Cap 2

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Cap 2. 

- Se são quatro, está faltando um, Matt.
-Olha, eu estou aqui para tudo o que você precisar – Ele disse em um tom triste. – Sua mãe foi mordida. 

  Ele diz isso e eu congelo. Logo saio de seu colo, ele me chama, mas eu ignoro. Saio da tenda e vou atrás da minha mãe (Violet), a encontro perto da fogueira sentada em um toco de madeira. Ela está usando uma blusa sem mangas (suja), que deixa a mostra uma mordida em seu ombro esquerdo. Ela está com o rosto abatido.

  Vou em sua direção, as lágrimas saltam dos olhos. Ela me vê e tenta dar um sorriso fraco.

-Não!- Digo em uma voz chorosa. - Mãe, me diz que não!

-Shi Shi. - Ela passa as mãos pelo os meus cabelos. – Vai ficar tudo bem, querida.

-Não, não vai!- Digo chorando em seu ombro. – Mãe... – Soluço. – Como? – Volto a chorar.

-Querida, todos morremos. E chegou a minha vez. – Ela diz tranquilamente. Como ela pode dizer essas coisas tranquilamente?

-Mas por que tão cedo?

-Pode ser cedo, mas fiz tudo o que queria. Fiz a faculdade de História, dei aulas em Harvard. Conheci seu pai em um curso. Me apaixonei. Tive o casamento mais engraçado do século. Tive uma filha linda. – Ela beija o topo da minha cabeça. – Que desligava a TV no meio do jogo de futebol, que saia no dia do seu aniversário, com um pedaço de bolo, se sujando. Mas sabe o que me deixa mais orgulhosa? Que eu lutei por tudo o que eu tive. E tudo que tive se transformou no que eu queria.

-Você ensaiou isso? – Perguntei.

-Sim. – Nós rimos, mas logo ela ficou seria. – Chloe, eu sei que não vivemos em um mundo normal. Mas quero que lute para fazê-la o mais natural possível. Mesmo não estando aqui eu vou estar sempre orgulhosa dessa mulher que chamo de filha.

-Mãe, eu tenho 16 anos, estou mais para adolescente.

-Eu sei querida. Mas hoje, que me vou, você se torna a mulher da nossa família.

-Mãe olha...

-Me prometa não vai chorar, por mim.

-Isso é impossível.

-Imagina que vou para um local melhor. – Ela diz e se levanta. – Eu te amo.

-Eu te amo.

  E ela vai andando para dentro da floresta, antes disso ela pegou um revolver. Eu queria tanto, mas tanto poder ir atrás dela. Mas não. Eu fiz uma promessa... Mas como não chorar? Eu quero começar a correr atrás dela. Eu preciso correr. Começo a correr na direção onde ela foi, mas meu pai me segura na cintura.

-Mãe! – Berro. – Mãe!

-Calma filha. Vai ficar tudo bem. – Ele diz passando a mão em meus cabelos e eu continuo me mexendo e ele não fazendo nenhum esforço.

-Não, não vai. MÃE! – Berro e volto a chorar. – Mãe...

  Ouço um tiro, a princípio me assusto. Mas começo a chorar. Viro e abraço o meu pai. Estamos ambos chorando. Eu... Eu podia ter impedido.

-Pai. – digo com a voz embargada.

-Vai ficar tudo bem. – Ele diz tentando parecer tranquilo. – Eu amo você.

-Te amo também... Mas eu...

-Só temos nós dois agora.Viu? E teremos que ser unidos mais do que nunca.

  Nós ficamos um tempo assim. Eu chorava horrores, ele não. Depois desse tempinho, várias pessoas vieram dizer “meus sentimentos” ou “meus pêsames”. O que me fazia sentir pior.

    Passei o resto do dia com o Matt. Foi um dia triste. Melancólico. Foram três dias de luto. Três dias sem dormir direito. Três dias sem comer direito. Três dias que era difícil repirar, parecia que tinha algo na garganta, como se tivesse levado um soco no meio do peito.

    Meu pai se fez de durão, mas ouvi o seu choro, na tenda ao lado. Eu lembrei de tudo e voltei a chorar.

  Horas mais tarde, depois de não conseguir dormir, Matt apareceu.

-Você está maluco? Se meu pai...

-Ei! Eu estou aqui para te apoiar, e não estamos fazendo nada de errado.

-Obrigada.

  Ficamos deitados, eu com a cabeça em seu braço, e o mesmo em volta da minha cintura. Fiquei mais um tempo acordada, e começou a chover. O barulhinho da chuva me tranquilizou e dormi.

  Eu tenho que mudar, eu preciso mudar.

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Genteeeee lindaaa
Então, me sigam no Twitter (TigerRajaram) porque lá, antes de postar o capítulo, eu vou por uma frase, texto ou sinopse do próximo capítulo. Beijoo

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