*[ANTIGA FUCK BOY]
Caden Hendrix Reynolds está no topo da pirâmide escolar. Ele é tudo o que qualquer adolescente deseja ser: o capitão do time, popular, bonito, inteligente, além de se dá muito bem com garotas, independente de quem seja. É is...
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Haviam certas situações que me levavam a relembrar todas as decisões que já tomei até o momento e, em como a grande maioria, sempre percebo que são erros.
Provavelmente cometi um erro, semana passada. Não um pequeno, mas sim um que pode me levar a ficar cara a cara com meu pai, apenas para ouvir um sermão.
Particularmente odeio isso. Odeio não ver meu pai quando é o momento, odeio tanto que ele apareça apenas nos momentos em que erro e nunca quando faço algo certo. Mesmo que esses momentos sejam uma raridade.
Às vezes tenho de respirar fundo e contar até trinta para não odiar de verdade Bruce.
No momento estou tentando manter uma expressão neutra, enquanto a da Sra. Collins não passa de decepção e confusão.
Entendo perfeitamente os dois sentimentos dela. Sei muito bem o que está se passando pela cabeça dela.
Para a Sra. Collins não devo passar de um caso perdido.
— Sei que as coisas são um pouco complicadas no início, mas... — ela torce a boca, em um careta de desagrado. — A sua nota não melhorou em nada.
Engulo em seco, nervosa. Apesar de em alguns momentos ser uma ótima mentirosa, admito não querer mentir para a mulher que está me dando mais de uma oportunidade de conseguir aprovar.
— Mesmo esse teste não valendo tanto quanto o que está por vir, ainda assim é preocupante, já que você e Caden estão estudando a uma semana.
Novamente engulo em seco, dessa vez a garganta quase travando. Esfrego a mão na calça jeans, tento manter o contato visual com a mulher.
Estou com medo dela perceber que estou mentindo assim que eu abrir a boca.
Desvio olhar por alguns segundos, tentando raciocinar, mas rapidamente volto a encará-la. Desta vez tento ocultar toda a minha mentira, antes de deixar as palavras saírem.
— As coisas entre o Hen... Caden e eu estão evoluindo aos poucos. — Sinto-me quase orgulhosa por ter conseguido manter o tom firme.
As íris experientes da mulher diante de mim esquadrilha meu rosto, talvez em busca da verdade.
Talvez ela já saiba que estou a uma semana evitando Caden Hendrix tudo por conta da maldita peça. Nunca pensei que fosse odiar algo mais que matemática, contudo, Shakespeare chegou com seu maldito Romeu e Julieta e provou que sim, posso odiar algo tão profundamente que sou capaz de me sentir tonta.
Relembrar a cena onde estive quase que nos braços do Hendrix me causa uma sensação estranha. É como se eu estivesse me traindo a mim, porque o declarei como inimigo após a humilhação que me fez passar.
No começo tentei realmente perdoá-lo porque meu pai disse que acidentes acontecem e que devemos dar uma segunda chance às pessoas, entretanto, Hendrix não teve a decência de fazer um mísero pedido de desculpas.
