Inútil

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Amy Morgam Winchester

1 dia.

1 dia se passou desde que Sam nos trocou por aquela vadia de olhos pretos, desde que ele traiu sua família.

Não saí do quarto desde então. Não queria, não tinha forças e nem motivação. Meu rosto ainda estava marcado pelo soco de Sam, uma marca roxa na minha mandíbula que não doía tanto.

Meu aniversário era amanhã, mas quem se importava? não tinha o por que comemorar, e nem a animação. Isso é tão melancólico que me faz querer vomitar.

Eu só sabia me perguntar "por que?", por que Sam fez isso conosco? só queríamos ajuda-lo. Ruby estava na minha lista negra assim com na Dean há muito tempo.

Um barulho me faz despertar de meus pensamentos.

- SEU IDIOTA- era Bobby- EU SINTO MUITO SE VOCÊ SE MAGOOU PRINCESA, ACHA MESMO QUE FAMÍLIA É PRA MIMAR VOCÊ? FAZER TORTA DE MAÇÃ TALVEZ. FAMÍLIA SERVE PRA FAZER VOCÊ SOFRER, POR ISSO É FAMÍLIA.

Resolvo sair pra ver o que estava acontecendo, paro na escada e fico apenas escutando.

- EU DISSE A ELE QUE SE SAÍSSE PELA PORTA NÃO PRECISAVA VOLTAR, E ELE FOI ASSIM MESMO. A ESCOLHA FOI DELE!

- VOCÊ PARECE UM PIRRALHO MIMADO- Dean bufa e dá as costas para Bobby- não, você parece seu pai- ele abaixa o tom- eu vou te dizer uma coisa, seu pai era um covarde!

-Meu pai era muitas coisas Bobby, mas covarde não- ele diz olhando pro velho bem sério que até deu medo.

- Ele preferiu afastar Sam do que se aproximar dele, isso é covardia. Você é um cara bem melhor que seu pai, então por favor, não seja como ele.

- Bobby tá certo- falo aparecendo- eu sei o que está sentindo Dean, eu estava lá, mas nós não podemos abandonar Sam. Ele é nosso irmão.

- Mesmo depois de tudo, mesmo depois dele te machucar. Você o defende?- não respondo.

Ele se vira de costas segurando a vontade de chorar e de repente ele some, com num passe de mágica. Fico estática, pisco para ver ser eu estava imaginando coisas mas nada acontece, olho ao meu redor e ele não estava lá.

- Dean?- Bobby chama.

- O que aconteceu? ela estava ali agora- falo descontrolando meu tom de voz.

- Droga! deve ter sido os anjos- Bobby chuta a cadeira- cretinos!

Pego meu celular e tento ligar para Dean.

- Amy?- ele pergunta do outro lado.

- Dean! o que aconteceu? onde você tá?- pergunto atraindo a atenção do tio Bobby. Ponho no viva-voz.

- Os anjos, eles me trouxeram pra um lugar pra eu esperar a hora do show, alguma coisa assim.

- Você está bem?- vez do velho perguntar.

- É, eu tô bem- ele faz uma pausa- escuta, eu tenho que desligar, nos falamos depois.

- Se cuida!- digo e ele desliga.

Eu não sabia muitas coisas sobre o tal do apocalipse que estava acontecendo, mas sabia que Dean era a peça fundamental dos anjos e Sam, bom, ele estava com Ruby que dizia querer parar Lilith. Mas eu não confiava nela, principalmente depois do que ocorreu.

- O que vamos fazer?- pergunto.

- Acho que não tem muito o que fazer, já que faltou a escola hoje- ele brinca.

- Sério tio Bobby? - pergunto debochada- o caos tomando conta dessa família e você preocupada por eu não ter ido na escola?

- To tentando amenizar o clima pesado que Dean e Sam deixaram- ele se senta na cadeira e suspira cansado- tudo bem?

- Eu tô legal.

- Nada de mentiras, lembra?

- É que eu...só queria entender tudo...saber o por que de Sam fazer o que fez, por que Dean achar que é de suma responsabilidade dele matar Lilith e parar o apocalipse...

- Tudo começou quando seu irmão foi para o inferno...- ele me conta tudo. Que Sam se perdeu quando Dean morreu, que Castiel salvou Dean do inferno e o trouxe de volta a vida, que Sam teve um relacionamento esquisito com Ruby (ainda tem), as mentiras e poderes de Sam, sobre um cara chamado Chuck e o "evangelho Winchester", que Dean era escravo dos anjos já que devia sua vida a eles e tudo dai em diante.

- Caramba- é tudo que sai da minha boca- mas espera...você não acha tudo isso muito estranho? quer dizer, por que os anjos não impediram a quebra dos 65 selos? eles são anjos!

- Eu não sei- ele se ajeita na cadeira- é uma situação confusa.

- Droga! Preciso dos meus donuts- falo me levantando e indo até a cozinha.

A verdade é que eu me sentia uma inútil. Se eu tivesse feito alguma coisa, falado alguma coisa antes de meus irmãos saírem no soco, talvez as coisas teriam sido diferentes.

Talvez Sam estivesse aqui,se recuperando do vício, talvez Dean não tivesse dito aquilo e talvez eu não tivesse levado um soco na cara.

Mas eu fui uma covarde, deixei o pânico tomar conta de mim e isso não podia se repetir, ainda mais se Sam e Dean resolvessem brigar de novo.

A pequena WinchesterOnde histórias criam vida. Descubra agora