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Samsung Frey

             Muitas mulheres idealizam o dia do casamento desde os 10 anos de idade. Talvez para essas muitas mulheres o pavor de ficar só para o resto da vida seja um fardo tão pesado, que são capazes de se casarem com homens dignos de repulsa e rancor. Nunca me imaginei como elas. Sempre amei e valorizei o meu emprego acima de qualquer capricho feminino ou devaneios hormonais. Salvo vidas e sou boa nisso. Nunca quis ser mãe nem esposa. Agora eu tenho uma vida dentro do meu corpo e estou em frente a um espelho com as minhas amigas ajeitando o meu vestido de noiva. Se eu não amasse o Tan de verdade, estaria surtando agora. Vou ser mãe de três lindos filhos e me casar hoje, poderia estar dando o chilique que quisesse, mas controlo minhas emoções. A lembrança do rosto da minha mãe vem a minha cabeça. Ela iria amar esse dia, iria adorar ser avó de três crianças. Não consigo conter as lágrimas do meu resto. De qualquer forma ela  estará comigo hoje.

               Foi um milagre conseguir um vestido de noiva as pressas. Ele é lindo, curto na frente, mas longo atrás e a calda... É incrível. Disse para Lynn e Alice que o véu é um pouco demais, porém mesmo assim não me deram ouvidos e o colocaram assim mesmo na minha cabeça. Gostaria que o meu vestido tivesse mangas compridas, está muito frio, mesmo elas não gostando vou vestir o meu moletom. Pena que as minhas filhas não vão poder ir, no entanto tem um bebê dentro de mim que participará de tudo. Caramba eu estou grávida! Um lindo sorriso se forma na minha face.

                — Você está linda, Sam! — diz Lynn com um forte sorriso no rosto.

                — Concordo. — apoia Alice. Os olhos castanhos dela estão carregados de emoção, sei que está sendo difícil para ela segurar.

                Viro me para elas e digo:

                — Obrigada por terem vindo passar a noite aqui. Eu não sei o que faria sem vocês.
       
                Estendo os braços e elas fazem o resto.

                Após toda essa demonstração de amor, Alice diz:

                 — Espera!
       
                 — O que foi? — pergunto espantada

                 — Você não pode se casar sem algo azul, emprestado, novo e dado!

                — É verdade! — diz Lynn.

                Alice observa o seu sobretudo azul que está na minha cama e ergue um sorriso no rosto. Ela não está pensando nisso! Não pode ser!

                 — Veste ele!

                 — O que? Não! — digo.

                 — Por que? Está frio lá fora e também iria tirar três das quatro obrigações. — questiona.

                Alice pega o sobretudo e me entrega, visto o casaco. Ele até que é bonito, sua cor é um azul marinho e seus botões são pretos. Está muito frio para usar um tomara que caia, então o casaco não se torna totalmente inútil.

                — Felizes? — pergunto ironicamente.

                — Não. Ainda falta algo velho. — diz Alice.

                — Deixa isso comigo. — avisa Lynn.

                Lynn tira a sua pulseira da sorte e coloca no meu braço.

                 — Cuide dela. Vai sempre se lembrar de mim.

                 — Ah, eu sempre vou me lembrar de você, independe de qualquer coisa. — digo abraçando-a.

ALICE E EUOnde histórias criam vida. Descubra agora