Capitulo IX

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Cada vez que venho aqui gosto menos desse lugar, se eu não fosse tão curioso, não estaria aqui novamente. Estou a duas horas sentado em uma sala de interrogatório na delegacia, onde o delegado Fernando me colocou, mas também por causa de Marcos, ele e a boca grande que tem, agora terei que esperar.

— Desculpe a demora, a delegacia está muito movimentada hoje. – o delegado Fernando fala ao entrar nas sala. – Bom agora vamos começar, você tem algo a me dizer? – ele senta a minha frente e pergunta, sei que se eu falar alguma coisa estarei morto.

— Não. – falo simples e o delegado dá um longo suspiro.

— Olha, já estamos monitorando aquela casa a meses, sei que você vai lá com frequência, então me diga o que você sabe sobre o Marcos. – ele fala como se eu soubesse tudo, talvez seja pela reação do Marcos ao me vê quando foi preso.

— Se você andou monitorando a casa, deve saber que eu sou apenas um usuário, não tenho mas nada haver com ele. Posso ir agora? – falo e me levanto, o delegado também levanta e fica na minha frente.

— Você até pode ir, mas é só por enquanto. – ele fala com seu rosto a centímetros do meu, chego a sentir o cheiro do hálito dele, menta.

Saio da sala de interrogatório com a cabeça a mil por hora, quem aquele delegado pensa que é? Ao passar pela recepção um dos policiais me diz que terei que vim pela manhã para presta um novo depoimento, sei que isso é coisa daquele delegado metido a besta.

Mesmo sendo mas de um quilômetro de distância da delegacia até minha casa, resolvo ir andando, assim terei tempo pra pensar, fumo enquanto ando, observando os carros passar por mim e pensando, como eu fui me meter em tantos problemas em tão pouco tempo?! Só espero poder resolver logo, se não vou enlouquecer de vez.

Chego em casa por volta das onze da noite, me toco de quanto andei e que também estou sem baseado, todos que comprei hoje fumei vindo pra casa e com o Marcos preso, vou ter que procurar outro lugar para comprar, se bem que acho que ele não fica por muito tempo preso.

No dia seguinte acordo com batidas insistentes na porta, me levanto e desço para abrir, quando abro a porta vejo que é Ítalo com suas malas, esqueci que ele ficou de se mudar pra cá essa manhã, ele fica parado me olhando até eu entender o porquê, estou só de cueca.

— Adorei a recepção que preparou. – ele fala com um sorriso malicioso no rosto.

— Vai sonhando. – falo e subo de volta para meu quarto e visto uma bermuda, descendo novamente para ajudá-lo com as coisas. – Você pode ficar com o quarto no fim do corredor. – falo ao terminar de trazer todas as malas dele para o segundo andar da casa.

— Tá bom, mas eu queria ficar no seu. – ele fala e faz bico.

— Se você falar mas alguma gracinha vai dormir na garagem. – falo e ele levanta as mãos em sinal de rendição, pegando suas malas e indo para o quarto.

Volto para meu quarto e tomo um banho, preciso ir na delegacia, só de pensar naquele lugar não dá nem vontade de sair de casa, ainda mas com aquele delegado, coloco uma calça jeans azul clara e uma camisa preta, um sapatênis da mesma cor, ao descer vou para a cozinha e Ítalo está lá preparando algo no fogão, o cheiro está ótimo.

— O que você está fazendo? – pergunto tomando um pouco de água.

— Bacon, com ovos mexidos, senta ai, tá quase pronto. – ele fala colocando alguns pedaços de bacon em um prato.

— Não valeu, tenho que sair agora. – falo.

— Pra onde você vai tão cedo? – ele pergunta desligando o fogo e se vira pra mim com a frigideira na mão, por que será que essa cena eu achei tão fofa?!

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