Cap 10

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Cap. 10

Já faz um tempo, lembro-me como se fosse ontem. Quantas vezes na sua vida você já ouviu isso? É incontável. Mas realmente, lembro todos os detalhes daquele dia.

Era uma manhã de sol, eu estava debaixo da árvore sem fazer nada. Era primavera, tudo estava florido e muito bonito. O engraçado é que mesmo com essa bagunça desse mundo, a natureza não se altera, sempre a mesma.

Vou em direção à cabana do meu pai, ele está conversando com Richard e Julie. Eu paro no mesmo momento. E fico por fora da tenda escutando. Sei que é feio escutar conversa dos outros, mas a minha curiosidade vence.

-Não! Essa cidade é muito longe. - Rebate Julie.

-Porém, ela é do interior, talvez tenha menos zumbis. - Diz Richard.

-Sim, é interessante pensar sobre isso. Julie, temos bastante combustível. E, além disso, por ser cidade do interior, tenha mais suprimentos. - Meu pai diz.

-Charles, você sabe que precisamos de suprimentos e rápido! Depois desse ataque, perdemos muito suprimentos. A tenda da comida foi basicamente destruída. - Julie diz.

-Eu sei, mas as outras cidades seriam mais complicadas. Será melhor por essa.

-Mas Charles...

-Julie, é melhor por essa cidade. - Diz Richard contando Julie.

-Ta bom. Boa sorte para vocês. - Ela diz e sai da barraca. A sorte era que ela saiu na direção oposta a que eu estava.

Eu ia entrando quando Richard começa a falar.

-Eu disse que mulher no grupo ia atrapalhar. - Diz Richard.

-O engraçado, é que essa mulher já ajudou bastante em estratégia. -Meu rebate e escuto Richard resmungando. -Precisamos escolher um grupo para ir à cidade.

- Sim. Quem de nós dois vai? Porque a Julie pelo visto não vai ajudar.

-Ela é uma mulher de opinião. Eu vou. -Ele responde.

E nessa hora eu entro. Encontro os dois na velha mesa improvisada com um mapa em cima.

-Oi Richard e Pai!

-Bom, eu vou saindo. Você pode escolher o grupo. - Richard diz e sai da tenda. Não sei por que, mas ele sempre parece estar bravo com algo.

-O que houve pai? - pergunto me fazendo de desentendida.

-Deixa isso para lá! Não quero te deixar preocupada.

-Não. Pode contar.

-Estamos ficando sem suprimentos, e queremos ir a uma cidade vizinha. - Ele resume. - Preciso decidir quem vou levar comigo.

-Quer que te ajude?

-Claro.

Peguei uma caderneta e uma caneta. Começamos a discutir pessoas que iam. E como sempre, estava Matt no meio.

-Pai?

-Sim.

-Você tem algum problema com o Matt?

-Por quê?

-Porque em todas essas missões você sempre o coloca.

-Talvez eu tenha um desejo obtuso de que ele possa morrer em uma dessas missões e não vou ter quem me chame de "Sogrão". - Ele diz com uma expressão de como estivesse contando um sonho. Nós gargalhamos.

-Que horror! Acho que ele puxa o seu pé de noite te chamando de "Sogrão". - Digo e nós gargalhamos mais.

-Fica tranquila, acho Matt um bom sujeito. Ele é educado e dedicado, e ele te protege mais que eu. E como você entra em encrenca de dez em dez minutos...

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