They found her? - cap 66

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             Todo mundo morreu,
                                         
                            The End.

                (não disse quem)
       KKKKKK boa leitura pra vcs!




Murilo

Na tentativa de abrir os olhos falhei miseravelmente três vezes, quando senti minha cabeça pesar e pensei em desistir, mas fui impedido por um grito estridente, a voz não era estranha, mas minha cabeça girava demais para decifrar qualquer coisa no momento.
Não sei quanto tempo fiquei ali, mas senti o pesar do meu corpo aliviar, então tentei pela milésima vez abrir os olhos.
Olhei ao redor tentando colocar as ideias no lugar, foi então que eu entendi a cena logo a frente, pessoas correndo para todo lugar tentando ajudar quem ainda estava vivo.
Foi aí que me lembrei de Thaís e Aurora, não as via por perto, na verdade eu estava meio afastado da muvuca, me levantei com dificuldade e me aproximei do movimento. Olhava em volta e via vários corpos dentro de sacolas, meu desespero começou a aumentar, havia uma van com algumas pessoas dentro além dos paramédicos, pareciam sobreviventes.

Ouvi um barulho que parecia um choro, mas era bem baixinho. Comecei a olhar em volta para ver se encontrava, podia ser alguém precisando de ajuda. Olhei em volta e nada, mas quanto mais eu andava mais forte parecia que ficava. O choro se intensificou e eu reconheci, era Aurora, mas eu não conseguia achar.

- Aurora? - chamei

Não houve resposta, mas não desisti.

- Aurora? É o papai, cadê você?

- Papai? - a voz dela ecoou quase sem força, bem fraquinha

- Aguenta firme, onde você está?

- A árvore, papai, está me machucando. - falou em tom de choro

Olhei em volta pela milésima vez e vi uma árvore tombada, embaixo dela consegui ver um pézinho com a bota rosa brilhosa que Thaís comprou pra ela na última vez em que fomos ao shopping.

- Calma, que vou te ajudar.

Corri até lá já gritando por ajuda, cinco paramédicos vieram correndo ao me ouvirem, três se posicionaram para me ajudar a levantar a árvore e dois se prepararam para tirar ela de lá.

- Tem um helicóptero que acabou de pousar, vamos levá-la pra lá se quisermos que ela sobreviva.

- O senhor é pai dela? - perguntou outro paramédico

- Sim, sou eu.

- Ok, vamos fazer o possível para salvá-la, todos prontos? - perguntou

Afirmamos com a cabeça.

- No três. - disse um deles

Começamos a contagem e levantamos a árvore, os outros dois com muito cuidado tiraram ela de lá e a levaram para o helicóptero.

- Vamos levá-la para o hospital mais próximo, e você precisa vir junto.

- Por favor... - tentei mas o paramédico me interrompeu - Senhor, por favor, tente se acalmar.  - ele pediu

- Eu preciso saber se minha mulher está viva.

- Tivemos poucos sobreviventes, como era sua mulher?

- Minha mulher está grávida.

- Não posso te afirmar com certeza, mas pela fatalidade da queda, se ela sobreviveu, o bebê com certeza não. Me perdoe as palavras duras, mas preciso ser realista.

- Não há nenhuma grávida entre os sobreviventes que ainda estão aqui. - disse outro paramédico

- Não, deve haver algum engano.

- Senhor, não podemos demorar mais, a vida da sua filha está em risco.

- Não posso ir e deixar minha mulher pra trás, não há algum jeito de eu ir depois? Não vão mandar mais helicópteros?

- Ela perdeu muito sangue, se for o caso de ela precisar de um doador e você não estiver, pode ser que não tenha outros, vai correr o risco?

- Nós não vamos sair daqui tão cedo, prometo que vamos procurar sua mulher, tem mais alguma informação que pode ajudar a identifica-la?

- Cabelo castanho claro, branca, olhos verdes, estava com um vestido azul e casaco preto.

- Deixe conosco, qualquer informação ligamos para o hospital e pedimos para te avisar, agora vá com a sua filha.

Ainda meio hesitante, aceitei e entrei no helicóptero,  eu nunca me confirmaria se algo acontecesse com Thaís porque a deixei pra trás, mas também não podia deixar Aurora sozinha, tudo que me resta é torcer para ela estar viva e acharem ela.

Uma médica se aproximou com uma tabela na mão e me pediu todas as informações possíveis sobre mim e Aurora. Quando ela saiu, eu peguei na mão de Aurora que estava desacordada na maca, nunca fui religioso mas sempre acreditei em Deus apesar de não frequentar a igreja. Comecei a pedir para que Ele guardasse a vida dela, de Thaís e do bebê, não posso perder tudo que eu tenho, é a mesma coisa que me perder, e dói só de pensar.

Chegamos no hospital e quando eu fui descer do helicóptero, minhas pernas fraquejaram e eu caí, tentei levantar mas não tinha força nenhuma. Levaram Aurora lá para dentro e outros vieram me socorrer, me colocaram em uma maca e eu comecei a suar frio, não conseguia entender o que estava acontecendo. Uma mulher que devia ser enfermeira se aproximou e colocou algo no meu nariz, minha visão escureceu e eu apaguei.

Acordei completamente perdido, e aos poucos a noção foi voltando, até eu lembrar completamente do que havia acontecido. Um homem que não era estranho apareceu e eu fiz força para me sentar na cama.

- Vocês encontraram a Thaís? Onde ela está? E Aurora? Preciso saber da minha filha.

- Se acalme, por favor. Eu sou o Doutor Miguel, você precisa estar com a mente fresca pois vou fazer algumas perguntas.

- Que tipo de pergunta?

- Pode entrar. - disse ele

Com a claridade da porta se abrindo eu não reconheci quem estava entrando.

- A conhece? - perguntou o Doutor

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