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No outro dia vi Henrique de longe e sorri pra ele. Ele pareceu que ia vir falar comigo, mas eu sai andando e ele parou.
Juro que achei que seria mais fácil...

O final de semana foi demorado, mas não foi tão ruim assim. Como ainda estava de castigo (a semana parecia eterna) fiquei lendo um livro no meu quarto mesmo.

Segunda-feira chegou e eu não via a hora de ter minha liberdade novamente.

Cheguei na escola e Ayla veio animada ao meu encontro.

"Seu castigo acaba quando?" Ela peguntou.

"Oi, amiga, tudo bem?" Falei tirando alguns livros do meu armário.

"Tudo. Quando?" Revirei os olhos rindo e fiz as contas.

"Amanhã."

"YES!" Ela começou a comemorar. Eu fiquei com medo e preguiça demais de perguntar o que ela queria, então não perguntei e ela ficou me olhando.

"Por que você não vai me perguntar o motivo de eu estar comemorando?"

"Ayla... eu tô cansada. Essa foi uma das piores semanas da minha vida e eu não sabia que ficar de castigo podia cansar tanto assim, mas pode."

"Como assim pior semana?"

"Ah, você sabe... uma parte." Disse e ela cruzou os braços.

"Terminei com o Henrique." Disse baixinho.

"QUE?" Ela gritou. Quis meter o livro na cara dela.

"Na quinta."

"POR QUE VOCÊ NÃO ME CONTOU?"

"Para de gritar." Puxei ela pro canto. "Foi do nada. Eu simplesmente tomei essa decisão. E eu não te achei na sexta e ainda tô sem celular."

"Tudo bem... mas como você tá?" Dei de ombros.
"Ok... então talvez isso te anime." Ela me mostrou o celular. Era uma festa marcada pra quarta-feira daquela semana na casa de algum aluno que eu não sabia quem era.

"Você é mesmo minha melhor amiga? Você me conhece pelo menos um pouco?" Perguntei sarcástica.

"Eu sei que você não gosta de festa, mas dançar sempre te anima... e vamos nós duas juntas e aí você pode superar o Henrique e nunca mais falar dele..." Ela falou e eu sorri.
"Depois de você me falar exatamente como foi o término obviamente." Ri dela e o sinal tocou.

"Pensa nisso. Vai ser bom pra gente." Fiz joinha com a mão e sorri amarelo, mas pensando bem talvez ela estivesse certa.

Na hora do intervalo contei pra ela toda a história e ela odiou. Disse que achava que Henrique e eu combinávamos, mas entendia minha preocupação, mas odiou. Ela é engraçada.

***

"Bom, filha... é isso. Você sabe que mereceu, mas odiei fazer isso." Disse meu pai enquanto me devolvia meu celular no dia seguinte.

"Eu também. A gente sempre teve um relacionamento muito aberto, é só avisar a gente das coisas e pronto." Minha mãe falou e me deu um beijo na testa.

"Tudo bem. Desculpa de novo, gente. A partir de agora eu falo tudo." Disse e fiz uma cara.

"Que é? Já tem coisa pra falar?" Minha mãe assustou.

"É mais pra pedir..."

"Ai, meu Deus..." Meu pai disse e eu ri dele.

"A Ayla me chamou pra uma festa na quarta. Eu sei que é no meio da semana, mas eu volto cedo e..."

"Tudo bem, pode ir." Meu pai me cortou.

"Fácil assim? Depois de um castigo?" Perguntei rindo.

"A gente confia em você, meu amor. A gente só quer ser avisado e que você não minta." Meu pai disse. Também me deu um beijo na testa e saiu pra pousada.

Mexeu ComigoOnde histórias criam vida. Descubra agora