De volta ao normal

5.6K 586 10
                                    

Amy Morgam Winchester

- E por que devemos confiar em você?- Dean pergunta a mulher que diz querer nos ajudar.

- Confiando em mim ou não, tanto faz- ela se levanta- o feitiço é real- ela ia saindo mas a paro.

- Por que pegaram meu amuleto?

- Ele impede que seja atingida por magia, por isso Patrick pegou. Caso contrário você não estaria perdendo seus dentes agora- ela joga o cabelo para trás- se fizerem o feitiço, seu amuleto volta pra você.

- Se fizermos isso, o feitiço atinge você e seu namorado- Bobby diz- por que quer isso?

- Tenho minhas razões. Façam rápido, sairemos da cidade amanhã.

E então ela vai embora.

...

Já tinha anoitecido. Dean e eu cavávamos uma cova para pegar osso de um assassino, um dos ingredientes do feitiço que ia reverter tudo. Eu havia perdido mais 3 dentes aquela tarde, quase não conseguia falar direito.

Dean reclamava que seu corpo doía e Bobby reclamava por ele estar reclamando tanto. E eu resmungava xingamentos destinados ao o tal do Patrick, aproveitando enquanto eu ainda falava. E Sam estava atrás do ingrediente mais difícil, DNA do bruxo.

Depois que arrumamos todos os ingredientes, e mais dois dentes meuaiu. Vamos até onde Sam jogava com o bruxo, ele tinha conseguido o DNA com o palito de dente que ele mastigava. Bobby falava o feitiço e nós vamos jogando os ingredientes aos pouco na pequena fogueira que era necessária.

Até chega a vez de jogar o último ingrediente, minha ansiedade era grande, não via a hora daquele pesadelo acabar. Dean joga o palito e nada acontece.

- Então como estou?- ele pergunta.

Balanço a cabeça negativamente já que eu não conseguia falar mais.

...

Como precisávamos do DNA, resolvemos ir ao apartamento dele. Depois de subir um monte de lances de escadas, e Dean se recuperar começamos a procurar mas não achamos nada.

- Tá tudo muito limpo aqui, é o primeiro bruxo que eu vejo que não deixou seus fluídos corporais por todo canto- Dean falava com Bobby pelo celular.

Eu continuava procurando, revirava o sofá, olhava nos armário mas nada. Escuto um barulho, de algo caindo. Corro até lá, era Dean. Ele tossia com a mão no peito, ajoelho ao seu lado e ele aponta para uma taça em cima da mesa.

Pego a taça e saio correndo o mais rápido que eu consegui só que uma dor muito forte na boca me faz parar. Os dentes que restavam começaram a cair, um por um. Volto a correr ignorando, escorria sangue pela minha boca e eu cuspia os dente que caiam. Estava no último lance de escada quando tropeço e saio rolando.

Meu corpo doía, mas eu precisava continuar. Sinto sangue escorrer pela lateral da minha cabeça, me levanto e continuo só que algo estranho acontece. Passo meus dedos e sinto meus dentes.

Corro até o espelho ali na recepção, e eles estavam lá, todos eles.  Sinto algo pesar em meu bolso, era meu amuleto. Escuto passos e olho para a escada, era Dean do jeito que ele era antes.

- O Sam conseguiu- sorrio.

...

Estávamos no quarto de hotel,Sam tinha acabado de sair pra encher a cara.

- Não tive tempo de te perguntar Amy- Dean começa- o que houve no seu rosto?

- Cai da escada- respondo deitada na cama de cabeça para baixo.

- Não, eu falo da sua mandíbula. Você estava com esse roxo desde que chegou.

Olho para Bobby que me olha com o olhar que dizia "se você não contar, eu conto". Suspiro, e sento na cama.

- Então...- enrolo- é que eu, como posso dizer...

- Ela brigou na escola- Bobby diz de uma vez.

- Como é? o que aconteceu?

- Não foi nada, eu só defendi um amigo.

- É, e isso te custou uma hora e meia na detenção e sua terceira advertência- Bobby resmunga.

- Peraí, terceira? o que você anda fazendo na escola?

- Obrigada Bobby- falo irônica-não precisa se preocupar Dean, já aprendi minha lição.

- Mesmo? por que não parece.

- E o que você esperava?-me irrito- você pode não precisar da minha ajuda, mas existem outras pessoas que sim!

- Então é disso que se trata? quer chamar a atenção?

- É sério? acha mesmo que eu quero chamar a atenção?- me levanto da cama- tudo o que eu fiz foi tentar ajudar Dean! Eu tentei te ajudar, e o que você fez? me afastou- aponto o dedo na sua cara- sabe o que eu acho? que você é um idiota egoísta!- ele se assusta um pouco- você diz que quer me proteger mas o único que ta protegendo, é você mesmo- olho debochada-  se protege da sua própria responsabilidade como irmão mais velho, afastando a mim e Sam quando mais precisávamos de você. Você faz essa pose de durão que não sente nada e quer salvar o mundo, mas eu sei que é tudo fachada, por que você tem medo. Bobby estava certo, você é um covarde.

- Está enganada Amy- ele diz cabisbaixo.

- Ah é mesmo? por que tudo o que você fez desde que nos conhecemos, só reforça a ideia de que é um medroso.

- Eu não sou um covarde, posso ter medo de certas coisas, mas não sou covarde- ele me olha- TUDO O QUE EU FIZ, FOI PRA TENTAR TE DAR UMA INFÂNCIA DECENTE-ele grita.

- NÃO É ASSIM QUE AS COISAS FUNCIONAM DEAN!- grito também mas abaixo o tom logo depois- não tem como fugir disso, eu já estou nesse mundo de monstros tempo de mais para poder fugir, você deveria saber disso.

Saio de lá deixando ele e Bobby, que assistia tudo calado, as lágrimas caiam e o que eu mais queria no mundo era ir embora daquele lugar.

A pequena WinchesterOnde histórias criam vida. Descubra agora