A survivor - cap 44

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Murilo

Acordei com o meu celular tocando, procurei meu óculos na escrivaninha e, ao colocar, notei que era a Polícia.

- Alô?

- Senhor Murilo? É sobre a amostra de sangue que colhemos ontem no galpão.

Levantei num pulo quando me lembrei do que estava acontecendo.

- E então, de quem era?

- Da Senhorita Thaís, você estava certo, daremos continuidade as investigações.

Ele me explicou como seriam os próximos passos da investigação. Levantei da cama e todas estavam na sala tomando café, Silvia parecia bem desanimada e minha mãe tentava consolar, avisei à elas que a polícia daria continuidade à investigação e ela se animou um pouco mais, mas não estava fácil, o clima era de preocupação e eu já não sabia mais onde procurar, sentia que não estava fazendo o suficiente.

- Se ele machucar ela, eu juro que eu mesmo me encarrego de acabar com a vida dele. - falei

- Você não vai fazer nada de cabeça quente. - disse minha mãe

Eu já estava ficando cansado, agoniado e todos os outro adjetivos de preocupação possíveis, a cada hora que passava sem ter notícia dela me deixava mais aflito.

- A senhora acha que ela vai voltar? - perguntei

- Vai, eu sei que vai.

- Queria ser otimista que nem você, já estou começando a perder as esperanças.

- Pode até demorar um pouco, mas vamos encontrá-la.

Já era quase hora do almoço e eu reparei que ninguém tinha percebido ainda, ou pelo menos ninguém tinha comentado.

- Eu vou buscar alguma coisa pra gente almoçar. - falei levantando

- Não precisa, eu me encarrego do almoço. - minha mãe falou indo para a cozinha

- Eu te ajudo. - disse Sílvia

- Eu não quero que vocês se preocupem com essas coisas. - falei

- É uma distração pra nossa cabeça. - disse Silvia

- Verdade, preciso fazer alguma coisa, já que não posso ajudar em relação à Thaís.

Elas foram para a cozinha, e lá se foi minha tentativa de tentar sair um pouco de casa. Peguei meu notebook e comecei a ver o que as pessoas estavam comentando à respeito, e vi que todo mundo estava mandando energias positivas, outros orando, outros torcendo para ela estar bem, e eu só conseguia sentir o mesmo que eles, a única coisa que eu quero é que ela esteja bem, não aguento mais esse aperto no peito. Nunca me senti tão inútil como agora.

Meu telefone tocou me tirando do transe e eu atendi sem nem olhar quem era.

- Alô. - falei desanimado

- Temos novidades sobre o caso da Thaís.

Levantei em um pulo ao ouvir o nome dela.

- O quê? Quais são? Ela está bem?

Notei que todos na sala olharam para mim ao perceberem do que se tratava o assunto

- Calma, não sabemos dela ainda, mas um dos nossos policiais voltou ao local aonde encontramos o sangue e achou um papel com um endereço, nós investigamos o lugar e ele é um pouco afastado, mas iremos até lá.

- Então eu vou com vocês. - falei, e notei que Lana saiu de fininho pela porta, sem ser notada, mas ignorei.

- Em vinte minutos a nossa viatura estará na frente de sua casa para vocês nos seguirem.

- Pode deixar, obrigado e até logo.

Desliguei e comecei a contar à eles tudo o que o policial havia me dito, liguei para Emílio e Letícia e em menos de dez minutos eles apareceram aqui para irmos juntos até o local.

A viatura estacionou em frente à minha casa e Rebeca resolveu ir com nós três no nosso carro.
Após conseguirmos sair do trânsito terrível de São Paulo, nós andamos por volta de 30 minutos em uma estrada que era familiar, era a mesma que dava até o galpão. Passamos por ele e andamos cerca de 10 minutos até chegarmos em uma casa, é uma casa antiga e havia um homem sentado na varanda.

Thaís

As minhas náuseas estavam cada vez mais frequentes, eu estava me sentindo cada vez mais fraca, sabia que precisava comer, mas não sentia fome, no máximo dava uma bicada no copo de água para molhar a garganta, mas nada demais.

- Como ela está? - perguntou Sávio ao outro capaganda que eu não sabia o nome, ao entrar no quarto.

- Não quis comer, está cada vez mais fraca.

- Chefe, ela está mal. Não acha melhor levá-la ao médico? - perguntou Sandro

- Não, seria muito arriscado, podem nos descobrir.

- Será que você pode parar de pensar só em você? Eu realmente estou mal. - falei e senti minha visão escurecer, e o que me restava de força sumir.

Senti meu corpo pesar e não vi mais nada.

Horas depois

- Ela está viva. - disse alguém ao pegar no meu pulso

- Ainda acho melhor levá-la ao médico.

Fiz esforço e consegui abrir os olhos, os três estavam em volta de mim. Sentei na cama tentando entender o que havia acontecido

- O que aconteceu? - perguntei

- Você desmaiou. Pensei que fosse só drama seu, mas estou vendo que você está mal.

- Drama meu? Eu não perderia meu tempo com isso.

- Ela precisa ser medicada. - disse Sandro

- Cala a boca, eu sei o que devo fazer.

- Do jeito que ela está, não vai aguentar muito. - disse Sandro

- Eu sou forte de ter aguentado até aqui. - Minhas palavras saíram fracas como um sussuro, mas o suficiente para eles entenderem. Me senti enjoada e coloquei a cabeça no travesseiro, mas senti minha visão escurecer novamente, aquela mesma sensação do corpo pesado voltou e eu apaguei.

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