Eu sou gay.

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~Hiroshi

Acordo. Abro os olhos lentamente. Eu estava nos braços de Miyazaki, ele me segurava forte e nossos corpos estavam colados uns aos outros. Me afasto um pouco para conseguir ver aquele rostinho lindo dele. Dou um sorriso e faço carinho de leve na cabeça dele, fico um tempo assim até que vou afastando minha mão lentamente para não acorda-ló. Ele abre os olhos rapidamente e pega na minha mão levando ela até seus cabelos novamente.
- Continua. - Ele diz fechando os olhos.
- Desculpa, eu te acordei? - Pergunto baixinho enquanto volto a fazer carinho em seu cabelo.
- Sim, mas tudo bem. - Ele diz ainda com os olhos fechados.
Ficamos mais um tempo assim até que me afasto, ele abre os olhos e consigo ver aquele olhar negro.
- Vamos levantar logo, não podemos chegar atrasados na escola. - Digo.
- Não quero ir! - Ele diz se virando de costas pra mim.
- Vamos!! - Digo abraçando ele pelas costas. Ele se vira pra mim novamente e me abraça de volta.
- Quero ficar aqui agarradinho com você! - Ele diz com uma voz manhosa.
- Como vou dizer não pra você desse jeito? - Digo olhando para ele.
- Então diga "sim! Vamos ficar aqui agarradinhos". - Ele diz sorrindo.
- Tudo bem, tudo bem. Mas só dessa vez! - Digo rindo um pouco.
- Ebaa!! - Ele diz e me abraça mais forte. Era difícil acreditar que ele era um assassino, porque agora mesmo ele parecia uma criança.
Se passa alguns minutos e acabamos dormindo abraçados mais uma vez.

~Quebra de tempo~

~Miyazaki

Acordo mais uma vez. Hiroshi ainda estava dormindo em meus braços como um anjo. Me levanto com cuidado para não acorda-ló, sento na cama e pego o meu celular, me assusto ao ver que já era quase 1h da tarde.
- Miyazaki. - Escuto alguém me chamando com uma voz doce de sono, só podia ser o Hiroshi. Me viro conseguindo ver ele.
- Bom dia meu anjinho. - Digo chegando perto dele e dou um beijo na sua testa.
- Bom dia não, boa tarde na verdade, dormimos de mais. - Digo.
- Que horas são!? - Ele diz se levantando rapidamente.
- 13:00h - Digo.
- Merda! - Ele diz pegando seu celular.

~Hiroshi

- Merda! - Digo pegando meu celular. Havia várias mensagens da minha mãe, eu não avisei que iria dormir aqui, ela vai me matar.
Começo a escutar alguns barulhos e percebo que o Miyazaki havia ligado a TV, estava passando jornal e pra minha surpresa minha mãe estava na TV chorando rios de lágrimas.

"Hiroshi sumiu desde de ontem, a mãe disse que o menino foi a escola e que depois iria passar a tarde na casa de um amigo e iria voltar as 17:00h, porém ele não voltou e não deixou nem um recado, e nem se quer foi a escola de manhã, e também não atendeu aos telefonemas e as mensagens. Ele está sendo procurado. A boatos de que ele foi raptado pelo famoso assassino conhecido como o homem mascarado ou o assassino do halloweem".

 Hiroshi

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Hiroshi. 17 anos.

Depois que a repórter diz tudo aparece uma foto minha.
Meu Deus! Minha mãe era muito dramática! Eu sei que eu não avisei que iria dormir aqui, mas era bem óbvio que eu iria dormir na casa do meu "amigo" certo?
- Você realmente foi raptado por o homem mascarado. - Ele diz rindo e fazendo cara de deboche. Começo a rir junto com ele, até que ele para de rir e chega perto de mim com uma cara maliciosa.
- Não é tão ruim ser raptado. - Digo com um sorriso malicioso, bem, não sei se estava realmente malicioso, só estou tentando ser sexy!
Ele sorri e me dá um beijo quente, ele pede passagem para língua e eu cedo, nossas línguas se encontram e se tornam uma só. Nós afastamos pela falta de ar e ele começa a beijar meu pescoço me deixando mais sem fôlego ainda.
- M-Miyazaki? - Digo envergonhado e com a voz ofegante.
Ele para de beijar meu pescoço e olha para mim. Ele estava tão sexy! Ele estava corado e com os cabelos bagunçados mais do que o normal. Aquilo estava me deixando excitado, eu queria muito aquilo, eu queria ele por completo, queria aquele corpo no meu, eu queria ele dentro de mim, mas eu não podia agora, por mais que eu quisesse, eu precisava voltar pra casa antes que minha mãe tenha um ataque do coração!
- Desculpa, mas tenho que ir. - Digo me afastando um pouco.
- Ata, tudo bem. - Ele diz tentando disfarçar sua tristeza. Sinto muito Miyazaki, eu também queria isso.
Me levanto e coloco minhas roupas, devolvo aquele moletom amarelo que eu sempre visto quando durmo lá, gostava daquele moletom, o melhor dele é que tinha o cheiro do Miyazaki e servia perfeitamente em mim.
- Pode ficar pra você, nem serve mais em mim mesmo. - Ele diz me devolvendo o moletom.
Abro um sorriso enorme, de orelha a orelha, pego o moletom e o abraço.
- Obrigado. - Digo.
- De nada. - Ele diz correspondendo o meu abraço.
Me afasto e dou um selinho nele, abro a porta do quarto, olho para ele mais uma vez e vou embora.
Chegando em casa me deparo com os meus pais, a preocupação foi tão grande que eles nem foram trabalhar!?
- Filho!! - Minha mãe diz chorando e se jogando nos meus braços.
- Oi mãe, calma, eu estou aqui, tá tudo bem ok? - Digo baixinho.
Logo meu pai vem e abraça nós dois e ficamos naquele abraço em família, eu amava eles e eles me amavam, como iriam reagir quando descobrissem que eu fosse gay?
- O que aconteceu meu filho? Onde você estava? - Minha mãe diz se afastando e passando a mão no meu cabelo.
- Conte tudo pra gente! - Meu pai diz se afastando também.
- Não aconteceu nada, eu apenas dormir na casa do meu amigo e esqueci de avisar, foi isso, desculpa. - Digo.
Meu pai que estava feliz ao me ver logo fecha a cara.
- Você está proibido de dormir na casa desse garoto! - Ele diz furioso.
- O que!? Mas porque!? - Pergunto indignado, ele não podia fazer isso!
- Isso é pra você aprender a não dormir mais na casa dos outros sem avisar! E ainda nem foi a escola por causa desse garoto! Agora vai pro seu quarto! - Ele grita irritado.
- Amor, não precisa falar assim com ele, essas coisas acontece. - Ela diz.
- Não mãe, tudo bem. - Digo e subo para o meu quarto, infelizmente aqueles momentos bons em família duravam pouco, meu pai sempre estraga tudo, ele é muito estressado em relação a tudo, por isso tenho medo de dizer que sou gay, ele podia ficar com tanta raiva ao ponto de me bater? Eu não quero saber sobre isso.
Começo a ficar com fome e lembro que eu não havia comido nada, desço pra cozinha, pego o almoço que minha mãe tinha feito, me sento na mesa e começo a comer. Começo a ouvir alguns barulhos na sala, meus pais estavam brigando mais uma vez.
- Você não tem que tratar o nosso filho assim! Ele tem apenas 17 anos! É normal que isso aconteça! - Ela diz.
- Você não entende! Já faz dias que ele esta dormindo na casa desse tal amigo e a gente nem conhece ele! Vai saber se é um amigo mesmo. - Ele diz e isso me deixa em choque, será que meu pai desconfiava que eu era gay?
- Porque nosso filho mentiria pra gente!? - Ela diz.
- E se nosso filho for gay!? - Ele diz e eu congelo. Eu deixei tão óbvio assim?
- O que!? - Ela diz.
- Olha, ele nunca namorou uma menina, vivi na casa desse suposto amigo. Ah, e aquele dia que ele chegou em casa chorando depois que foi na casa do amigo? Deve ter sido uma briga de casal. - Ele diz.
- Isso não tem nada haver! Hiroshi nunca namorou porque ele ainda é novo pra essas coisas. - Ela diz.
- Por favor, ele tem 17 e vai fazer 18! Ele não é mais um menininho, acorda pra vida! - Ele diz.
- Para com essas suas paranóias e vai fazer alguma coisa que preste! - Ela grita com raiva.
Não aguento mais. Me levanto e vou até onde eles estavam.
- Filho? - Minha mãe diz ao me ver.
- A quanto tempo está aqui? Você ouviu a conversa? - Ela pergunta com medo.
- Eu sou gay. - Digo.
Nem acredito que aquelas palavras saíram perfeitamente da minha boca, estava tão aliviado por ter tirado aquilo das minhas costas.
Meu pai vai até mim e me dá um soco na cara fazendo meu nariz sangrar, me arrependo no mesmo momento e o peso volta nas minhas costas. Sem perceber eu começo a chorar, e as minhas lágrimas estavam se misturando com o sangue que escorria.
- Eu sabia! - Ele diz.
- Aquele tal do seu amigo é seu namoradinho né!? - Ele diz pegando no meu pescoço e quase me enforcando.
- Para com isso! - Escuto minha mãe gritando, ela também estava chorando.
Meu pai me joga no chão com tudo.
- É melhor ir pro seu quarto antes que eu te espanque! Eu não criei meu filho pra ser gay! - Ele grita.
Eu estava paralisado, apenas queria que o Miyazaki aparecesse e fizesse o que ele sabe fazer de melhor, matar.
Me levanto rapidamente, eu precisava sair daqui, eu precisava fugir.
Corro rapidamente para o meu quarto,
Tranco a porta, pego meu celular e ligo rapidamente pro Miyazaki:
- Me ajuda! - Grito desesperadamente em meio ao sangue e lágrimas que escorriam no meu rosto.

Eu amo um assassino (yaoi) Onde histórias criam vida. Descubra agora