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              Amo a neve branca exalando seu brilho puro e branco no chão.

             Sempre comemorei natal, sempre gostei de enfeites pendurados nas paredes e prendas aos pés da árvore natalinas. Mais que eu, Alice sempre amou essa época do ano. É fácil se lembrar das nossas ceias e de natal! Minha falecida ex-amada foi responsável por fazer desta época do ano a melhor de todas. Sinto falta da Alice, hoje não mais pelo romance e sim pela companhia. Hoje eu tenho certeza de que ela estaria feliz por mim. Estaria satisfeita de hoje eu estar bem. Ter encontrado um novo amor. Recomecei minha vida e não dessa atitude, pois esta nova Alice é mulher que eu amo, por mais doentio que seja é com ela que pretendo ter filhos, é ela a garota que quero dar meu sobrenome e dividir o restante da minha vida.

              Nesse momento estou a admirando preparar nossa refeição de natal. Sim, poderia me locomover até a cozinha e ajudá-la, no entanto, estou hipnotizado por ela, a única coisa que consigo fazer é piscar e continuar a observá-la.

              — Que você acha de parar de me observar e vir aqui me ajudar? — pergunta ela em um hostil, mas com um leve sorriso em sua face.

             — Não, obrigado. Você está se saindo muito bem, não quero estragar isso. — respondo da mesma forma.

             — É sério, James! Tan e Samsung irão chegar logo! Esse é o nosso primeiro natal que irei lembrar. Quero que tudo seja perfeito.

            Levanto-me da cadeira que eu estava vou em direção a cozinha a abraço Alice por trás com força beijando seu pescoço.

            — Amor, tudo já está perfeito! Decoramos a árvore de Natal, compramos presentes, você escreveu o seu discurso de gratidão e a comida vai ser deliciosa. Não tem porque se preocupar.

            Ela abre um sorriso e se vira de frente pra mim.

            — Você sente saudades da antiga eu?

            Fico perpetuamente pálido.

            — Não.

            — Você gostaria de me contar alguma coisa?

            — O que eu deveria contar? - pergunto com medo.

            — Sempre quando eu pergunto do meu passado, você fica assim, nervoso.

            Dou lhe um beijo para tentar ne esquivar da conversa.

            — Vamos nos casar daqui a uma semana! James, tenho a maior certeza do mundo que quero me casar com você, mas será que posso lidar com fato de que toda a vez quando olho dentro dos seus olhos, vejo que que você vê um fantasma? Não estou dizendo que você não me ama, porque isso eu vejo em você. Então me diga! Você tem certeza que quer casar comigo?

           — Alice escuta, eu nunca quis nada mais no mundo! Eu era sim apaixonado pela antiga Alice e amava ela, era como se fosse mais importante que eu mesmo, mas ela morreu e por muito sofri por isso, então você surgiu! Eu te amo! Amo você! Sim quero passar o resto da droga da minha vida ao seu lado. - digo em um tom alto e afastando ela de perto de mim e logo acrescento - Você foi minha salvação, eu lhe tirei daquele da carro, mas foi você quem me salvou!

             Por fim lhe dou outro beijo.

+++

             A mesa está linda e a decoração ainda melhor. Ela é realmente surpreendente. O cheiro da comida chega a destrancar os cadeados da fome e criar um grande apetite. Há três lugares a mais na mesa, com certeza a Dra. Glória virá com a Samsung e seu acompanhante, mas este último prato me intriga, creio que Alice errou na contagem.

            Enfim a campainha toca. Abro a porta e Samsung e Tan entram. Dou um beijo em minha irmã e um abraço em Tan. Vejo que Samsung está com um presente, então ela me entrega. Agradeço e abro, é um lindo carrossel. Mas como ela adivinhou que eu gostava de carrosséis? Enfim... Os dois se sentaram-se na mesa junto comigo. Alice colocou por fim o peru na mesa e fica de pé ao meu lado.

              — Bom... São quase meia noite. Creio que a Dra. Glória não virá, Samsung.

              — Eu não chamei a Lynna. - respondeu ela.

              — Nem olhe para mim! Sou novo na cidade! A única pessoa que conheço aqui são vocês e claro, a Samsung. - diz Tan apertando a mão da minha irmã e trocando sorrisos com ela.

             — São meus convidados. - diz Alice.

             — Quem são? - pergunto.

            De repente a campainha toca e Alice diz:

            — Você vai saber agora.

            Ela sai do meu lado e vai abri a porta. Sem menos eu esperar, eis que a cobra dá o seu bote. Noah, Jeff e minha mãe estão parados na minha porta e se assentam em minha mesa. Não tenho reação.

             Alice senta ao meu lado e acende a vela.

             — Talvez este seja o primeiro natal que me lembrarei. Fiz tudo isto para que eu tenha boas lembranças deste dia. Não importa os atritos que existem entre cada um de vocês, mas pelo menos hoje espero que possamos ter um jantar especial e que chegue a um belo desfecho, caso isso ocorrer terei outra coisa para agradecer.

+++

             Após Alice se livrar das louças sujas veio ficar com o restante de nós. O clima estava estranho e tenso.

             — Vou buscar mais vinho. - diz ela levando-se do meu lado e indo até a cozinha.

             O clima continua intenso e estranho.

             — Até quando pretende continuar enganando ela? - Noah pergunta para mim.

             Não tenho resposta. De qualquer forma ele está certo, o que eu faço com Alice é realmente doentio, porém eu a amo e não suportaria que nada a machucasse. Imagine se aquele maldito homem suspeita-se de que ela está viva? O medo chaga até minha espinha e congela, somente em cogitar a ideia.

              — Creio que um dia ela vai saber a verdade. E aí? O que vai dizer? - ele continua a atiçar o fogo.

             — Eu... - ele me corta antes que eu pudesse prosseguir.

            — Tenho certeza que isso é um crime. Não acha, Dr. Torres?

            — Com toda certeza Sr. Frey, assim como desvio de dinheiro também é. - Tan consegue acabar com Noah somente com o essencial de palavras.

            — O que está querendo insinuar, Dr. Torres?

            — Nada, Sra. Frey... Quer dizer Sra. Taylor.

+++

            Finalmente esse noite agradável de natal acaba quando as três pragas do Apocalipse se vão. Alice volta com uma garrafa de vinho e biscoitos caseiros de gengibre, em seguida vai até o quarto trocar o vestido vermelho, por algo mais confortável, assim gerando mais tempo para que Tan, Samsung e eu possamos conversar sobre o diário da verdadeira Alice.

            — Temos que fazer alguma coisa! Essa mulher está saindo do limite. Se ela falar alguma coisa, minha carreira na medicina já era.

           — Já sabemos que Jeff e ela assassinaram um juiz e provavelmente a Alice também. — esclarece Tan.

           — Eu tenho um plano, mas vocês precisam confiar em mim.

ALICE E EUOnde histórias criam vida. Descubra agora