🎲 - - - - - CAPÍTULO NOVE - - - - - 🎲

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❎ - - - - - PASSADO OBSCURO² - - - - - ❎

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- - - - - PASSADO OBSCURO² - - - - -

⏩ CÁSSIO MCKINNEY

Observo aquele homem à minha frente. Agora com outros olhos.

Eu estava assustado, mas não o suficiente para deixar aquela mesa e ir embora. Pela primeira vez eu sabia o que Grego havia passado e eu até compreendia as atitudes dele, porém, não era o suficiente para eu permitir que ele se aproximasse novamente dos meus filhos.

Claramente, Grego sofreu transtornos psicológicos por tudo que aconteceu e ao que parece, não foi tudo. Ele não sabe cuidar do próximo, porque seu dever quando mais novo era justamente machucar. E com o tempo, ele aprendeu a ser o monstro que seu pai desejava.

— Você deve está me achando um monstro neste momento, não é? — Guilherme comentou, abaixando a cabeça.

— Eu não acho. Eu tenho certeza. — Falo, com extrema firmeza. Ele me encara, suspirando.

— Entendo. Qualquer um pensaria o mesmo. A diferença é que você é sincero. De qualquer forma, eu aconselho a você perdoar o Grego. Sei que não sou a melhor pessoa do mundo para lhe dizer isso, mas acredite, ele vai ficar pior sem você. Vai se entregar de novo àquela vida. E você não quer isso, quer? Eu o conheço melhor do que ninguém. Se você não o aceitar, ele vai voltar para toda aquela e se tornar alguém pior do que já era. Isso já aconteceu uma vez. — O encaro, curioso.

— Aconteceu? — Ele assente, suspirando.

— Grego já teve um filho, caso não saiba. — Aquela revelação realmente me surpreendeu. E ele deve ter notado pelo meu leve susto na cadeira.

— Teve? E onde está esse filho? — Guilherme sorriu fraco, abaixando a cabeça, e após um leve suspiro, começou a contar.

“— Ele... é tão pequeno... — Gregório comentou, segurando seu primeiro filho nos braços. Naquele momento, eu desejei que tudo desse errado, desejei que aquela criança morresse de uma vez por todas. A mulher com a qual ele resolveu amar, era filha do meu inimigo e eu jamais aceitaria o sangue daquele verme dentro da minha família. Gregório só tinha 20 anos, não tinha capacidade de imaginar o problema que estava me causando.

— Como quer chamá-lo? — Bruna questionou, deitada na cama de hospital, após ter dado à luz poucos minutos atrás. Gregório observou o bebê em seus braços, sorrindo que nem um idiota.

— Trevor. Trevor Del Rey. — Disse, me dando náuseas só de imaginar aquela criança gorvenando o que pertence a mim.

— É um belo nome. — Bruna disse, recebendo um sorriso e um beijo de Gregório.

Após alguns meses, a criança já havia crescido um pouco, sem ficar mais com aquela aparência de cara de joelho que todo recém-nascido tem. Grego fazia tudo por ele e ficava mimando a esposa, fazia tudo que ela queria. E aquilo estava claramente o enfraquecendo, o tornando aquele bobo de antes. Ele estava deixando as tarefas do Morro de lado por causa deles e isso estava me corroendo de ódio.

Era hora de pôr um fim naquilo tudo.

-_-

— NÃÃÃÃOOOO!!! SOLTA ELES!!! — Gregório gritava, puxando as correntes que o prendiam, mas era inútil. Ele chorava novamente, em desespero. Sua esposa estava totalmente ferida, ao ser torturada na frente dele, e a criança agora estava nos braços de um dos meus soldados, com uma faca apontada para seu pescoço. — MATE A MIM!!! ELES NÃO TEM NADA HAVER COM ISSO! POR FAVOR... POR FAVOR, PAI!!!! NÃO FAZ ISSO!! — Gritava, pedindo clemência. Aquilo só alimentava mais ainda a minha raiva.

— Mate a garota. — Ordeno para meu soldado. O mesmo só disparou um único tiro na cabeça dela, fazendo com que Grego gritasse o mais alto possível, e eu pude sentir em seu grito todos os sentimentos se fazendo presente: ódio, raiva, tristeza, dor, arrependimento. Seu rostuo estava vermelho, as lágrimas já haviam molhado seu rosto inteiro e os pulsos estavam machucados de tanto ele puxar, na tentativa fútil de querer se soltar.

— O sangue inimigo deve ser derramado, fazendo qualquer sacrifício para isso. — Falo, e ele me olha, furioso, e ao mesmo tempo desesperado.

— Então à partir desse momento, me considere o seu pior inimigo! MATE A MIM, SEU COVARDE DE MERDA!!! MATE A MIM!!! — Gritou, rugindo em fúria. Apenas olhei para meu soldado, que já entendeu o que fazer, dando um soco no rosto de Grego e em seguida no estômago, o deixando sem ar por alguns segundos.

— Péssima escolha. Mate a criança. — Ordeno. A cena é cortante para Grego, que desabou no chão, chorando e sem ter mais o que fazer. Era tarde demais. — Já sabem o que fazer. — Falo, saindo dali e deixando que meus soldados deem uma lição em Grego, o torturando a noite inteira. E com sorte, ele sairia vivo dali...”

Assim que ouço tudo, me coloco de pé rapidamente, agora realmente assustado com aquele homem. Ele era muito pior que Gregório. Mil vezes pior. Ele notou meu espanto e se colocou de pé rapidamente.

— Espera! Por favor! Eu sei que eu fiz muita besteira. Eu errei muito, mas não precisa ter medo de mim. Eu realmente quero esquecer tudo o que fiz. Eu realmente quero... me redimir. — Confessou, mas algo nele não me era confiável. Se ele estava mentindo, era muito bom ator, porque eu não conseguia ver nenhum vestígio de mentira em seu olhar ou em minha leitura corporal. Ele estava trêmulo e me olhava com um pedido de socorro. Eu ainda vou me arrepender de ser tão bondoso.

— Se eu fosse o Grego, e você aparecesse pedindo perdão. Certamente eu negaria. — Falo, com um tom seco. Agora estou mais confuso do que antes. — De qualquer forma, o problema é entre vocês. Não me envolva nessa. E por precaução, não chegue perto dos meus filhos. — Alerto. — eu já matei pessoas por eles, e não hesitaria em matar você também se os colocasse em perigo. — ele me encarou, surpreso.

— Eu não quero machucar você, nem seus filhos. Já falei que me arrependo de tudo que fiz.

— Palavras não são atitudes. Falar da boca para fora qualquer um fala. Eu não o conheço totalmente, e também não sei o porquê me contou tudo isso. Agradeço por esclarecer minhas dúvidas, mas em relação ao Grego e seu arrependimento, só você pode fazer alguma coisa. Eu não tenho o porquê de me envolver nisso. Já tenho problemas demais para resolver. Com licença. — Saio dali, voltando para minha casa, sem olhar para trás.

— Cássio... — Ouço alguém me chamar antes que eu entrasse dentro de casa. Aquela voz... Me viro, olhando para o indivíduo à minha frente.

— Grego...

O DONO DO MORRO - Uma Nova Era - [ROMANCE GAY] Onde histórias criam vida. Descubra agora