ALICE E EU

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             "Alice"

Ansiedade. Nervosismo. Medo.

             São sentimentos que mostram que somos realmente humanos. Temos a necessidade de sentir tudo isso para realmente saber até a onde se estende a nossa sanidade mental. Estudos apontam que realmente é impossível prevenir a reação humana quando existe algo o assustando ou expondo-o ao perigo. Alguns têm ataques de risos, outros gritam ou choram, porém o mais interessante é quando essa reação paralisa seu corpo de uma tal maneira que é quase uma tortura para o cérebro. Talvez ficar imóvel seja a reação menos peculiar quando o medo vem a sua porta. É automático. Nosso cérebro praticamente só escolhe um ponto fixo e trava a função motora e coordenativa, assim impedindo que seus membros tanto superiores, quanto inferiores realizem sua função biológica. Como eu sei de tudo isso? Simples. Seu subconsciente desbloqueia lembranças que achamos que tínhamos perdido, mas na verdade sempre estiveram lá dentro, no entanto infelizmente, estas lembranças parecem só serem "liberadas" quando nós encaramos a morte de frente. Medo! Medo é a solução! Quero gritar e dizer que não tenho medo, porém nosso cérebro sabe quendo mentimos. Então, ele continua bloqueando nossos impulsos. Afinal, não quero sujar o meu vestido de sangue.

Seis horas antes.

             Hoje vai ser um dia muito especial! Vou selar  oficialmente minha união com James. Sinto um grande frio no estômago, mas Samsung me tranquilizou dizendo que isso é normal. Perguntei a James se alguém da minha família iria vir ao casamento, ele me contou que eu sou a única viva da minha família. Como? Nem tios, avós ou primos? Enfim... Samsung vai ter que se duplicar para ser a minha irmã e a do James. Ela insistiu para que eu ficasse está noite aqui na casa da Lynn, para que elas possam me arrumar. Foi incrível a estádia, mas sinto falta do meu marido. Meu marido. Tenho que me acostumar com esse termo.

                O vestido já está aqui, junto com o restante das coisas. Por isso, posso deliciar minha última refeição de solteira, um delicioso café da manhã digno de uma noiva. Lynn não é nem um pouco modesta em seus agrados, nem na decoração. Essa casa é incrível! Desde as escadas aos pequenos cômodos. Foi uma escolha excepcional tomar café no jardim, apesar de que a casa é incrível em cada canto.

Cinco horas antes.

             Não posso acreditar! Fico feliz pela descoberta nunca pensei que isso iria acontecer tão cedo. Entro no chuveiro. A água é relaxante e quente. Fecho os olhos e deixou que os pingos caiam sobre o meu rosto. De repente o rosto de um homem vem na minha cabeça. Sua pele é clara e seus olhos são tão verdes quanto uma esmeralda, uma barba faz o contorno do se rosto e os cabelos são ondulados e castanhos em um tom tão claro que chega ser quase um loiro. Ele sorri e eu abro os olhos rapidamente. Abaixo a cabeça e deixo a água molhar minhas costas.

               Por que esse homem me assombra?

               Enfim... ele não pode atrapalhar a minha vida. Estou prestes a me casar com o homem que eu amo daqui á quatro horas. Devo me apressar, mas também posso me dar ao luxo de me atrasar um pouco.

               Enrolada em uma toalha e com uma taça de champanhe na mão, as garotas e eu brindamos antecipadamente pelo meu casamento.

                — Um brinde a Alice. — diz Sam.

                Então, realizamos outro tintim.

               — Está pronta para ser a Sra. Frey? — Lynn me pergunta.

               — Ah? O James não me vê como uma coisa que ele possa me colocar um sobrenome e tomar posse! Quando me olha, posso sentir amor. Sou completamente apaixonada por ele, até cega consegui vê que o amo. Então, para mim isso não faz diferença.