Você

26 1 0
                                        

Tudo me lembra você: dos cachinhos do cabelo às figurinhas sem sentido. Do primeiro abraço. O primeiro beijo. A primeira vez que seguramos as mãos.
E as últimas também.

Sem sentido e vazio foi tudo que senti naquele momento, enquanto te dizia que deveríamos terminar o nosso pseudo-alguma-coisa-quase-namoro.

Você foi uma coisa boa na minha vida, uma das poucas nos últimos anos. A luz que me salvou em um momento difícil, acolheu, me fez rir e começar a enxergar saída no que eu acreditava ser um poço sem fim. Mas isso também acabou.

Fiquei perdida e me apeguei a memória para conseguir continuar, mas ela é falha -e com o tempo isso tende a piorar-, descontínua e traiçoeira.

Quantas vezes não me peguei escrevendo mensagens contando meu dia, medos e pesadelos. Até sobre as coisas mais bobas. Mas não podia enviá-las, não tenho mais esse direito.

Ou as vezes em que ria de algo e ia automaticamente te mandar, mas ficava presa nesse querer.

E sinto saudades, só que também sei que não posso dizer. Seria muito egoísta.

30.11.22

Poeta de meia tigelaOnde histórias criam vida. Descubra agora