🎲 - - - - - - CAPÍTULO SEIS - - - - - 🎲

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❎ - - - - A SOLIDÃO É A PIOR INIMIGA - - - - ❎

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- - - - A SOLIDÃO É A PIOR INIMIGA - - - -

⏩ RAFFA DUNCAN

— Não acredito que vocês brigaram de novo! — Reclamo, enquanto andava de um lado para o outro, irritado com o cabeça oca do meu ex-chefe de morro. Mais uma maldita vez Grego pisou na bola com Cássio e dessa vez não me parece ser algo tão simples de resolver. Faz alguns meses que Murphy e eu - e o nosso filho - viemos para os Estados Unidos resolver alguns negócios do Morro que não pode ser resolvido facilmente estando no Brasil, mas não pensei que quando chegasse aqui eu fosse receber essa bomba de que Cássio quer o divórcio e até saiu de casa. Mas dessa vez, eu não vou tirar a razão do gringo. Depois que Grego me contou toda a história, eu realmente me segurei para socar meu próprio amigo.

— Vindo de vocês, eu não me surpreendo. — Murphy comentou, sentando em uma poltrona.

— Amor, você pode levar o Nicolas para passear? Não quero correr o risco de ele ouvir essa conversa. — Falo e Murphy assente, se levantando, me dando um beijo doce e indo pegar o garoto no quarto, saindo de casa minutos depois. Volto minha atenção para Grego, que estava de cabeça baixa, com um copo de bebida nas mãos e com o olhar de quem se arrependia amargamente de ter feito o que fez. — Você é um idiota! Como pôde fazer isso?! Depois de tudo que Cássio fez por você?! Depois de tudo que ele teve que passar por sua causa?! — Altero o tom, realmente irritado com ele.

— Eu sei que fui um idiota, mas tive meus motivos, porra!! — Exclamou, triste e irritado.

— E que motivos são esses?! Arriscar a vida da sua família?!

— Meu pai está vivo. — Disse, o que me fez calar a boca por alguns segundos.

— Como é? — Indago, completamente confuso e sem entender mais nada. Grego suspirou, erguendo o olhar para mim.

— Ele está vivo, Raffa. Eu falei com ele. Mas... por telefone.

— Grego, deve ser algum trote ou... sei lá. Ele... morreu. Nós fomos para o enterro, por mais que aquele cretino não merecesse nossa presença. - Falo e ele respirou fundo.

— Não. Não era trote. Era ele. Eu sei. E também, ninguém viu o caixão aberto.

— Mas tinha o peso de um corpo dentro. Nós carregamos. Porra, Grego, não muda de assunto. Não tenta usar o nome do teu pai pela burrada que você fez!

— Estou falando sério! — Exclamou, alterando o tom de voz. — Foi por isso que entrei nessa maldita máfia. Eu queria encontrá-lo e ao que parece ele tinha alguma ligação com a máfia americana. Eu só não sei dizer o quê. — Murmurou.

— Okay, cogitamos a ideia de que você está ficando louco. Grego, seu pai está morto. Por favor, não fique me assustando dessa forma.

— Você não vai acreditar em mim, não é? — Ele murmurou, baixinho, como se houvesse desistido de tentar me convencer.

— Grego... é que... você deve está estressado com tudo que está acontecendo... Devia procurar ajuda psicológica. — Aconselho, mas só então eu percebo a burrada infeliz que eu falei.

— É, talvez eu marque uma consulta com meu futuro ex-marido! — Ironizou, ríspido.

— Okay, foi mal. Mas... Cássio não é o único psicólogo. Há outros.

— Outros que nunca irão me entender da forma como ele me entende. — Suspiro, sentando ao lado dele e o abraçando de lado.

— Chega dessa melancolia. Vocês vão se entender, eu sei que vão. Casamentos são assim mesmo. Por muitas vezes eu falei que terminaria com Murphy, mas sempre foi da boca pra fora. É na hora da raiva.

— Não é a mesma coisa. Eu deixei que machucassem o Samuel, e eu não consegui impedir. Cássio está com razão de não me querer mais. Eu só trago desgraça para a vida dele. — Lamentou.

— Ei, não diga isso. E todos os momentos felizes que tiveram juntos? Não conta? Todos os sorrisos, abraços e conversas agradáveis? A adoção dos seus filhos, o crescimento deles. Tudo isso não valeu de nada? — Ele me olha, entristecido.

— E agora não tem mais volta. Acabou, Raffa! — E por um milagre divino, eu vi Grego chorar, sem tentar esconder ou com receio. Ele realmente chorava como se não houvesse o amanhã. E eu tentei de todas as formas consolá-lo.

— E então? Como ele está? — Murphy chegou horas depois. Peguei Nicolas nos braços e recebi meu marido com um beijo carinhoso.

— Está péssimo. Chorou tanto que acabou adormecendo. O levei para o quarto. — Murphy suspirou, negando com a cabeça.

— Bem, talvez devêssemos falar com Cássio. Sabe onde ele mora? — Questionou.

— Sim. Podemos ir lá mais tarde.

— Ou agora mesmo. — Insinuou, com as chaves do carro. Eu ri, concordando. Então saímos os três: Murphy, Nicolas e eu.

O DONO DO MORRO - Uma Nova Era - [ROMANCE GAY] Onde histórias criam vida. Descubra agora