Pitada de Adrenalina - cap 17

1.5K 92 23
                                    

Murilo

Nadja me mandou dar um passo a frente e eu assustei, pois geralmente quando ela chama desse jeito, é que vai ser eliminado.

- Apesar de você ter brincado muito, estar totalmente desfocado e ter transformado a tenda em uma baderna, você fez tudo com amor, você estava envolvido com o amor, e esse amor todo refletiu no seu trabalho, e fez com que ficasse incrível. Você é o mestre confeiteiro dessa prova. Parabéns. Pode voltar para a sua bancada. - disse Nadja

Eu fiquei pasmo. Carla me entregou o avental azul, mas o mérito não era só meu. Corri e abracei minha companheira que me ajudou a conseguir esse avental. Eu posso não ganhar a final, mas só pelo fato de eu ter ganhado o avental azul uma vez e ainda com a ajuda da Thaís, era o suficiente.

- Foi tudo graças a você. - falei abraçando ela

- Não senhor, eu só ajudei. Você fez o mais difícil e merece o reconhecimento.

Infelizmente quatro participantes deixaram a tenda, mas ninguém ficou triste, até porque todo mundo estava levando na brincadeira. Após o programa acabar, eu acabei voltando para casa.

Acordei cedo porque tinha planos para hoje, mas precisava passar na firma primeiro, então não enrolei muito em casa. Peguei tudo o que eu precisava levar para meu trailer e saí. Passei na frente do trailer da Thaís e bati na porta pra ela acordar, ela com certeza vai me matar depois, mas vai valer a pena. Abri meu trailer, joguei as coisas lá dentro e fechei novamente.
Thaís estava parada na porta do seu trailer com os braços cruzados e com uma cara de brava que, dessa vez, eu fiquei com medo.

- Alguém aqui acordou de mau humor. - falei ao me aproximar

- Você me acordou em pleno sábado de manhã.

- Quem disse que fui eu que bati na sua porta?

- Não foi você? Então como você sabe que alguém bateu na minha porta?

- Eu deduzi.

- Conta outra, mas o que você quer?

- Vai se arrumar. Nós vamos sair.

- Ah, você acha que está fácil assim?

- Para de ser chata. Você vai gostar.

- Eu não posso, já tenho compromisso.

- O compromisso pode esperar. Eu sou mais importante.

- Você não vai parar de insistir né?

- Não mesmo.

- Aonde vamos?

- É surpresa.

- Como eu vou saber que roupa colocar?

- Eu recomendo uma calça.

- Nós vamos para o meio do mato?

- Não. Pare de fazer perguntas e vai se arrumar logo.

Esperei quase uma hora para a madame se arrumar, mas valeu a pena.

- Pronta, Barbie girl?

- Por que Barbie girl?

- "Anda Barbie, vamos Barbie. Já vou. Deixar eu me arrumar." - cantei o trecho da música

- Meu Deus, como você é chato. Não vou mais.

- Eu não esperei uma hora pra você não ir.

Thaís fechou o trailer e nós entramos no carro. Foi só entrar no carro que ela dormiu. Aproveitei para fazer um storie: "Quem é que dorme quando entra no carro? É muito um bebê mesmo."
Em menos de vinte minutos nós chegamos no destino. Cutuquei ela, porém ela não acordou, então resolvi brincar um pouquinho. Apertei a buzina com força e ela levantou em um pulo.

- Você ficou maluco?

- Você não acordava de jeito nenhum.

- Não precisava disso. - ela falou passando a mão no olho, parecia estar chorando.

- Você não está...?

- Não, Murilo, que saco. - disse ela

- Você está sim.

- Eu não estou.

- Você está chorando. Que bonitinha. Ficou toda estressadinha. - falei

Ela começou a me estapear, deve estar de TPM.

- Ai, pai, para. - falei descendo do carro

- Eu te odeio. - ela falou descendo também

- Não é a primeira vez que eu ouço isso de você.

- Nem vai ser a última. - disse ela

- Thaís, tem chocolate no banco de trás, quer?

- É branco ou preto? - perguntou

- Tem os dois. - falei

- Quero os dois. - ela disse dando um sorriso irônico.

Entreguei e ela acalmou, parou de chorar e de me bater, até deu um sorriso, deve ser tpm mesmo. Bom que o chocolate fez ela parar de prestar atenção no caminho que estávamos fazendo a pé, pois seria mais fácil pegar ela de surpresa ao chegar lá, mas não durou muito tempo, logo ela percebeu.

- O que estamos fazendo aqui?

- Acho que precisamos de adrenalina. - falei

- Murilo, eu não vou pular de paraquedas.

- Ah, você vai sim, e eu vou junto.

- Não tem argumentos que me convençam. Pode desistir. - disse ela

- Você sabe que eu não desisto. - falei

- Nisso nem adianta você insistir.

- Você não confia em mim? - perguntei

- Confio, mas não confio em esportes radicais.

Meu instrutor de salto nos viu ali e veio falar com a gente. Ele explicou como as coisas funcionavam para Thaís e eles acabaram fazendo um trato: Se até o fim das instruções que ele iria passar, ela ainda não estivesse segura, nós não íamos mais tentar convencê-la a pular, e ela aceitou.




Lying CoupleOnde histórias criam vida. Descubra agora