Renúncia

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Aqui o ar é rarefeito
estico meus braços tentando tatear
buscando uma saída
mas ela não existe

os muros começam a ficar cada vez mais altos
e todas as lágrimas não choradas
transbordam
enchem o lugar

me deixando claustrofóbica
e presa
sozinha
mas ninguém virá

lá fora é silencioso
aqui dentro só ouço minha respiração
e meu próprio choro

escalar não dá certo
cansei de tentar
e o silêncio ainda tenta
constantemente
me matar

desisto novamente
me jogo no chão deixando tudo me levar
a água me consumir

inunda meus pulmões
faz o ar se esvair

eu deveria ter aprendido a nadar
enquanto a sanidade ainda estava aqui.

13.01.19

Poeta de meia tigelaOnde histórias criam vida. Descubra agora