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Henrique e eu saímos basicamente todos os dias das férias.

É incrível como uma pessoa que era apenas um conhecido, de repente, pode se tornar seu melhor amigo.
A gente conversava tanto, mas tanto, que tinham dias que a gente nem ficava, e mesmo assim achava tudo incrível.
Então defini que éramos melhores amigos e ele aceitou a ideia.

Quando estávamos juntos eu esquecia de tudo. Existia alguma coisa dentro de mim que realmente se agitava na presença de Henri, e era alguma coisa que eu não entendia ou fingia não entender, mas quando eu estava com ele eu não ligava. O problema era ao chegar em casa...

Depois de cada dia de conversa, de beijos ou de simplesmente ficar agarradinhos no sofá, eu despencava em casa. Ficava nervosa. Pensava que não era real. É que não era, né?!

O final das férias estava chegando e eu, infelizmente, estava me acostumando a ter Henrique perto de mim. Ele é o menino mais romântico que eu já conheci e ele passou as férias inteiras provando isso. Até flores eu ganhei! F L O R E S, no plural mesmo porque não foi só uma vez!
Não era normal pra mim.
Então no momento eu amava, mas ao chegar em casa eu só pensava como eu ia ficar quando as férias acabarem e ele voltar com Lavínia e isso me apavorava pelo simples fato do que não era pra acontecer ter acontecido.

Não era pra eu estar me sentindo assim.

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Ding-Dong

Yosef tocou a campainha do apartamento de Arthur e Henri muito animado. Nas mãos ele carregava um video-game que havia ganhando ontem dos meus pais por ter ajudado tanto na pousada durante as férias.
Henri abriu a porta e já sorria. Isso me desconcertava toda vez. Estava achando ele cada vez mais bonito.
Yosef fez um toque de mão com ele e entrou em disparada indo direto pra sala de estar.

Henri olhou pra mim e encostou no batente da porta sorrindo eu sorri de volta e entrei nos seus braços que estavam estendidos pra mim. Ele beijou o topo da minha cabeça e depois eu olhei pra ele e ele me beijou. Devagar e... com gostinho de limão?

"Que isso?" Perguntei. Ele riu.

"Balinha né, Trid." Ele finalizou com um selinho e puxou minha mão.

"Oi, Arthur!" Disse enquanto Henri me puxava pela mão e o menino acenou pra mim. Um fofo.

Entramos no quarto dele e ele fechou a porta. Fui lá e deixei entreaberta. Ele revirou os olhos rindo. O computador de Henri tocava umas musicas da moda baixinho. Ele amava deixar o spotify escolher o que ele ia escutar. Ele não tinha playlist nenhuma.

Ele se jogou na cama dele mexendo no celular. Eu sentei do lado dele e fiquei observando. Eu não percebi como sorria quando ele falou.

"Tá rindo do que?" Ele levantou e ficou de frente pra mim.
"Tô com a cara suja?" Ele realmente estava preocupado. Tão vaidoso.
Ri dele e acenei com a cabeça que não. Ele então fez cara de que não estava entendendo.

Eu cheguei bem pertinho dele, me encaixando em suas pernas.
"É que hoje você tá mais bonito que o normal." Disse simplesmente.

"Uau." Ele levantou as sobrancelhas.
"Uaaaau, Trid." Ele ria. Agora quem não tinha entendido era eu.

"Que foi?" Fiquei vermelha. Será que não devia ter falado isso?

"Você falando isso pra mim. Uau. Não sabia que você podia ser romântica." Ele disse rindo e eu fiz careta, tentei sair de perto dele, mas ele me abraçou e falou no meu ouvido.
"Eu amei." Eu arrepiei inteira.
Olhei bem pro rosto dele e ele sorria.
"Fala de novo." Ele pediu. Estávamos de mãos dadas.

Mexeu ComigoOnde histórias criam vida. Descubra agora