CAPÍTULO VINTE E SEIS

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Kim sentou-se no sofá de couro amarelo da sala

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Kim sentou-se no sofá de couro amarelo da sala. Eu me sinto uma idiota sem saber o que dizer, ou como agir. Minha cabeça está girando.

— Você tem certeza que está grávida? — digo e sento no sofá à estilo indiano.

— Minha menstruação tá atrasada — a voz dela era quase imperceptível. — E eu também fiz o teste de farmácia, Izza. Apareceram dois palitinhos.

Kim encolhe os ombros.

— Sabe por que isso aconteceu? Quero dizer, vocês não se protegeram? — pergunto. E não consigo esconder o choque em minha voz.

— Sei lá, acho que a camisinha furou — ela responde e limpa os olhos, os dedos borram o lápis preto ainda mais. — Você vai me ajudar?

— Como é que eu vou te ajudar?

É justo que fiquei preocupada por ela, e francamente um pouco decepcionada. Fui criada em um lar onde "passar dos limites" (é assim que minha mãe se refere a sexo) é algo a se pensar muito, antes de ir lá e fazer. Sempre andei na linha, e nunca pude usar roupas vulgares como as de Caroline Funck's, e eu nem faço questão. Ser a filha modelo para meus pais, me deixou sem reação para ajudar Kim. Eu no lugar dela iria esconder o rosto nas mãos e chorar silenciosamente trancada no meu quarto.

— Tá me ouvindo, Izza? — disse Kim, e puxa o choro pelo nariz.

— Desculpa, o que dizia? — Não percebi que havia deixado minha mente solta por tanto tempo.

— Eu disse, você precisa me ajudar. A gente tem que dar um jeito nisso.

Ai, Kim. Você me mete em cada rolo.

— Já falou com a sua mãe? Ela já sabe?

— Não, claro que não. Você é a única pessoa pra quem eu contei.

— Kim a melhor coisa que você pode fazer é contar pra sua mãe.

Conhecendo a mãe da Kim como eu conheço, ela vai ficar muito brava, mas depois ela pode aceitar. Ela tem que aceitar.

— Ela vai me matar, Izza — ela grunhiu. — Me ajuda.

— Você tem que contar para a sua mãe.

— Como?

— Oh. Senta com ela e conta tudo.

— Não vou conseguir.

— Ah, Kim. Meu Deus, você vai ter que contar pra sua mãe. Quer que eu ligue pra ela?

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