A pequena Winchester

A fada do dente

Dean Winchester

Nós seguimos o bruxo até o hotel onde ele estava hospedado, e ficamos esperando ele sair. Enquanto esperávamos, eu era obrigado a ouvir as piadinhas de Amy. Confesso que eu merecia depois do jeito que tratei ela, mas já estava me irritando.

Depois que o bruxo se mandou, entramos no prédio. Bobby teve que ficar por que o elevador estava em manutenção, então tivemos que seguir pelas escadas.

Estávamos no segundo andar, mas parecia que estávamos no 129º, esse negócio de velhice não era brincadeira.

E quando finalmente chegamos, eu estava ofegante. Meus pulmões pareciam que iam explodir e meu coração parecia que ia sair pela boca.

- Tudo bem? precisa de uma água? um analgésico? uma fralda geriátrica talvez?- Amy continuava a zoação.

- Cala boca- falo ofegante fazendo a rir.

Sam abre a porta do apartamento e entramos. Começamos a procurar pelas fichas até que acho um cofre. Chamo a atenção de Sam e Amy.

- Modelo roleta- falo- fácil fácil.

Eu tentava abrir mas minha visão ficava embaçando. 

- Esqueceu os óculos, vovô?- adivinha quem disse isso?

- Sai dai- Sam entra na minha frente e abre o cofre.

- O que estão fazendo?- uma voz feminina nos faz parar e olha-la.

Era a garota do bar, que conversava com o bruxo quando fui falar com ele.

- A garota do bar?- Amy pergunta confusa.

- Eu sou bem mais que isso- ela faz um gesto e uma dor aguda invade meu estomago. Depois Sam e Amy gemem de dor, deviam sentir o mesmo.

- Tudo bem- o bruxo diz a mulher e ela para com a magia- eles são inofensivos- ele se volta pra gente- vocês querem fichas? tudo bem, peguem. Mas são só fichas. A mágica não está na ficha de madeira, ou numa palavra de abracadabra, mas sim no bruxo. Querem anos de vida? tente ganhar do jeito antigo.

- Legal vamos lá- falo.

- Que carta eu tenho aqui?- ele estende uma carta. Mas eu não conseguia enxergar- foi o que pensei. Sua vista está ruim, sua memória...olha eu não sou assassino. Você por outro lado- ele aponta para Sam.

- Não Sam!- repreendo.

- O que foi? Sam é mal jogador?- não respondemos- imagino que a loirinha também não saiba jogar- ele olha pra Amy que abaixa o olhar-certo. Mas devia cuidar do seu coração Dean -ele abre a porta- vocês podem ir.

Saímos mas o bruxo chama Sam.

- A situação do seu irmão já é punição o bastante, mas não posso deixar você e a garotinha saírem sem um presentinho.

Ele bate palmas três vezes.

- O que está fazendo?- Amy pergunta.

- Vocês descobriram bem em breve- ele dá uma piscadela para ela- não esqueça de colocar os dentes de baixo do travesseiro hoje garotinha, a fada do dente pode te dar muito dinheiro- ele fecha a porta e ficamos sem entender.

Saimos do prédio e Sam começa a coçar suas partes baixas.

- Acho que aquele bruxo te passou uma doença- falo, Sam me encara bravo e sai andando, Amy vai logo atrás e eu rio.

Amy Morgam Winchester

Estava intrigada com o que o bruxo disse, o que ele queria dizer com aquilo? então como se fosse automático, passo a mão em meu pescoço.

- Não, não- falo enquanto procurava o que tinha perdido- merda, não!

- O que foi?- Dean pergunta.

- O meu amuleto, o que você me deu- passo a mão pelo cabelo- aquele filho da mãe pegou.

Eu já estava voltando em direção ao prédio mas Sam impede.

- Nós vamos pegar de volta, mas se você voltar lá agora, ele pode não deixar sair de novo.

- Merda!- chuto o vazo que tinha ali- por que ele pegou meu colar?

- Não sabemos, mas nós vamos pegar de volta, não se preocupe- Dean põe a mão em meu ombro e eu balanço a cabeça concordando.

Voltamos para o carro e explicamos para Bobby o que tinha acontecido enquanto fazíamos o caminho de volta para o hotel.  Começo a sentir uma dor de dente, a mesma dor que sentia quando eles estavam moles e...ah merda!

Chegamos no quarto de hotel e corro para o banheiro. Eles perguntavam se eu estava bem, mas não respondia por que eu estava assustada, isso não podia estar acontecendo.

 - AMY!- Bobby grita na porta e eu abro.

- Eu acabei de arrancar meu molar- falo com a boca sangrando e o dente na mão.Eles olhavam assustado- aquele bruxo cretino fez meus dentes ficarem moles!- falo um pouco alto demais, mas eu estava nervosa.

- Tudo bem se acalma- Sam diz.

- ME ACALMAR? ISSO PARECE UM PESADELO- volto para dentro do banheiro e me olho no espelho.

Talvez eu estivesse exagerando mas aquilo era agonizante, só de imaginar perder todos os meus dentes me causava arrepios.

- Vamos reverter isso- Dean velho diz- só temos que achar um jeito.

...

Estávamos em uma lanchonete tomando café da manhã, eu me entupia de café já que além dos pesadelos, tive que arrancar outros 4 dentes. Eu odiava aquele bruxo mais do que tudo na vida.

Uma mensagem no meu celular me faz despertar dos meus pensamentos de ódio. Sorrio, sem mostrar os dentes claro, ao ver de quem era.

" Oi Amy,

Espero que esteja tudo bem com sua família. Volte quando puder, por que isso aqui tá um saco sem você. Me liga se precisar.

Daniel"

- Quem é?- Dean pergunta.

- Daniel- respondo sem dar muita atenção, enquanto respondia a mensagem.

- Daniel? quem é Daniel?- e lá vamos nós de novo.

- O novo amigo dela- Bobby responde por mim.

- Amigo? achei que não tivesse amigos.

- Só que as coisas mudam Dean, pessoas vem e vão - jogo uma indireta e então aquela dor de dente mole volta- droga.

Me levanto e vou ao banheiro, arranco dois dentes e enxáguo a boca até parar de sangrar.

- Tudo bem?- Sam pergunta quando eu volto.

- Lá se foram meus caninos esquerdos- jogo eles em um guardanapo e guardo no bolso.

- Acho melhor nem te oferecer aqueles seus donuts- Sam diz.

- Eu parei de come-los, depois que quase "morri" segundo o Bobby- faço aspas com os dedos.

- Não é nem um exagero- o velho na cadeira de rodas defende- ela passou três dias seguidos vomitando.

- Bons tempos- brinco.

Terminamos nosso café sem muita conversa, Sam vai atrás de alguma coisa pra ajudar a gente e eu, Dean e Bobby voltamos ao hotel. Uma mulher estava sentada na cama quando entramos no quarto, era a mesma mulher que estava com o bruxo.

- Pegue- ela estende uma folha de papel- vai ajudar vocês...