Façam suas apostas - Cap 70

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Thaís

- Sabe, eu também não faço ideia de onde estamos.

- Nós não demos notícias, precisamos avisar o povo que estamos aqui. - Murilo falou

- A questão é saber onde nós estamos. - falei

- Depois a gente liga de um telefone do hospital, agora quero ver nosso filho.

- Será que é por aqui? - perguntei

- Sim, já estive aqui antes, inclusive estava procurando por você.

- Ah que bonitinho, agora vamos que nem eu vi o bebê ainda.

- Não te mostraram quando nasceu?

- Não, eu estava completamente sedada, a beira da morte, não iam me acordar e falar "olha que lindo seu bebê, agora volte a dormir se quiser conhecê-lo ainda nessa vida.

- Credo, Thaís.

- Mas é a verdade!

- Tem alguma ideia de nome?

- Não, quero ver o rostinho dele primeiro.

- Então pensamos igual.

Andamos mais um pouco e achamos a UTI neonatal, nos preparamos com roupas especiais e entramos. Olhamos todos os bebês, mas todos estavam com nome, aparentemente.

- Aqui! - Murilo gritou ao ver um bebê no canto do quarto

- Como sabe que é ele?

- Está escrito nossos nomes na ficha, e o nome dele não está.

Me aproximei e vi um toquinho de gente dormindo, infelizmente precisava de aparelhos para respirar, seu pulmãozinho não estava totalmente formado, me preocupo em quando vamos poder sair daqui.
Peguei na mão de Murilo e ele me olhou, seus olhos estavam cheios de lágrimas.

- Ele é lindo. - falou emocionado

- Não esperaria diferente, é nosso filho. - respondi

- E é a sua cara, o nariz é igualzinho, o formato da boca também.

- O resto é tudo seu.

- Falta saber a cor dos olhos.

- Acho que são castanhos, mas ficaria muito feliz se fossem verdes.

- Ah, Thaís, o menino tem que herdar pelo menos alguma coisa de mim.

- Pode herdar certas partes do corpo, já tá bom.

- Não creio, como você é safada.

- Você que tem a mente poluída, eu não falei qual parte.

- Ah, é? Estava falando de qual parte então?

- Seus braços, são grandes e fortes. - fiz cara de deboche

- Claro, e nós já nascemos com o braço forte, né? Não é treino que deixa ele assim!?

- Cala a boca, temos um filho e um nome para escolher.

Ele olhou para o bebê como se guardasse cada traço pra ele, depois olhou para mim, e voltou a olhar para ele.

- Tenho vários nomes em mente, mas acho que nenhum combina com ele.

- Estamos na mesma situação, nenhum dos nomes que eu acho bonito combina.

- Ele ficará muito tempo aqui, temos tempo pra escolher.

- Mas até lá não podemos chamá-lo de "bebê". - falei fazendo aspas com as mãos

- Acredito que logo encontraremos o nome perfeito.

- Espero.

Ficamos um bom tempo ali com nosso filho, ansiosos para que ele acordasse, mas o bichinho dormia que nem pedra, nem se mexia.

- Sabe, em uma coisa ele se parece muito com você, além da aparência?

- O quê?

- O sono, porque só puxando você para dormir tanto desse jeito.

- Era pra ter graça?

- Meu Deus, hoje você está em um bom humor que contagia.

Fiz uma careta pra ele, mas ele nem reparou porque pegou o celular que havia acabado de apitar. Voltei a olhar para o baby e ele se mexeu, provavelmente acordando.

- Murilo. - chamei

- Se for pra me dar patada nem precisa me chamar.

- Não é isso, olha aqui.

- Vai fazer outra careta? Ou você acha que eu não vi que você fez uma alguns segundos atrás.

- Para de ser chato, veja, ele está acordando.

Ele jogou o celular no bolso da calça novamente e olhou para o bebê.

- Está mesmo. - falou com um sorriso enorme

- Aposto um sorvete que ele tem os meus olhos.

- Apostado, se você perder, você me paga um sorvete. - falou com um sorriso maléfico

- Vou ganhar um sorvete hoje. - respondi

- Não vai não, meu gene é forte. - falou cruzando os braços

- Isso é o que vamos ver. - rebati

Ele abriu os olhinhos bem devagar e quando terminou de abrir, soube que ganharia um sorvete ainda hoje.

- Vou querer de chocolate. - avisei

- Estão verdes agora, mas depois escurecem, certeza, todo bebê é assim.

- Os que escurecem são os cinzas e quase azuis, esse aqui é bem verde, sai pra lá. 

- Tem razão, são mesmo. Af, perdi a oportunidade de ganhar um sorvete.

- Pode deixar que eu pago então, só pra você não ficar triste, já que ele parece mais comigo que com você.

- Um prêmio de consolação, tudo que eu precisava. Tá vendo como sua mãe é, né? - falou brincando com a mãozinha do baby

- Tá bom, já que você não quer, não vou pagar nada. - Me virei para o bebê também. - O papai não está merecendo ganhar sorvete, só eu.

- Espera aí, eu não disse que não quero - falou olhando para mim, mas voltou a olhar para ele - A mamãe é muito má, espero que não puxe ela nisso também.

Estava pronta para responder quando uma  enfermeira entrou no quarto acompanhada do Doutor que estava cuidando do caso de Aurora.

- Finalmente encontramos vocês. - falou ao entrar

- Aconteceu algo, doutor? - perguntei

- Trago notícias da menina Aurora.

Lying CoupleOnde histórias criam vida. Descubra agora