Sobre te deixar ir

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Um constante aperto no peito
soluços entre lágrimas
sentindo meu ar se esvaindo

Os olhos fundos
andando como uma marionete
sobrevivendo ao se arrastar

Encarando o teto vazio
como quem espera um milagre
mas este nunca virá

Abraço o travesseiro
com a maior força que consigo
como se isso fosse te fazer voltar

O perfume que uma vez exalou
agora é como um inseticida
que repele e fere

As borboletas do estômago
se rebelaram
impedem a alimentação

Tudo continua normal
o mundo não se afeta
assim como você

Continuo dando murro em ponta de faca
abrindo mais a ferida
enquanto suplico para sarar

Me dói a bagunça externa
um reflexo da minha mente
ao qual não consigo consertar

15.09.22

Poeta de meia tigelaOnde histórias criam vida. Descubra agora