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Uns dias passaram e eu não tinha mais visto Renan. Boatos eram que ele tinha levado uma suspensão porquê tinha dado em cima de alguma professora.
Quem me contou foi Henrique que perguntou dele e eu não fazia ideia e pra falar a verdade nem havia me tocado que ele tinha sumido. Henrique parecia mais preocupado com ele do que eu.
Eu que devia estar achando estranho ele do nada falar comigo, mas estava ocupada pensando em outras coisas...

"Alô?" Henrique estralou os dedos na minha frente. Estávamos na casa dele fazendo um exercício de literatura. A aula que tínhamos juntos.
Eu não tinha percebido mas meu olhar tinha parado em cima da boca de Henri. Só quando ele estralou os dedos eu percebi. Balancei a cabeça.
Estávamos sentados na cama encostados  com as costas na parede.

"Oi?"

"Trid..." ele disse se aproximando.
"Eu sei que eu sou assim... irresistível... mas temos que fazer nosso trabalho." Ele disse ficando cada vez mais perto.
Ah sim. Aí fica fácil mesmo.

"Eu tô tranquila aqui do meu lado, você que tá se aproximando..." Falei provocando. Ele parou.

"É você tem razão." E voltou pra posição dele. Eu olhei revirando os olhos. Ele riu.

"Então..." Fui falando. "O exercício por enquanto é só escolher um escritor ou escritora, né?!"

"Sim." Ele afirmou com a cabeça também.

"Mas pra que será?" Não tinha entendido a proposta.

"Bom, se for igual na época do meu irmão, a gente vai escolher um escritor ou escritora, depois vai escrever um trabalho sobre ele, depois sobre uma obra dele... algo assim... bemm cansativo." Ele deitou na cama.

"É. Mas não deve ser tão difícil." Dei de ombros.

Algumas horas passaram e Henri e eu estávamos deitados na cama dele, exaustos.

"Foi mais difícil que eu pensei." Disse rindo.

"Pelo menos decidimos, né?!" Ele olhou pra mim. Eu fiz que sim.
"Machado de Assis, então." Ele piscou pra mim colocando seu braço pra apoiar sua cabeça pra olhar pra mim.
E me virei e olhei pra ele. Olhei no meu celular e já eram 19h da noite. Bocejei.

Ele bateu perto dele na cama me chamando pra perto dele. Eu fui.
Ele deitou direito e colocou o braço dele em baixo de mim, me envolvendo num abraço. Eu olhei pra ele sorrindo. Ele me deu um selinho. Ficamos assim e aos poucos fui fechando meu olho. Estava muito cansada.

***

Abri meus olhos lentamente, ainda sentia muito sono.
Olhei pro lado e Henrique dormia virado pra lá. Dei um leve sorriso até que olhei pela janela e estava escuro. Muito escuro. Arregalei os olhos e levantei de uma vez, o que acordou Henrique.

"Meu Deus, quantas horas?" Eu procurava meu celular desesperada.

"Hmmmm... que foi?" Ele resmungava com sono virando pra mim.

Achei meu celular. Eram 3h da manhã.
Tinham cinco mil ligações da minha mãe.

"Meu Deus, ela vai me matar." Disse procurando meu tênis ao redor do quarto.

Henrique sentou na cama.
"O que você pensa que tá fazendo?" Ele perguntou rindo.
Olhei pro celular e vi que tinham mensagens da minha mãe também.

"Indo embora?!?!?!" Eu tava desesperada.
Ele bagunçou ainda mais os cabelos.

"Tá doida, Trid? São três da manhã. Você não vai sair na rua essa hora." Ele sentou na cama.

Ignorei o que ele disse enquanto calçava meus tênis sentada ao pé da cama.

Abri as mensagens da minha mãe sabendo que era uma garota morta já.

Mexeu ComigoOnde histórias criam vida. Descubra agora