🎲 - - - - - CAPÍTULO DEZESSETE - - - - - 🎲

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❎ - - - - - JOGO DA VERDADE - - - - - ❎

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- - - - - JOGO DA VERDADE - - - - -

⏩ CÁSSIO MCKINNEY

— Eu sei que Grego não acredita em mim, e isso está realmente acabando comigo. — Guilherme falou, choroso. É verdade que eu prometi para Grego não aceitar mais atender o pai dele. Mas acabei mudando de ideia. Se esse homem é o causador de todo o sofrimento do meu marido, bem... eu quero conhecê-lo, eu quero saber de tudo que ele é capaz. Se ele realmente mudou, não deveria querer esconder o seu passado tão cruel? Ele contou para mim toda a sua história, mesmo sabendo que no início eu não passava de um completo estranho.

Ou talvez... eu não fosse tão estranho assim para ele...

As possibilidades são infinitas e muitas delas apontam para o pior. Eu diria que ele tem um convencimento de 20% e uma atuação de 80%. Se ele estiver mentindo e que na real só quer terminar o que começou, então... ele deveria trabalhar na televisão. Seria um ótimo ator. Se ele realmente tiver mudado, tem argumentos muito bons para me convencer disso, como por exemplo, ter sobrevivido e agora reencontrou o filho.

Mas pensa bem, ele nem sequer tocou no nome do irmão gêmeo do Grego que ele o obrigou a matar. Uma pessoa em sã consciência que tivesse realmente mudado, sofreria também pelas perdas, diria claramente o quanto estava arrependida de ter feito o filho matar o próprio irmão apenas por ele está namorando um garoto.

O que me leva a mais uma pulga atrás da orelha.

Agora ele sabe que Grego também está se envolvendo com outro homem, que é casado comigo. E mesmo assim demonstrou indiferença, mesmo que depois tenha me dito que matou seu filho preferido justamente por ele ser gay.

Tudo isso é muito estranho, e eu quero desvendar esse mistério. Não vou permitir dessa vez que a dor de cabeça caia toda em cima do meu marido. Eu quero cuidar dele e curar as suas dores. E tenho certeza que a maior dor dele está aqui, bem na minha frente.

Não posso acusar ninguém sem provas e sem motivos. Mas é claro que este homem já fez coisas terríveis. A questão agora, é descobrir se ele realmente mudou ou é tudo uma fachada.

— Sinto falta da presença do meu filho. Apesar de tudo, eu o amo. — Okay, seu poder de convencimento diminuiu para 18%. Como pode sentir faltar de alguém que você passou a vida torturando e causando problemas psicológicos? Como pode sentir falta e dizer que ama da pessoa que antes você julgava sentir nojo e repúdio? Ele se contradiz e é disso que eu preciso para construir minha visão completa sobre o que ele realmente é: um pai arrependido, ou um psicopata que quer terminar o que começou, eliminando a última pessoa que sobrou de sua família.

— Tudo é questão de tempo. Com um pouco mais de insistência, ele vai te perdoar. — Dou-lhe um sorriso amigável.

Se ele era um bom ator, eu já havia conquistado o Óscar!

A melhor maneira de descobrir os podres de uma pessoa, é fingindo está do lado dela. E com isso, eu posso descobrir facilmente o que ele realmente quer com a minha família e principalmente com meu marido.

— Espero que sim. Quem sabe eu não possa conhecer até meus netos um dia, não é? — Ele brincou. Eu forjei um sorriso. Nunca vai se aproximar dos meus filhos!

— Sim, claro. Por que não? — Nem mesmo eu fazia ideia do quanto eu era bom em atuar. Guilherme repetia incansavelmente o quanto ele estava arrependido e que desejava ter o perdão do filho. Eu fingia dizer que tudo ficaria bem e que logo Grego o aceitaria. Mas da forma como vi Grego naquele dia, sei perfeitamente que ele jamais aceitaria esse homem de novo na vida dele. Grego sofreu muito e também mudou muito. E tenho a mais absoluta certeza de que ele não deixaria um pesadelo novo voltar para as nossas vidas.

— Bom, meu horário expirou. Eu realmente preciso ir. — Falo, já me colocando de pé. Ele assentiu, também se levantando.

— Ah, sim claro. Entendo. Acho que te prendi demais aqui, não foi? — Comentou, com um sorriso fraco.

— Não se preocupe, Sr. Guilherme. É o meu trabalho. Até mais! — Falo e ele sorrir, assentindo.

— Até, Cássio. — Viro às costas e saio dali, indo diretamente para casa. Que loucura! A cada dia tenho mais firme em minha cabeça que esse homem só quer destruir mais uma família. Porém, ele consegue ser bem convincente às vezes, o que me faz ficar intrigado e dividido. Grego também já fez muitas maldades para muitas pessoas e eu até já fui testemunha de uma dessas maldades. Céus, por que eu fui lembrar disso?! Que agonia! Mas ele nunca sequer triscou um dedo para machucar quem ele ama, isso eu tenho certeza. E além do mais, ele mudou. Abandonou o caminho errado e finalmente seguiu o certo.

Mas e Guilherme? Poderia ter mudado também ou tudo não se passava de uma farsa?

Bem, se levar para o lado mental, ele claramente tem grandes problemas psicológicos. Hm... Talvez ele também tenha passado por problemas graves na sua infância, e não sabendo lidar com isso, acabou fazendo o mesmo depois que construiu sua família. Isso é muito comum de acontecer.

Merda! Que confusão!

Chego em casa finalmente! E assim que entro, vejo Grego largado no sofá, assistindo o seu futebol de sempre e tomando uma cerveja. Estava sem camisa e usava apenas uma samba canção. Não preciso dizer o quanto ele estava lindo e principalmente cheiroso, né? Seus cabelos estavam úmidos e seu perfume exalava por todo o ambiente, demonstrando claramente que ele havia acabado de sair do banho.

Tiro meu jaleco e deixo minha pasta preta de lado. Sigo até ele, sentando em seu colo e o beijando. Ele sorriu, segurando em minha cintura e beijando meu pescoço.

— Cadê as crianças? — Questiono, um pouco ofegante, sentindo seus beijos quentes em meu pescoço.

— Dormindo. — Sussurrou, agora mordiscando minha orelha.

— Perfeito... — Murmuro e ele ri contra minha pele, me abraçando forte pela cintura e me enchendo de beijos. Mas logo parou, repentinamente, o que me fez o encarar zangado.

— Preciso te contar uma coisa. — Ah, não. Lá vem!

— O quê? Não está fazendo parte de nenhuma outra máfia não, né? — Questiono, receoso, e ele ri.

— Não, amor. Não estou. Eu... decidi perdoar meu pai.

Oi?!

— O quê??

O DONO DO MORRO - Uma Nova Era - [ROMANCE GAY] Onde histórias criam vida. Descubra agora