CAPÍTULO VINTE E CINCO

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Era março

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Era março. E como eu deduzi Harry não voltou a falar comigo. Em todo o caso, eu sabia que tinha falado demais. Mas em minha defesa, eu pedi desculpas, agora era com ele. Depois de duas semanas eu percebi que minha convivência com Harry Schofield não poderia estar pior. Conviver com ele me ignorando durante o período de aulas era fácil, o difícil era aguentar os sábados e domingos que ficávamos enfornados numa sala por quatro horas seguidas.
No sábado não precisei ir ao curso de teatro. Pois a Northwestern ligou para avisar que as aulas foram canceladas devido a neve. Eu vi então a oportunidade perfeita para organizar meus livros por cor na estante (eu sempre achei que ficava mais bonito de ver). Encontro um elástico na gaveta da cômoda e rapidamente prendo meu cabelo.

Aumento o volume do MP3 abrigado em uma caixa branca lisa sobre a mesinha do computador. Toca "Aint It Fun" do Paramore. A batida é contagiante e me deixa empolgada. Eu espiei a janela do lado, onde a cortina azul-petróleo recém trocada do quarto de Harry estava fechada. Legal. Não tem ninguém me observando quando começo a balançar ao som da música.

Um à um retiro todos os livros das prateleiras. São 30 livros ao todo. Se eu pudesse moraria em uma casa onde tivesse um cômodo só para os meus livros, com estantes nas quatro paredes que fossem do chão ao teto.
Tirei meus olhos dos livros com a sensação de que alguém me observava. Porém, quando me virei tive a infelicidade de encontrar Harry olhando para mim da sua janela.

Em questão de segundos, sinto meu rosto queimar.

Ah, não.

Eu iria agachar fingindo perder alguma coisa e me enfiar embaixo da cama, esperando até que Harry desaparecesse. Quando voltei a erguer a cabeça Harry sorrio para mim.

Eu desejei sumir.

— Se divertindo, Isabella? — provoca ele, suas covinhas ficando visíveis.

Faço cara de brava, me concentrando em não ficar da cor de um tomate maduro. Isso ainda seria mais ridículo do que Harry ter presenciado minha dança desengonçada.

— Cara, você dança muito mal. — Ele ri, e seus olhos verdes brilharam.

— Ei! — eu disse ofendida.

— Izza — gritou minha mãe. Instantes depois ela apareceu no meu quarto. Nunca fiquei tão feliz em ter minha mãe interrompendo uma possível conversa com Harry. — Chegou isso pra você — ela mostrou o envelope negro. — O que estava olhando pela janela?

— Nada. Não tem nada lá, mãe — digo depressa.

Ela não se convenceu, e olhou para fora da janela. Harry ainda estava lá e eu o fuzilo com o olhar.

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