Não tem como esquecer

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Amy Morgam Winchester

- Jo é sua filha?- puxo papo.

- É, minha menininha- ela diz sorrindo, sorrio também - sabe, eu nunca pensei que veria aqueles dois marmanjos daquele jeito.

- Como assim?- pergunto não entendendo.

- Eles se preocupam com você, quer dizer que te amam. Só havia visto isso entre eles, você é uma garota de sorte.

- No começo as coisas não eram as mil maravilhas, mas melhora a cada dia. As vezes é estranho, eles conversam entre si mas eu não sinto que tenho direito de falar alguma coisa, só que eu devia ter, não é?- só percebo que desabafei com uma estranha quando já tinha falado- droga, desculpa, a gente nem se conhece e eu aqui falando dos meus sentimentos.

- Não, tudo bem. Expor o sentimentos é bom, as pessoas precisam saber o você sente- ela sorri- e sobre você achar que não tem direito...eu acho que você tem todo o direito do mundo, aqueles dois precisam de alguém para botar ordem nas coisas e me parece que você é a pessoa mais qualificada pra isso.

Fico um pouco pensativa, até que ela tinha razão, mas primeiro eu precisava domar minha insegurança.

- Valeu Hellen. A Jo tem sorte de ter como mãe.

- Você não se dá bem com a sua?

- Minha mãe era...complicada, ela era super protetora, tinha medo de me perder por coisas bobas. Mas não a culpo, ela sofreu muito e teve muito sacrifício para me ter.

- Como assim?- ela estava interessada e eu estava gostando de conversar sobre isso pela primeira vez, nem meus irmãos e nem Bobby sabiam disso.

- Ela era estéril, até que fez um pacto com um demônio chamado Azazel. Só que ele não tinha dito que a felicidade dela tinha uma prazo limite, e aí, depois que fiz 8 anos, ele...ele apareceu e a matou na minha frente. Foi aí que eu soube que monstros eram reais.

- Por isso virou caçadora?

- No começo eu só queria encontrar meu pai, mas aí as coisas começaram a voltar e eu não tive como fugir.

Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, Dean e Sam chegam. Ensinamos as pessoas o que fazer, trocar a munição por sal, carregar a arma, mirar e apertar o gatilho. Depois, Sam e Hellen saíram para ir atrás da tal da Jo.

O cara com quem eu discuti um pouco mais cedo fazia tudo sem dificuldade.

- Entende de armas, não é?- questiono me aproximando. Ele pega a arma, descarrega e depois desmonta- legal.

Pego a arma que ele desmontou e a monto, depois a carrego e a destravo.

- Parece que você também- ele diz um tanto impressionado- foi mal pelo que eu disse mais cedo.

- Sem problemas, as pessoas ficam assim quando me veem com uma arma- brinco e ele ri- desculpa pelo que eu disse também, eu fiquei irritada. 

- Sem problemas, as pessoas ficam assim quando me veem com uma arma- ele me imita e é a minha vez de rir.

- Atrapalho?- Dean chega.

- Só estávamos conversando- o cara responde. Meu irmão olha feio pra ele- eu vou terminar de carregar essa aqui- ele fala pegando a outra arma que tinham na mesa.

- Precisava disso?- pergunto de braços cruzados.

- Ele te chamou de "criança demais", você odeia esse termo.

- Ele pediu desculpas, e eu aceitei por que é isso que se deve fazer- dou as costas a ele e começo a ir até as outras armas.

- O que quer dizer?- ele pergunta me fazendo parar e olha-lo novamente.

- Você e o Sam, tem alguma coisa errada com vocês dois e eu sei o que, eu não sou burra. Olha, eu entendo que nosso irmão fez besteira, mas precisa entender que ele se arrependeu e pediu desculpas. Ele ta perturbado com isso, a culpa o corrói, e você não tá ajudando.

- Você quer que eu faça o que Amélia?- eu já disse que odeio que me chamem assim? ele parecia o Adam quando ficava bravo comigo- eu já o perdoei, mas não esqueci. Não tem como esquecer isso! eu tentei agir normalmente, eu juro que tentei, mas não consigo confiar nele do mesmo jeito que eu confiava, ele quebrou isso quando preferiu a Ruby. Você não pode me julgar!

Suspiro cansada daquela conversa.

- Certo Dean, apenas...tenta dar outra chance, não quero perder essa família também- encerro a conversa e sai de lá deixando-o pensativo.

Depois de um tempinho, com todas as armas prontas e carregadas, o pessoal começa a rezar junto com o padre que tinha ali. Eu estava sentada com os cotovelos na mesa e as mãos no rosto, minha pernas balançavam já que eu não alcançava o chão. Dean andava pra lá e pra cá, nervoso, por Hellen e Sam não terem voltado.

Escutamos batidas na porta, Dean abre e Hellen entra ofegante.

- Cade o Sam?- Dean pergunta ao perceber que ele não veio junto.

Ela balança a cabeça negativamente, Sam havia sido pego. A mulher grávida começa a surtar, estava assustada, todos estavam.

- Não, eles não podem entrar- Dean responde o padre que estava preocupado com os demônios.

- Temos que bolar um plano- falo antes que Dean saia pela porta atrás de Sam- o que aconteceu lá Hellen?

Dean, eu e Hellen nos sentamos mais afastados, não queríamos assustar mais as pessoas.

- A Jo foi possuída, temos que afasta-lá sem a machucar- ele suspira- ela me chamou de vadia!

- Doeu um pouco não é?

- Não é isso Dean, ela me chamou de vadia do olho preto. Que tipo de demônio é esse? água benta e sal dariam um jeito, minha filha pode ser idiota mas não é burra. Usa um amuleto contra possessão.

Aquilo era muito, muito estranho. Me cheirava a manipulação, mas como?

- Sabe por que o Rufus veio pra cá? qual era o presságio?- pergunto.

- Ele disse alguma coisa sobre água, é só o que eu sei.

- Padre- Dean o chama- do que ela tá falando, que água?

- Do rio, ficou poluída de uma hora pra outra.

- Quando?- pergunto.

- Na quarta, o lance do demônio começou no dia seguinte- responde o cara da arma.

- Mais alguma coisa? qualquer coisa?- vez de Dean perguntar.

- Teve, mas pode não ter nada haver- o moço da arma fala- estrela cadente. Muito grande, na mesma noite de quarta.

Aquilo me era familiar, mas de onde? AI MEU DEUS, É ÓBVIO!

Vou até uma estante de livros que tinha ali, pego um e abro na mesma.

- Odeio estar certa...- resmungo olhando a resposta pro nosso problema.

A pequena WinchesterOnde histórias criam vida. Descubra agora