(13)

70 9 0
                                    

No colégio, todos falavam do grande jogo, o Bran estava animado demais, ele era o capitão, a Lydia mandou que fizesse camisa com o rosto dele para nós usarmos, o Caio providenciava a maconha para depois do jogo, a Melissa odiava futebol, mas amigos fazem sacrifícios uns pelos outros.

A Natasha não servia de nada, mas estava sentada a mesa, ao lado Bran, enquanto eu estava bem longe deles, fingindo que aquilo não me incomodava.

– Bran, trate de fazer um gol e dedicar para mim – Natasha disse sorrindo.

– Pode deixar, baixinha. Vou fazer gols para todos vocês – ele respondeu animado.

Eu pensei em matá-la antes do jogo, mas a morte dele estragaria tudo.

Já estava ficando agoniado, eu precisava matá-la logo. Olhar para os dois, um ao lado do outro, compartilhando o fone de ouvido, aquilo realmente me fazia sentir vontade de colocar toda comida pra fora. Por mim eu a matava ali mesmo no refeitório, mas eu aprendi com meu pai que paciência é um dom.

Era a noite do jogo. Todos estávamos na arquibancada usando camisas escritas ''Vai, Bran!'', com seu rosto estampados nela.

Neste dia eu mal tinha visto o Bran, mas eu não importei, ele passou o dia treinando, ele gostava de fazer aquilo e eu o apoiava.

Os ''Tigres'', que era o nome do time do colégio, jogavam contra os ''Falcões'', time de outro colégio.

O jogo começou bem, em alguns minutos de jogo, os tigres fizeram dois gols, mas com o decorrer do jogo, eles tomaram três gols, o Bran parecia desesperado em campo, o Bran era do tipo de pessoa que odiava perder.
No segundo tempo o jogo só piorou para os tigres, o time adversário marcou mais 2 gols, e no final, os tigres perderam feio.

O Bran ficou tão mal que qualquer um percebia no seu olhar, ele deu o seu melhor para nada.

Ele estava quieto no vestiário, então eu fui até ele.

– Ei, carinha – eu disse com um sorrisinho – Não fica assim, faz parte do jogo.

– Eu sei, mas... Você sabe como eu sou – ele murmurou – Quando finalmente meus pais estão aqui, eu não os deixo orgulhoso.

– Bran, você deu o seu melhor. Se vocês perderam a culpa não é sua – eu disse olhando em seus olhos – Vamos lá pra casa, eu sei exatamente como lhe animar.

Ele me olhou estranho.

– Desculpa, mas... Eu marquei de ir na casa da Natasha – ele disse.

– Ah, tranquilo. Se divirta, tá? – eu disse normalmente.

Ele fez um sinal positivo com a cabeça.

Em seguida eu me retirei.

Eu estava enfurecido, mas não podia demostrar, passei semanas fingindo não odiar a Natasha, estava tratando ela tão normal que aposto que todos acharam estranho.

Não sou burro, mas caso eu falhe em algo no assassinato dela, a primeira coisa que a polícia iria perguntar era se tinha alguém que não gostava dela e logo chegariam em mim.

Mas eu não iria falhar, eu lia o meu plano todos os dias, sofria de ansiedade toda noite e finalmente estava perto, finalmente tudo voltaria ao normal.

B R A NOnde histórias criam vida. Descubra agora