CAPÍTULO 10

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Pov Camila

Três dias passaram e nem sinal de Lauren, estava começado a pensar que ela nunca viria para mim e manter-me aqui trancada nesse paraíso tropical era sua vingança a Shawn, porque segundo ela, matou sua irmã, coisa que eu duvidava até hoje. 

Passava meus dias trancada no quarto, apesar de Marta dizer e insistir que eu desse um passeio pela casa e praia alegando que eu não era uma prisoneira — ah, tá — estava até acostumando-me com a rotina: acordar, comer e dormir. 

Marta trazia minhas refeições e tentava conversar comigo, mas eu não dava confiança, como poderia? Apesar de não estar a sofrer maus trato, não deixava de estar a ser mantida em cativeiro. 

Estava cada vez mais perdendo as esperanças de um resgate. Shawn estava demorando muito, quando eu encontrasse com aquele idiota outra vez, iria o dar uma surrar das grandes por ter-me metido nessa encruzilhada. 

Sai do banheiro, depois de uma chuveirada refrescante de toalha e caminhei ao quarto como sempre fazia para ir ao closet escolher alguma peça. Muito longe, abri a porta e entrei no quanto quando algo fora do lugar chamou minha atenção. 

Parei. Curvei. Petrifiquei. Lauren Jauregui estava sentada na poltrona do quarto com um copo de whiskey em pleno dia feito uma mafiosa bandida que ela era, apesar de sua vestimenta ser de uma um rica empresária. Vestia um fato cinza, cortado a medida, com uma gravata vermelha e camisa social branca. Um autêntico lobo disfarçado de civilidade, humanismo e estilo. 

- Olá princesa, sentiu saudades? – E desenhou um sorriso maléfico. 

Meu corpo enrijeceu. 

- Lauren - murmurei. 

- Ao vivo e a cores. Porquê, esperava por outra pessoa? 

- O que faz aqui? 

Ela gargalhou - pelo que lembro, essa ainda continua ser minha casa. 

Verdade. Doce ilusão minha achar que estava livre dessa louca. 

- O que você quer? 

- Ah, vejo que seu espírito ainda continua em alta. Bom, será mais doce assim quebrá-lo. Odiaria brincar com uma boneca quebrada. Agora quanto a o que eu quero, vista isso. 

E atirou um babydoll de renda vermelho escarlate transparente com laço no meio. Engasguei ao pegar a peça e minha mente entrou em choque a o que uma peça tao íntima dessas poderia desencadear. 

- Vista. – Ordenou. 

- Lauren eu... 

- Eu disse vista. E não me faça repetir de novo Camila. 

O brilho lunático nos seus olhos fez-me engolir saliva e pegar a peça, virei e não dei nem dois passos ao quarto de banho quando sua voz envenenou meus ouvidos. 

- Ah, ah, ah. Eu não disse para sair. Eu disse vista, Camila. 

- Mas como vou trocar de roupa aqui? – Quase roguei não querendo pensar no que estava prestes a acontecer. 

- Na minha frente. 

- Lauren... - apelei desesperada. 

Lauren tirou uma maldita arma de algum lugar do seu casaco cinza e comprimiu seus lábios numa linha perigosa. Sobressaltei. Claro que já tinha visto armas, pois meu irmão era da ICCF, mas uma assim tao perto com poder de acabar com minha vida num triz, e finalmente pagar a dívida de sangue dele, não. 

Isso pôs-me em movimento automático, mesmo que meu cérebro estivesse gritando não. Descobri uma coisa muito importante naquele momento: eu queria viver. Tremendo deixei cair a toalha no chão e fiquei completamente nua em sua frente. Fechei os olhos engolindo as lágrimas que teimavam turvar minha visão. Não, eu não iria quebrar.
Recusava-me a quebrar. 

- Isso, Camila, agora tire suas mãos dos seus seios, eu quero vê-los. 

- Lauren, por favor, não faça isso. – Solucei sem coragem de olhar para ela. 

- Ah, ah, ah, princesa. Não banque a modesta agora. Além de que não há nada que eu não tenha visto já, então porquê todo o teatro? 

Ouvir ela falar assim, da nossa noite mágica foi demais. A pouca dignidade que eu tinha estalou-se toda no chão. Grossas lágrimas começaram a escorrer, e eu fiz o máximo possível para engolir os soluços. 

- Lauren. – Estremeci tentando segurar meus soluços. 

- Camila, você não vai querer deixar-me nervosa, vai? 

Abanei a cabeça sem força de responder ao ouvir sua voz dura e o estalar dos seus dedos. Lentamente tirei minhas mãos dos seios, meus últimos escudos a indecência e perversidade dessa mulher. 

- Boa garota, agora olhe pra mim. 

- Lauren, por favor. 

Eu não iria aguentar. Ouvi o clicar inconfundível da arma fez-me prontamente olhar ao sádico, mesmo com a visão turva vi o prazer doentio que ela estava tendo dessa situação toda. Nunca me senti tão suja como aquele momento. O que eu fiz para merecer algo desse género? 

- Linda... agora ponha o vestido... isso, boa garota. Dê um giro... esplêndido. 

Fiz tudo que ela mandou automaticamente, sem resistir. Estava fraca demais pra isso. Subitamente ela levantou, dei um passo para trás morrendo de medo do que a lunática poderia pedir mais de mim agora. Não bastava a humilhação? 

Mas em vez de vir a mim, ela girou os calcanhares e foi a porta. Parou e disse sobre ombro. – Esteja pronta pra essa noite Camila. 

E foi embora deixando-me no abismo da devastação. Agora não era lágrimas grossas que esborregavam pela minha bochecha, o negócio ficou feio. Cai no chão, desolada e na posição fetal entreguei-me a dor de ser usada e humilhada. E o pior era que eu sabia que isso tinha sido refresco com o que vinha a seguir.

NOTAS FINAIS
CAPÍTULO PEQUENO HJ MAIS SE VOCÊS COMENTAREM BASTANTE EU POSSO VOLTAR AINDA HJ.
Bjsssss

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