Não vou deixar você sozinho.

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~ Miyazaki

O sinal bate e a aula acaba. Todos estavam indo para suas casa. Hiroshi se despede de mim e também vai embora. Como sempre sou o último a sair da sala.
Eu estava andando pelos corredores para ir embora, quando me deparo com o Hiroshi no chão, ele estava todo machucado e chorando muito e em sua volta estava os amigos de Harry. Eu fiquei muito irritado naquele momento, algum dia eu juro que irei matar todos eles. Jogo minhas coisas no chão e saio correndo até eles.
- Tira suas mãos dele! - Grito irritado e vou pra cima deles. Dou um soco na cara dele e ele cai no chão, sinto um deles vindo por trás de mim e me viro rapidamente e dou um chute na barriga dele. O único que faltava saiu correndo. Peguei os dois que estavam caídos no chão e dei vários socos na cara deles até eles desmaiarem. Eu pego minhas coisas e corro até Hiroshi. Ele se encolhem, deveria estar com medo.
- Ei, tá tudo bem, sou eu, Miyazaki. - Digo com uma voz doce e suave.
Ele abre um sorriso e pula em cima.
- Obrigado. - Ele diz chorando e me abraçando. O abraço de volta.
- Você consegue enxergar sem seus óculos? - Pergunto.
- Não muito, está tudo embaçado. - Ele diz procurando por algo, acho que estava tentando ver meu rosto. Eu pego ele no colo.
- A onde vamos? - Ele pergunta.
- Pra minha casa. - Digo.
Chegando em casa eu o levo rapidamente para o meu quarto e deito ele na cama.
- Fica aí, acho que tem lente aqui para você. - Digo e ele assente com a cabeça.
Dou uma procurada e acho as lentes que minha mãe usava, dou uma limpada nelas e vou até Hiroshi.
- Não sei quantos graus você usa, mas espero que esse seja o suficiente. - Digo colocando as lentes nele.
- Está perfeito. - Ele diz sorrindo.
Fico admirando seu rosto, ele ficava muito mais bonito sem seus óculos.
- Você tem belos olhos. - Digo.
Ele fica vermelho na mesma hora.
- O-Obrigada. - Ele diz envergonhando.
Me levanto e vou atrás do ponto socorro para cuidar dos ferimentos dele. Pego a caixa de ponto socorro e vou até ele.
- Onde eles te bateram? - Pergunto.
- Um deles me deu um soco na cara, depois um chute nas costas e na barriga. - Ele diz.
Pego um pano com água para limpar os ferimentos no rosto dele.
- Se doer me fala ok? - Digo me aproximando e ele assente com a cabeça.
Termino de limpar os ferimentos no rosto dele, passo uma pomada e faço um curativo nos ferimentos. Passo minha mão pelo seu rosto.
- Aqueles garotos vão se ver comigo! Esse seu rosto tão belo todo machucado. - Digo e ele fica vermelho novamente.
- Tira a camisa. - Digo e ele fica mais vermelho do que antes.
- O que!? - Ele diz todo envergonhando.
- Preciso ver se eles não machucaram sua barriga e suas costas com o chute. - Digo já tirando sua camisa. Ele fica vermelho como um pimentão, fico admirando seu corpo, ele era tão perfeito, pena que aqueles malditos garotos deixaram feridas nessa perfeição. Pego o pano com água novamente e começo a limpar os ferimentos.
- AIIII!! - Ele grita.
- Desculpa. - Digo preocupado.
- Tudo bem. - Ele diz e volto a limpar seus ferimentos, depois passo uma pomada e faço uns curativos.
- Pronto. - Digo guardando as coisas.
- Obrigado. - Ele diz.
- De nada. Vou preparar o almoço. - Digo ajudando ele a se levantar.
- Onde estão seus pais? - Ele pergunta.
Me começo a lembrar da morte dos meus pais.
- Eles estão trabalhando? - Ele pergunta.
- Isso! Eles estão trabalhando. - Minto.
A gente vai para a cozinha, ele se senta na mesa e eu começo a preparar o almoço que logo fica pronto. Comemos e depois ficamos conversando.
- É melhor eu ir embora, nem avisei pra minha mãe que estou aqui, ela deve estar preocupada. - Ele diz se levanto da mesa. Me levanto também e chego mais perto dele e pego nas suas mãos fazendo ele corar.
- Fica mais um pouco. - Digo triste.
- Desculpa, mas eu tenho que ir. - Ele diz também querendo ficar.
- Por favor, eu me sinto tão solitário. - Digo. Eu gostava de ser solitário até ele simplesmente aparecer.
- Eu menti Hiroshi, meus pais morreram anos atrás em um acidente de carro, desde de então eu passei a morar sozinho. - Minto, mas nem tanto, até porque nem tudo era mentira, meus pais realmente morreram e agora eu moro sozinho, só que eles não morreram em um acidente de carro. Odeio mentir pra ele.
- Miyazaki, sinto muito! - Ele diz arregalando os olhos.
- Tudo bem, você não tem culpa. - Digo. Ele pega seu celular e começa a ligar pra alguém.
- O que você tá fazendo? - Pergunto.
- Ligando pra minha mãe, vou perguntar pra ela se posso dormir aqui hoje. - Ele diz.
- Dormir aqui!? - Digo surpreso.
- Sim, não vou deixar você sozinho, vou tentar fazer o máximo de companhia possível pra você não se sentir sozinho. - Ele diz com um sorriso gentil.
- Alô? - Pausa.
- Mãe, será que eu poderia dormir na casa de um amigo? Só hoje. - Pausa.
- Obrigado mãe! Tchau. - Pausa e desliga o telefone.
- E aí? - Pergunto.
- Vou dormir aqui!! - Ele diz se jogando nos meus braços todo animado.

Eu amo um assassino (yaoi) Onde histórias criam vida. Descubra agora