6

174 17 3
                                    

Nenhum dos dois tem idade pra dirigir (ou beber), mas como meus pais são da ~liberdade etc~, eles compraram as bebidas pra gente entrar na festa, mas pediram pra "vigiarmos". Eu não gosto muito de beber.
Bebo no máximo um vinhozinho e olhe lá. Já Henrique, eu não sei. Já o vi bebado em alguns churrascos de turma, mas geralmente ele bebia por causa que ele e Lavínia acabavam brigando. Talvez isso não aconteça hoje.

Fomos até a festa de Uber e conversamos sobre o que esperávamos que seria essa festa. Não fazíamos ideia.

Chegamos na casa e paramos na porta.

"É isso." Olhei pra porta e bati.

"Agora não tem mais volta." Ele olhou pra mim rindo e eu fingir chorar.

Um cara - muito gato - abriu a porta e cobrou o ingresso. Ele olhava muito pra mim, o que me deixou até um pouco envergonhada, mas fingi que não.
Henrique e eu pagamos e entramos na festa.
O cara da entrada me puxou por uma mão, acho que ele ia perguntar alguma coisa, mas Henrique me puxou pela outra e não largou. Sorri sem graça pro cara e depois olhei pra Henrique.

"Ele deve ter uns 40 anos, Astrid." Ele justificou. Eu ri dele e finalmente soltamos as mãos.

A festa era realmente uma balada. Cheia de gente, música eletrônica, luzes piscando, um bar com muita bebida e pouca comida à vista.

"Devia ter jantado." Pensei alto.

"Tava pensando isso agora." Henrique disse e sorriu. Ele apontou pra dois sofás perto da piscina e seguimos até lá.

Sentamos e olhamos em volta.

"Quer alguma coisa pra beber?" Ele se levantou.

"Água." Ele virou um pouco a cabeça em dúvida e eu apenas dei de ombros. Ele sorriu e saiu em direção ao bar montado.

Tinha muita gente bonita nessa festa e nós não conhecíamos ninguém. Ótimo.

Ele voltou e me estendeu a garrafinha. Conferi se estava lacrada e abri. Ele riu do meu cuidado. Ele bebia uma cerveja qualquer, mas a cada gole fazia uma caretinha o que me fez rir.
Ficamos em silêncio um tempo.

"E aí? Como vamos fazer isso?" Perguntei.

"Fazer o que?" Ele olhou pra mim.

"Curtir." Ri alto e ele revirou os olhos.

"Do que você tá falando?" Ele falava sério.

"Ué? A gente veio só pra ficar olhando?" Bebi um pouco de água.

"Astrid? O que você quer fazer exatamente?" Ele riu.

"Eu nada. Mas acho que você devia ficar com alguém."

"QUÊ?" Ele quase engasgou com a cerveja.

"É ué. Você tá solteiro e triste. Aproveita." Eu disse apontando pras meninas.

"Eu não faço isso." Ele riu. Revirei os olhos.

"Porque não?" Perguntei e ele olhou pro chão e então eu entendi. "Por causa da Lavínia?" Ele olhou pra mim. Eu ri e olhei pra frente.
"Não é querendo ser ruim nem nada, mas você acha que ela não tá ficando com ninguém na viagem dela? Ela terminou com você." Disse e me arrependi logo em seguida. A cara dele. Ai, como eu sou idiota.

"Imagina se quisesse ser ruim." Ele riu fraco. Fiz uma careta e botei minha mão na cabeça.

"Ai, Henrique. Me desculpa. Eu fui muito insensível." Estava sendo sincera. Ele riu.

"Tudo bem... mas é que, nem é SÓ isso..." Ele deu um gole e chegou perto de mim. Eu dei um gole na minha água. "Eu nem sei mais como é ficar com outra menina. Não tenho mais "jogo?"." Ele disse e eu ri fraco.

Mexeu ComigoOnde histórias criam vida. Descubra agora