CAPÍTULO VINTE E SETE

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Durante a viagem de volta para a casa da Kim eu cantarolei baixinho junto com alguma música country que tocava no rádio

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Durante a viagem de volta para a casa da Kim eu cantarolei baixinho junto com alguma música country que tocava no rádio. Kim ficou em silêncio durante todo o caminho, olhando pela janela. E isso era completamente idiota. Ela não podia fazer isso, eu tinha certeza de que ela mudaria de ideia. Agora eu nem consigo olhar para Kim, talvez porque eu sabia que se olhasse ia ficar realmente magoada com o que ela fez. A medida que a casa da Kim ia se aproximando meto o pé no acelerador, escutei um barulho forte e o pedal do acelerador foi para o fundo. Balanço a cabeça. Eu não precisava disso agora (o cabo do acelerador ter arrebentado era tudo o que me faltava).

Desligo o Besouro.

— Sua cara tá me irritando — diz Kim e por alguma razão, me deixa mais irritada.

Balanço a cabeça, passando a mão pela minha trança, quase desfeita.

— É a única que eu tenho — eu olhei para ela.

Kim passou a mão pelos cabelos, chateada. Eu mesma fiquei surpresa com o quão grossa, eu poderia.

— Por que não quer falar comigo? — ela pergunta.

— Se eu soubesse que você ia fazer aquilo, eu nem tinha vindo — respondo, tão grossa como na primeira vez. — Tinha um ser humano dentro de você, Kim.

— Eu não tirei ele — ela disse. — Eu não tive coragem.

Pisco para Kim, claramente confusa.

— Isso é verdade?

— Estou falando sério. Eu quero ser uma boa mãe.

Olho para Kim, sem poder esconder o sorriso. Lá estava ela, animada e confiante como sempre foi. Não vai ser tão fácil quanto eu acho que ela imaginava, mas de qualquer jeito, Kim tem pessoas que se preocupam com ela.

E o mais importante: Kim tem á mim, que ela sabe que pode contar sempre que precisar.

Espera...

— Eu pago o concerto do Besouro, tá bom? — eu disse. Não tenho muito dinheiro guardado, mas... Será que vai custar mais de 30 dólares?

— Não precisa — Kim rejeitou minha ajuda com um aceno de mão. — Isso já aconteceu antes, é só apertar o parafuso do acelerador... lá no carburador, eu acho.

★★★

Não foi fácil voltar para a escola na terça-feira, depois de passar o recesso de primavera e a segunda-feira conversando sobre assuntos muito mais importantes do que estatísticas, que me deixaram mentalmente esgotada. Meu pai finalmente arrumou um novo emprego na Best Little Pork Shoppe. E embora ele não tivesse experiência como atendente de balcão, papai estava com um ótimo senso de humor, e até trazia bastõezinhos de carne curada para casa. Mesmo sabendo que esse era o tipo de comida que eles vendem por lá, eu já estava começando a sentir falta das noites da pizza.

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