SÃO PAULO, SÃO PAULO
"O prêmio pelo projeto 'Mães Solteiras' foi dado nessa sexta-feira, para a psicóloga Ana Cardoso na cidade de Florianópolis em Santa Catarina, onde foi realizado um grande evento com personalidades importantes..."
Rodando na cadeira, olhando para as paredes mofadas, o espelho refletindo uma linda e sensual mulher, inteligente e gananciosa, de ira da cabeça aos pés.
Os gritos foram ouvidos pelo prédio todo, a mão sangrava e o reflexo de duas pessoas diferentes com o mesmo rosto fez com que Diana estremecesse.
O sangue pingava em uma poça já formada no chão e Diana continuava tentando entender e se comunicar inconscientemente com aquele ser no espelho quebrado, enquanto o sangue escorria pelo reflexo. Quem era aquela conhecida desconhecida? O nome ecoava assombrosamente em sua mente "Ane".
A batidas na porta seguidas pelo chamar de seu nome, trouxeram os sentidos de Diana, que correu lavar a mão tentar estancar o sangramento com um toalha. Ao abrir a porta se deparou com a senhora Lurdes, a simpática senhora de meia idade que morava no apartamento em frente.–Oi, Dona Lurdes, no que posso ajudar a senhora?
–Eu é quem pergunto, minha jovem, ouvi um grito e fiquei preocupada — disse a senhora com a voz trêmula e preocupada.
–Ah sim — Diana ficou sem graça e mostrou a mão enrolada na toalha — quebrei um copo agora pouco, mas está tudo bem.
–Tome cuidado, minha querida — disse a senhora risonha — pode contar comigo para o que precisar, só bater em minha porta que terei o maior prazer.
–Muito obrigado, Dona Lurdes, até mais.
Diana mudou o olhar e ficou pensando na simpatia de todos os moradores do prédio, nunca tinham lhe dado um "bom dia" e agora eram todos vizinhos gentis até demais. Sabia que era por conta da morte de seu pai e podia ouvir os pensamentos de piedade, sentia desprezo por casa um, mesmo que um lado pedisse um abraço, seus instintos sempre em alerta.
Era hora do renascimento, a hora de fazer ou morrer, da verdade ou da mentira, a hora tão esperada.
–Alô, número 4? — disse Diana com uma voz maléfica.
–Oi, Ane, pensei que não entraria mais em contato — a voz no outro lado da linha estava nervosa — quanto tempo.
–Como andam as coisas por aí?
–A velha está bem, apesar de estar fazendo alguns exames escondidos da família e eu estou fazendo tudo de acordo com o que a senhorita ordenou.
–É isso que eu gosto de ouvir, seu dinheiro já está na conta. Como está o nível da sua confiança?
–De certa forma ótima, a velha às vezes pega no meu pé, sabe como é né.
–Vou precisar que você faça uma jogada melhor ainda, mas já sei que irá realizar com sucesso — sorriu maléfica.
–Ane, preciso te dizer algo importante... — a voz aflita se perdeu no ar.
–Pois não, diga logo.
–Só queria agradecer por ter salvo a vida da minha mãe, terei eterna gratidão.
–E eu sei que poderei contar com você, em um mês poderá voltar para casa ou seja lá para onde queira ir, é a última fase da sua missão. Chegou o grande momento da rainha se mover no tabuleiro.
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MEDO DO ÍMPAR
Mystery / ThrillerEm um passado não muito distante, tanto quanto as mágoas que a cercavam, Diana já planeja a volta para suas origens e resolver o que atormentava-a. Fazendo aquilo que achava certo, planejando uma volta mirabolante como a rainha do tabuleiro de xadre...