PRÓLOGO

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DIA 8 DE AGOSTO, CASA DA FAMÍLIA CARDOSO

Portas e janelas trancadas. Mãos atadas, alvo de uma pistola calibre 22 sendo segurada por mãos trêmulas.

Rostos de características comuns, cheias de medo, pavor e a esperança perdida. Vertentes dos olhos tristes, lágrimas de dor, desespero de quem já não espera mais nada.
A dor de quem nunca conheceu o amor.

E então...
Com as primeiras palavras sussurradas, um mundo paralelo se abriu.

Os pés tocaram o chão frio e as memórias voltavam com o toque da espada. O anjo da morte a sua frente, agora negando riscar os sete "P's". Julgava-os pelo apocalipse que se aproximava: um fim meticulosamente arquitetado por uma mente à beira do colapso.

Ela dançava.
Como se a música falasse por seu corpo,
como se a dor precisasse sair em forma de movimento.
Lágrimas salgadas se encontravam com um sorriso doce.


Sabia que não era Deus. Nem anjo.
E ao dizer seu simples adeus humano, seu adeus sangrava.
Escrevia, com cada gesto, o retrato do próprio medo.

MEDO DO ÍMPAROnde histórias criam vida. Descubra agora