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Durante o jantar na pousada fiquei de ouvidos bem abertos pra ver se escutava algum dos turistas falar em festa ou party ou fiesta... mas não ouvi nada disso. Ouvi apenas histórias de família e como eles estavam se divertindo na cidade.

Fui pra recepção e fiquei um tempo até que vi um grupo de 4 amigas passando pela porta rindo muito ao sair da pousada. Uma delas se aproximou do balcão.

"Boa noite. É que o papel higiênico do nosso quarto tá quase acabando e o shampoo também. Tem como repor ainda hoje a noite?" Sorriu simpática.

"Claro que sim, só deixar a chave do quarto aqui e pegar na volta." Sorri de volta. Ela tirou a chave do bolso e me entregou.

"Muito obrigada!" Disse e saiu com as amigas. Acho que todas tinham mais ou menos minha idade. Sorri enquanto via elas se divertindo.

Minha mãe se aproximou de mim no balcão.

"O que ela queria, meu amor?" Perguntou e eu disse o que ela me falou.

"Eu posso ir lá levar agora, mas a senhora tem que ficar aqui na recepção." Disse pra minha mãe que assentiu e me deu um beijo na testa antes de eu sair. Ela fazia muito isso. Eu amava.

Fui até a despensa e peguei 3 rolos de papel higiênico e dois shampoos e fui até o quarto delas.
Assim que entrei vi a bagunça e arregalei os olhos. Pablo, o moço que arruma os quartos, vai pirar quando vir.
Fui até o banheiro e deixei o que ela pediu.

Estava saindo do quarto quando senti que algo estava grudado no meu sapato.

"Arghhhh, por favor não seja papel higiênico usado." Pedi baixinho. Assim que tirei e vi que não era, sorri pro papel.

Tirei uma foto do flyer e devolvi ele pro chão. Tranquei a porta e sai.

Enviei a foto pra Henrique. O flyer era de uma festa que aconteceria amanhã, numa casa na beira da praia, do outro lado da cidade. Era só levar bebida e pagar a entrada.

Henrique me respondeu na hora.

"Uhu! Te pego às 23h."

Me peguei sorrindo e revirando os olhos pro celular. Eu odiava dormir tarde. Mas tudo bem. Estou sentindo que vai valer a pena.

***
O dia seguinte chegou e passou muito rápido. Acho que era ansiedade.
Eu não vou muito pra festas, então não faço ideia do que usar.
Olhei meu guarda roupa e todas as minhas roupas são bem... não festivas.

"Tudo bem, filha?" Minha mãe entrou no quarto perguntando.

"Sim. Só não tenho roupa pra ir pra uma 'balada'". Ri. Ela sorriu pra mim e saiu do quarto. Um minuto depois voltou com um vestido preto.

"Mãe??" Perguntei. Não tinha nada a ver com ela. Acho que nunca nem vi minha mãe usando preto.

"Eu ia a festas, ok?!" Ela me entregou o vestido. "Aliás, foi numa festa que seu pai e eu nos apaixonamos." Ela ria.

"Fofo." Respondi. "Obrigadaaa!" Cantarolei enquanto ia me trocar.

O vestido era de alcinha, evasê e curto. Caiu bem no meu corpo e eu até fiquei impressionada. Coloquei um salto, mas logo tirei. Achei minha bota favorita e coloquei. Ótimo.

Prendi meu cabelo num rabo de cavalo alto e passei a mesma maquiagem de sempre, só adicionei um batom.

Sorri pro espelho e fui lá pra entrada esperar Henrique.
Minha mãe disse que eu estava linda e meu pai disse que eu tava espetacular - a cara da mamãe -. Yosef já tinha ido dormir.

23h em ponto Henrique aparece na pousada. Ele usa uma calça jeans escura e aqueles sapatos estilo botas que não sei o nome, camiseta amarela e uma jaqueta jeans por cima. Uau. Que? Pffff. Nada. Não estou pensando em nada.

Ele entra e olha pra mim, que me levanto do sofá em que estava sentada.

"Uau." Ele diz e fica parado na porta. Uau, eu concordo. Mas não falo nada. Sorrio sem graça.
"Quer dizer, oi." Ele coça a garganta.

"Oi!" Animada, pego na mão dele e vou puxando. "Vamos curtir!" Saio rindo.

"Uhuuu!" Escuto ele e começamos a rir.

****

Mexeu ComigoOnde histórias criam vida. Descubra agora