6: só pode ser brincadeira

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Sinto-me péssima por estar sentada diante da Sra

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Sinto-me péssima por estar sentada diante da Sra. Collins, tudo porque minhas notas estão afundando tão rápido que deixaram a pobre mulher de cabelo castanho-claro, com olheiras profundas e arroxeadas.

― Pensei que sua nota fosse melhorar um pouco depois do trabalho, mas não tivemos o menor sinal disso.

Encolho-me diante do olhar dela. É horrível estar nessa posição, tudo bem que não sou nenhum gênio, mas acreditei que seria capaz de recuperar a nota passada, o que não aconteceu.

― Desculpe, professora. ― Umedeço os lábios, desviando a atenção da mulher por alguns segundos, mas logo voltando a encará-la.

Um suspiro baixo escapa de forma lenta dos lábios dela. Observo-a se recostar contra a cadeira, analisando minha situação que não é das melhores, mas que acredito muito que possa mudar.

É isso que espero, mas tenho quase certeza de que isso não vai acontecer, porque sou péssima em tudo o que envolve exatas.

Nunca desejei tanto parecer com o meu pai como agora. O homem é um gênio das finanças, não é de se espantar que ele trabalhe em uma empresa renomada. No entanto, apenas nesse quesito que desejo parecer com ele, já no restante agradeço por não sermos tão parecidos.

― Eu realmente não sei o que fazer, Charlotte. ― Engulo em seco quando os dedos finos da mulher capturam uma pasta com as minhas notas. À medida que ela vai folheando uma careta toma conta das feições dela. ― Minhas ideias já se esgotaram.

Fecho os olhos com força, depois os abrindo. Tento pensar em uma solução mais nada parece ser capaz de me ajudar de verdade e isso me deixa frustrada.

A Sra. Collins se inclina um pouco, os cotovelos sobre a mesa e o olhar sobre a pilha de papéis que provavelmente ela terá de organizar mais tarde.

O silêncio parece me sufocar, mas obrigo-me a ficar calada porque não quero acabar atrapalhando o raciocínio dela, possa ser que ela encontre uma solução que esteja bem lá, no fundo da mente.

Balanço o pé, a atenção completamente na Sra. Collins. Estou prestes a fazer uma prece a alguma divindade para que a ajude encontrar uma solução para meu problema.

― Eu queria ter uma solução para dar a você ― estremeço diante do tom de derrota dela. Aperto com mais força a alça da mochila, meus dedos ficam dormentes, por esse motivo solto a alça e começo a esfregar a palma das mãos no jeans.

― Professora. ― Deixo evidente meu desespero. Essa mulher diante de mim, é minha única solução. Agora não importa que meu pai vai passar mais de uma hora brigando comigo, isso é, se ele lembrar que tem uma filha chamada Charlotte.

O homem está há duas semanas sem dar notícia, mas sei que quando eu menos esperar ele aparece, porque é sempre assim e, sinceramente, estou ficando cheia disso. Da falta de compromisso e presença do meu pai. Se ele magoasse apenas a idiota aqui não seria problema, mas ele magoa Beatrice e isso me quebra mais do que posso admitir.

Kiss Me Thru (DISPONÍVEL ATÉ 28/05)Onde histórias criam vida. Descubra agora