Capítulo 14 DEGUSTAÇÃO DISPONÍVEL NA AMAZON

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            Liana era incrível, Maurício chegou à conclusão em menos de duas doses de bebidas.

Ajudou-a a levar a gaiola de Peteca até a casa de Sérgio com os dedos intactos, e Sérgio se surpreendeu a encontrar os dois juntos àquela hora da noite batendo a sua porta.

— Nos encontramos no meio do caminho — respondeu Maurício inocentemente. — Parecia que alguém precisava de uma ajuda extra.

— Já te disse que te odeio por ter comprado essa galinha depenada para a minha filha? — Liana resmungou. — Agora te vira e cuida dela essa noite, ela está estressada por ter ficado o dia sozinha e sem a Marina para brincar com ela.

— Tadinha da Petequinha — Sérgio a tirou da gaiola e Peteca entrou voando dentro de casa em direção à sala, onde Inácio e Sofia riam de alguma coisa.

Os dois saíram depois de Liana e Sérgio discutirem mais alguma coisa aleatória. Maurício sorriu, era interessante aquela relação entre irmãos. Entendia o que o pessoal da cidade que dizia que Sérgio era como um pai para ela.

Entraram no bar, já com algum movimento de pessoas que haviam saído do trabalho, Liana foi para trás do balcão, puxou dois copos e pegou uma bebida na prateleira. Serviu as doses e empurrou uma para Maurício.

— Por conta da casa pela ajuda de hoje. — Maurício viu ela virar o copo e sacudir a cabeça rapidamente depois de engolir o líquido. Achou aquilo fantástico.

Olhou a bebida e tentou fazer o mesmo, se não tivesse tossido depois de engolir, poderia ter sido a imitação perfeita. Gostava de beber, mas não começava com uma coisa forte como aquela que Liana havia o servido.

— Mais uma ou vai forrar o estômago antes de me acompanhar? — Ela sorriu, já sabendo a resposta. — Pega uma porção de batata-frita para nós, pr favor? — Pediu para um dos garçons que passava por perto.

Liana tomou mais uma dose e Maurício a acompanhou, com mais cautela do que a primeira vez. Precisava esperar a comida para voltar a beber, pela sua conta, estava só com o almoço que esquentou em casa de um dos diversos potes que recebeu de D. Eulália. Maurício não gostava de comida requentada, mas aquela estava ótima. Ou ele com muita fome.

— E então, Maurício — Liana o encarava profundamente — o que te traz a essa cidade?

Maurício desviou o olhar e brincou com o copo vazio.

— Empresa de família — a encarou novamente. — Acredito que tu entenda o que eu queira dizer.

Liana assentiu. Um cliente chegou e ela atendeu. Maurício a observou conversando e pegando uma garrafa de cerveja e entregando.

— Empresa de família é um caso interessante. — Revelou ela. — Uma responsabilidade que nem sempre a gente sabe se quer.

Maurício viu ela franzir o cenho.

— Nunca me vi atrás de um balcão de mercado, mas olha eu aqui atrás de um de bebida.

— Já eu nunca me vi em outro lugar a não ser na escola. — Ele deu os ombros de leve quando ela o encarou com um ar questionador.

Era uma verdade. Maurício nunca se viu em outro lugar a não ser na escola junto com seu pai. Foi criado dentro daquela escola, conhecia todas as sala e corredores. Acompanhou todas as mudanças com o passar do tempo e a evolução da tecnologia. Como não lembrar do primeiro computador com acesso à internet? Era uma coisa extremamente cara e peculiar para a época.

Linha Reta DEGUSTAÇÃO DISPONÍVEL NA AMAZONOnde histórias criam vida. Descubra agora