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Capítulo 16 DEGUSTAÇÃO DISPONÍVEL NA AMAZON

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            Os Chiarelli tinham um jeito especial e característico de lidar com uma crise familiar. Todos se reuniam em busca de uma solução, e os que não estavam presentes fisicamente, ficavam sendo atualizados a cada minuto.

Esta situação em si não seria diferente.

Richard foi o primeiro a chegar em casa e ir em direção de Fernanda, encolhida na sua cama com muita dor abdominal e com sangue ao seu redor. E quando Sérgio e Liana chegaram, ele já estava carregando Fernanda nos braços e a colocando no carro.

— Vamos para o hospital — Richard falou já entrando no lado do passageiro.

— O que aconteceu? — Liana foi a primeira a questionar, enquanto Sérgio entrava pelo lado do motorista.

— Não sei, preciso chegar ao hospital para ver e ligar para o médico dela. — Sérgio arrancou o carro quase atropelando Liana no meio do caminho. Quase não deu tempo dela entrar no carro junto.

Sérgio estacionou o carro enquanto Richard carregou Fernanda para dentro do pronto-socorro e uma enfermeira o ajudou a colocar em cima de uma maca.

— Preciso de um aparelho de ultrassom, por favor. — Disse a enfermeira que já virou às costas em busca do aparelho. — Vou ligar para o teu ginecologista e ver o que posso fazer.

Liana viu Richard assumir um ar completamente diferente. Richard se transformava quando ligava o seu modo médico. Dizia que era uma responsabilidade além do que qualquer pessoa poderia carregar nos seus ombros. Ter nas mãos a vida de outra pessoa não era para qualquer pessoa.

Viu ele conversar com Fernanda, até nisso ele estava diferente do Richard de sempre, enquanto Liana estava ao lado do irmão, que estava fragilmente abalado. Sérgio sempre foi uma pessoa que não tinha nervos nenhum para qualquer crise que acometia a família. Sempre perdia a cor, ficava num canto em silêncio, quando não começava a chorar desesperado.

Liana sempre alegou esse modo do irmão ficar a tudo que eles já tinham passado. A morte dos pais em um assalto, as tentativas de suicídio de Ricardo, a gravidez de risco de Beatriz e até mesmo as consultas de Marina com os médicos especialistas com todos os seus procedimentos.

Ele sempre ficava daquela forma, se apoiava em Fernanda, que quase sempre tomava a frente da situação. E vê-la daquela forma, era uma das piores formas de desamparo e tortura que Sérgio poderia aguentar.

— Ok, — disse Richard ao telefone para o médico de Fernanda, o mesmo que havia atendido Fernanda na gestação de Sofia, Beatriz na de Felipe e Liana na de Marina. Era o médico da família, por assim dizer.

— Estou fazendo o exame agora. — A enfermeira já havia terminando de instalar a máquina de ecografia na sala. — Sim, estou na região pélvica e sim, tem alguma coisa. Vou te enviar a imagem por e-mail e espero o teu retorno.

Richard encerrou a chamada, mexeu na máquina de ecografia em silêncio enquanto os três esperavam alguma resposta. Fernanda foi a primeira a quebrar o silêncio. Liana não tinha coragem e Sérgio se abrisse a boca era capaz de desmoronar por completo.

— E então, o que está acontecendo comigo?

Richard passou a mão pelos cabelos, o bagunçando mais ainda.

— Bom, ginecologia não é a minha área. Não tenho como dar um diagnóstico preciso e...

— De uma vez, Richard! Desembucha! — Liana o apressou, o deixando mais sem jeito ainda.