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Capítulo 17 DEGUSTAÇÃO DISPONÍVEL NA AMAZON

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            Maurício estava sentado, em algum canto na casa de seu dindo, Luiz, analisando a dinâmica da bagunça que estava por ali. Era engraçado de se ver o misto de pessoas que se encontrava.

Luiz era um agitador nato, inquieto de nascença, não podia ver ninguém parado ao seu redor, e quando tinha crianças na volta, ficava pior que uma, como agora que ele estava correndo pelo pátio junto com diversas delas, de idades variadas.

Lex era o mais comedido de todos, por ainda não entender como Luiz poderia ser tão agitado, mesmo sendo do time dos pais. E também por não estar acostumado com toda aquelas pessoas estranhas ao seu redor. Era nítida a ressalva dele. Mas nada que Luiz não conseguisse burlar e encaixar ele no meio da brincadeira.

Maurício sorriu e desviou a sua atenção para sua mãe, mais relaxada do que a última vez que ele havia voltado para casa. Se não era fácil para Lex se acostumar com toda aquela mudança, quem dirá para Helena e Gerson, que tinham anos de história sendo apenas os dois em casa e um filho adulto, que nem morava mais em casa. Uma criança mudava toda a rotina de uma forma surpreendente. Mas Maurício já conseguia perceber que Helena estava bem menos preocupada conversando com outras pessoas com a mãe de Carla, esposa de Luiz.

Tudo que Maurício queria era ter chegado em casa e ido para o seu quarto dormir. Mas não. Lá estava ele, num dos agitadíssimos jantares épicos do seu dindo, com todos os amigos dele, filhos e famílias. Era claro que gostava de estar ali. Depois de tanta tristeza na família Lavorini, ver todos eles, rodeados de amigos e crianças se divertindo era uma cena maravilhosa de se presenciar.

Estava cansado. Não só psicologicamente, por conta de todo o estresse da escola nova, mas um pouco fisicamente também. Sua noite não tinha sido muito fora daquelas que ele estava acostumado a passar, geralmente sozinho, comendo alguma coisa requentada, tocando seu violão velho de guerra, ou até mesmo quebrando sua cabeça para conseguir pensar em alguma coisa para mudar na escola e em como fazer os funcionários aceitarem. Realmente bem diferente da sua noite passada.

Liana.

Sim, aquele simples nome havia mexido com a cabeça do pobre Maurício. Por ela, ele havia largado tudo e ido em direção ao seu bar com a finalidade de conhecê-lo, e de quebra, observá-la mais de perto que conseguisse. Só não imaginava que a veria bem mais de perto do que sua parte mais otimista poderia sonhar em conseguir. E pensar que tudo havia começado com uma ajuda com a cacatua elétrica....

Maurício se aproveitou e conseguiu fazer o que pretendia. Se aproximar mais de Liana para poder a conhecer melhor. Escutou tudo o que ela tinha para dizer e ainda falou algumas coisas para não dar tanta bandeira que era o mais interessado na história.

Concluiu o que ele já imaginava. Liana era intensa. A primeira impressão casou completamente com a segunda, a terceira, a quarta e quantas outras tiverem.

Maurício teve quase a certeza de que estava fazendo o papel de bobo. Estava até mesmo um pouco nervoso por estar com ela ali, uma coisa que fazia muito tempo que não ficava quando estava naquela posição. Não que ele fosse dado aos encontros, fazia um bom tempo que nem colocava o nariz para fora de casa, quem dirá um encontro como uma mulher como Liana.

E que mulher!

Se fechasse os olhos, ainda poderia lembrar do corpo dela junto ao seu. Do modo como a respiração dela se chocava com a sua, o jeito como Liana corria as mãos sobre as costas dele. E tantas outras coisas que ele gostaria de recordar para sempre.