CAPÍTULO TRINTA E SETE

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Quantas vezes minha mãe me chamou para entrar em casa na hora errada? Umas noventa e nove vezes, talvez

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Quantas vezes minha mãe me chamou para entrar em casa na hora errada? Umas noventa e nove vezes, talvez. Já estava tão perto, eu até conseguia sentir as borboletas se agitando no meu estômago com a proximidade de Harry.

E eu me odeio.

Tinha absolutamente tudo caminhando bem para que Harry me beijasse. Não havia ninguém com a gente. Só estavam lá eu, Harry, e minha falta de coragem.

Eu imaginei esse momento milhares de vezes, e nenhum deles acabava comigo à meia noite e quinze encarando a janela de Harry. A cortina estava fechada e a luz do quarto dele foi apagada, sinal de que ele não foi atacado pela insônia assim como eu. Se eu fosse só um pouquinho mais ousada como Kim, eu o teria beijado ali mesmo.

Ah, não.

Choramingo baixinho.

Talvez não fosse mesmo para acontecer nada entre Harry e eu.

A probabilidade de Harry me beijar, seria a mesma de um elefante invadir o meu quintal. Ou seja, nunca.

Já está na hora de acabar com esse conto de fadas, Isabella! Gritava meu subconsciente, e agora eu finalmente pensava em ouvi-lo.

Quando eu era criança no meu Era Uma Vez, eu não era uma princesa enfeitiçada, não morava em um castelo cor-de-rosa, e muito menos tive um dragão de estimação.

Na adolescência nunca usei um vestido bonito, nem sapatos de cristal. Para ser sincera comigo mesma, eu nem ao menos consigo andar de salto sem tropeçar nos meus próprios pés e cair de quatro. A Northwestern nunca foi o meu reino, ela sempre girou em torno de Caroline Funck's (a bruxa má). E eu, onde me encaixo? Eu estava mais para um ratinho assustado que muitas vezes se escondia atrás de Kimberly Stewat (fada madrinha, melhor amiga e cabeça oca).

Eu não acreditava em príncipes encantados. Mas acredito em amores a primeira vista; destinos que se cruzam por um propósito maior; um simples gesto que faria dois corações se apaixonarem; em amizades que se tornam paixão. Mas Harry pretendia manter o status de MELHOR AMIGO DE INFÂNCIA intacto. E isso me atormenta e não quer me deixar em paz de jeito nenhum.

Suspiro e tranco minha janela. Pensar em Harry não me fazia bem. Por mais que eu queira, ele nunca vai me olhar com outros olhos. Vou ser sempre sua "maninha mais nova", se eu não fizer nada para mudar isso.

A carta que o P.E. deixou na minha porta às oito e meia, ainda estava sob a mesinha ao lado do laptop. Mas dessa vez um envelope pardo o acompanhava.

Puxo a cadeira e sento-me trazendo os envelopes para mim. Abro primeiro o envelope negro.

A partir dessa noite,
vou olhar para o céu, e senti-la
mais perto de mim.
P.E

Respiro fundo e abro o outro envelope. Há três papéis dentro, dois deles são mapas com constelações.

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