Capítulo 8 DEGUSTAÇÃO DISPONÍVEL NA AMAZON

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            Liana acordou com o despertador gritando ao seu lado. Gemeu enquanto se virava para desligá-lo. Ele só poderia estar errado, não fazia nem meia hora que havia se deitado pelas suas contas.

Olhou para a janela e viu alguns raios de sol entrando pelas frestas. Gemeu novamente. Tinha que levantar e ir para o posto de saúde para atender seus pacientes. Criou coragem suficiente para começar o dia, acordar seria outra história.

Tomou um banho e se arrumou. Passou pelo quarto de Marina e quase caiu ao pisar em um brinquedo espalhado. Por quem será que a filha havia puxado por ser uma coisa tão pequena e ao mesmo tempo tão bagunceira? E também gostaria de saber de quem veio o gene que a fazia se descobrir durante a noite. Revirou os olhos ao ver que Marina não estava desacompanhada e talvez o gene que a fazia se mexer tanto na cama fosse acentuado por vir das duas partes. Richard e Marina estavam em uma posição que Liana julgava pouco confortável para ambos.

Foi dormir enquanto os três, se contarem com a cacatua irritante, estavam brincando de uma coisa muito estranha que Liana não aprovaria nenhum pouco. Mas como ela estava com o seu pai, que sabia muito bem o que estava fazendo e o que poderia causar, Liana os deixou e se retirou para o seu quarto. Escutou os risos e gritos dos três até uma certa hora, depois apagou por completo.

Saiu do quarto e caminhou até a cozinha, sendo seguida por um par de pés batendo no chão.

— Bom dia, Peteca. — Disse ao ver ao vê-la pulando e indo em direção ao poste da cortina.

— Liana! Liana! Preguiçosa! Megera!

— Vou aceitar isso como um bom dia. Que horas vocês foram dormir? Só escutei os gritos de vocês.

— Docinho! Rich! Café!

— Vou te dar café... — desdenhou — No máximo uma ração. — Encheu o pote dela e trocou a água.

— Bolacha!

— Tu está muito mal acostumada, vou ter que falar com o Richard sobre isso. Aliás, — entregou uma bolacha do pote para ela que pegou rapidamente — tu tem que tomar banho hoje.

— Banho não!

— Banho sim. Não vou morar com uma catatua fedida. — Liana pegou suas chaves e o celular. — Vai ficar aí ou quer ir para o mercado com o Sérgio?

— Mercado! Bolacha! Café!

Peteca saltou até o ombro de Liana e caminharam até o mercado, que ficava apenas alguns passos da casa sua casa. Peteca adorava ficar no mercado junto com qualquer um da família. Liana usou a sua chave para a porta do mercado e a ave nem esperou ela abrir a porta completamente para sair voando em direção ao seu poleiro especial gritando por Sérgio, era certo que ele já estaria por lá e, assim que a visse, a levaria para o escritório.

Liana saiu para o posto de saúde e chegou antes mesmo dele abrir. Arrumou a sala do jeito que gostava e sentou-se para esperar os pacientes. Adorava sua profissão, ainda mais acentuada com as dificuldades da saúde pública e afins. Era um desafio revigorante a arte de se virar com o pouco que tinha e ainda ver os pacientes saindo com um pouco mais de dignidade ao conseguirem arrumar um dente que os incomodava. E no seu consultório, atendendo basicamente ortodontia, adorava um caso que muitos diziam que não tinha mais jeito e ela, com muita paciência e cooperação do paciente, conseguia finalizar em um estado perfeito de oclusão.

Linha Reta DEGUSTAÇÃO DISPONÍVEL NA AMAZONOnde histórias criam vida. Descubra agora