B R A N

(21)

– O que você quer de mim? – eu perguntei.

– Johnyzinho, tão inocente. Você começou algo e você irá terminar – ela respondeu com um sorriso diabólico.

No início não entendi do que se tratava aquilo, mas minutos se passaram e percebi que a minha mente havia criado aquilo para me fazer continuar com tudo, afinal eu matei uma garota para ter a minha rotina de volta, aquilo não podia ser em vão. E a própria Natasha saiu do inferno para me dizer isto.

Eu sabia que eu jamais desistiria do meu Bran, eu só estava confuso, mas de alguma forma sentia que toda aquela confusão passaria quando tudo realmente voltasse ao normal.

Me arrumei e fui para a casa do Bran, ele estava deitado na cama ouvindo uma música triste.

– Levanta dessa cama, agora – eu disse alto.

– Cara, me deixa em paz, por favor – ele disse com os olhos cheios de lágrimas.

Eu me sentei ao lado dele.

– Bran, você é o meu melhor amigo. Não pode me mandar te deixar em paz – eu disse.

Ele olhou nos olhos.

– Eu acho que nunca vou superar isso – ele disse.

– Cara, nada na vida é para sempre. Sabe, na vida temos escolhas, e a Nath escolheu partir e eu sei que por mais doloroso que seja, você deveria respeitar isso. Agora, Bran, faça a sua escolha. Vai ficar aí se lamentando para sempre ou vai viver a vida? – eu disse.

– Mandou bem – sussurrou o fantasma da Natasha em meu ouvido.

Bran me abraçou.

– Eu te amo cara e me desculpa por ter te afastado – ele disse, em seguida me deu um beijo na testa.

Eu amava quando ele me dava beijos na testa, me sentia tão seguro.

– Agora se arruma, nós vamos ao shopping – eu disse.

Nós divertimos, vimos um filme no cinema, comemos muitas porcarias e até rodamos em um carrossel, o Bran sorria como se ainda fossemos crianças, fazê-lo sentir-se bem me fazia a pessoa mais feliz do mundo.