acalmar a minha vida de um jeito que ninguém nunca conseguiu, eu amo beijar sua boca, amo estar com você te proteger de todo o mal desse mundo, quero você sempre comigo.

Eu simplesmente não consigo evitar o que sinto por ela, ela chegou ainda mais perto de mim e nossos narizes se tocaram, as respirações ficaram pesadas. Thaís fechou os olhos e sorriu
Naquele instante o tempo parou, e a chuva começou a cair.

Tivemos que sair da sacada, ainda que um pouco molhados conseguimos escapar da chuva.

- Vou cozinhar algo pra gente comer. - falei abrindo os armários a procura de algo

- E você cozinha? - perguntou ela

- Cozinho quando tem o que cozinhar, não deixaram nada aqui.

- Então vamos ter que pedir comida.

- O que você quer comer? - perguntei

- Qualquer coisa.

- Pode ser massa?

- Pode, eu posso ir a algum mercado aqui perto e trazer um vinho.

- Nem pensar, você é muito fraca com bebida.

- Eu tomo só uma taça.

- Eu vou garantir que você tome só uma, mas você não vai precisar ir comprar. Tem um guardado aqui. - falei procurando pelos armários

- Então eu vou ligando e pedindo, tem sugestão de algum lugar?

- Na mesa de centro da sala tem uma lista.

Não muito tempo depois a comida já havia chegado e nós resolvemos comer na sala, sem formalidade. Thaís tomou o vinho que tanto queria, mas não deixei ela tomar muito, só uma taça. A gente conversava sobre assuntos diversos e aleatórios, como aqueles casais de filmes que tem um jantar romântico e depois se beija, a diferença é que não era um jantar romântico, e ainda não nos beijamos.

- Eu adorei esse vinho. - comentou ela pegando a garrafa para olhar

- Podemos levar embora, meus pais nunca vem pra cá mesmo.

- Tem certeza? Não me parece uma boa ideia.

- Nós já abrimos, não vai fazer diferença nenhuma se ficar aqui.

- Ah, sendo assim sim! - ela falou rindo e eu também ri

Como eu amo vê-la sorrir, sempre faço de um tudo para que ela esteja sorrindo. Comecei a contar umas piadas e umas histórias engraçadas da minha infância e a conversa seguiu assim por uns 15 minutos.

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oi, meu amores. então, vim aqui pedir desculpa por não ter postado ontem mas é porque nós duas fomos "tombadas" com uma notícia que nos abalou. creio eu que vai ficar tudo bem, e nós vamos conseguir seguir com essa fic, por vocês. nos desculpem novamente, e já está aí o cap de hoje.

só mais um recadinho, o próximo capítulo é hot, tudo bem pra vcs né?

beijinhos e não esqueçam da estrela. ❤️

Lying CoupleOnde histórias criam vida. Descubra agora