Capítulo 5 DEGUSTAÇÃO DISPONÍVEL NA AMAZON

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 Alguma coisa batia ao longe. Uma voz estridente se aproximava cada vez mais rápido. Liana nem precisava abrir os olhos para saber que a ressaca seria monstruosa. Em sonho já sentia a sua potência.

Se virou na cama e encostou em alguma coisa grande, quente e que gemeu com o contato. Se afastou. Tentou retornar para aquele lugar de paz e tranquilidade, mas foi atingida por alguma coisa na sua cabeça, causando mais dor que ela poderia suportar.

Abriu apenas um dos seus olhos, o que tinha menos rímel grudado e se deparou com uma coisa estranha a encarando.

— Liana Megera! Liana Megera!

— Ahhhhhhhhhhhh! — Gritou e Peteca saiu voando em direção à janela do quarto se agarrando na cortina e ainda gritando.

— Liana Megera! Liana Megera! Docinho! Docinho! Rich! Rich!

— Jesus Cristo, Maria e José! — Richard pulou ao lado de Liana sem saber nem em que continente ele estava! — O que aconteceu? Cadê a Marina?!

— Aquela! Maldita! Galinha! Depenada! Gritando! — Liana, num acesso de raiva matutino, pegou um dos seus travesseiros e começou a espancar Richard. Uma palavra para cada bordoada até ele cair da cama de bunda no chão.

E quando Richard caiu, jogou o travesseiro em Peteca, que no último segundo saiu voando para a sala.

— Eu juro que vou matar a pessoa que comprou esse projeto de pinto para a Marina! — Gritou ela para ninguém.

Se atirou de novo na cama, tentando não ter um ataque cardíaco logo cedo. Se fosse ter, que tivesse um mais tarde, não por causa daquela cacatua com pacto com entidades do mal que a acordavam no susto em pleno domingo pela manhã.

Respirou fundo e tentou controlar a sua respiração rápida. Fechou os olhos quando o quarto começou a girar ao seu redor e só se recuperou quando escutou um ser gemendo no chão do seu quarto.

— Richard! O que tu está fazendo na minha cama? — Sentou novamente e esperou ele aparecer para se explicar.

Sua cabeça doía. Sua mente rodava. Seu corpo estava moído. Sinais claros de um belo de um porre na noite passada. E tudo isso era resultado da melhor coisa do mundo: o bar tinha inaugurado com força total.

Começou com todos os Chiarelli e agregados chegando. Só aquele número de pessoas já era expressivo e chamava a atenção de quem passava ali na frente. E a cada hora que se passava, mais pessoas chegavam para ver o que estava acontecendo. Estavam em dúvida se era um acidente, um incêndio ou briga de família. As três coisas que mais chamava curiosos de plantão.

Liana nem percebeu o movimento aumentando tanto. Estava conversando com algumas pessoas quando Nara a chamou num canto, apavorada, dizendo que o pessoal da cozinha não estava dando conta do recado dos pedidos e nem os funcionários das bebidas. O sorriso de Liana foi tão mágico que iluminou o ambiente inteiro. Chamou Sérgio e passou a bola para ele, ninguém melhor do que o irmão e a cunhada para recepcionar pessoas e fazer o serviços de anfitriões? Liana e Richard não conheciam ninguém melhor para o cargo.

Deixou tudo com eles e enquanto ela seguiu para cozinha, Richard assumiu o balcão das bebidas, ambos com uma maestria que até eles mesmos duvidavam que tinham. Trabalharam até o movimento começar a enfraquecer, quase no meio da madrugada. Voltaram para a mesa da família onde Sérgio já estava rindo sozinho pelos cantos, Beatriz e Jonathan recitando a tabela periódica de trás para frente, Paula, Fernanda e Ricardo rindo dos três e Inácio e Pauline gravando tudo. Liana tinha até medo de ver as gravações do sobrinho.

Linha Reta DEGUSTAÇÃO DISPONÍVEL NA AMAZONOnde histórias criam vida. Descubra agora