A casa estava uma bagunça, tudo revirado e quebrado, a televisão estava no meio da mesinha de vidro que tinha na sala, em pedaços, no sofá tinha garrafas quebradas e o cheiro de bebida estava exalando a casa inteira.Entro, tomando cuidado onde piso, pois tem cacos de vidro por todo lado, na sala praticamente tudo foi arruinado, vou para a cozinha e vejo a pior coisa que poderia vê, minha mãe está deitada no chão, com uma garrafa quebrada na mão e uma poça de sangue em volta dela.
Nessa hora eu perco o chão, corro e me ajoelho ao lado dela, a viro pra mim e vejo que tem um corte profundo na sua barriga, coloco a mão e ela geme.
— Mãe, o que aconteceu? Fala comigo. – a chamo com desespero em minha voz, todos os ossos do meu corpo estão tremendo.
Ela abre os olhos e olha ao redor, abre a boca e tenta falar algo, mas nenhum som sai dela, ela larga a garrafa que segurava e coloca a mão no meu rosto e força um sorriso, eu começo a chorar e aperto a mão dela no meu rosto e fecho os olhos para sentir seu toque. A mão dela vai escorregando pela minha e cai sobe seu ferimento.
— Mãe?! MÃE, FALA COMIGO. – grito e me desespero mas ainda, pego meu celular e ligo para uma ambulância, enquanto eles não chegam fico ali abraçado a ela.
Os paramédicos chegam e me encontram na cozinha ensanguentado ao lado da minha mãe, eles colocam ela na maca e a levam, eu me levanto eu vou em direção a porta, mas sou parado.
— Espera meu jovem, precisamos conversar. – um homem negro, forte, com olhos castanhos e cabelo cacheado, põe a mão no meu ombro o que me impede de ir com a minha mãe para o hospital.
— Quem é você? Foi mal, mas não tenho tempo para conversar agora. – falo e tiro a mão dele do meu ombro, me viro em direção a porta novamente, mas ele me detém de novo.
— Sou o delegado Fernando, eu compreendo sua situação, mas preciso fazer algumas perguntas. – ele fala e eu fico sem entender, por que um delegado está aqui? – Recebi uma denuncia de um dos vizinhos, reclamando de barulhos vinda da sua casa, você pode me explicar o que aconteceu? – ele pergunta e eu nego com a cabeça, atordoado com essa situação.
— Não, quando cheguei a casa já estava assim e encontrei minha mãe na cozinha. Posso ir agora? – falo e pergunto apontando pra porta. Queria saber como minha está.
— Vou deixá-lo ir por enquanto, mas teremos uma conversa depois, mandarei um policial te acompanhar até o hospital. – o delegado fala saindo da minha frente e fazendo sinal para o policial que estava na porta da minha casa.
Sai e fui em direção ao carro da polícia que estava na frente da minha casa, o delegado entrou em outro descaracterizado que estava logo atrás, dei a volta pra sentar no banco do passageiro quando percebo que ainda estou com a camisa suja de sangue.
— Não acha melhor troca-la? – o policial que iria me acompanhar pergunta se referindo a minha camisa, eu nego com a cabeça, só quero ir para o hospital.
— Não, vamos logo. – falo, ele dá de ombros e entra na viatura, eu abro a porta, mas antes de entrar ouço alguém me chamar.
— Ei Vitor, o que houve? – me viro e vejo Ítalo atrás de mim. Ele se espanta ao vê minha camisa suja.
— Nada que deva se preocupar. – falo e entro no carro, saímos e vejo pelo retrovisor que Ítalo ainda está parado no meio da rua olhando a viatura se distanciar dele, fico o olhando até ele desaparecer.
Minutos depois estacionamos na frente do hospital e eu vou correndo para a recepção, ao chegar vejo uma mulher de jaleco branco, o cabelo preso em um coque e uma maquiagem extremamente exagerada.
— Rosa Alencar, é minha mãe, como ela está? – falo tudo de uma vez sem respirar.
— Calma, você já é maior de idade? – a moça pergunta e eu confirmo com a cabeça, tiro minha carteira do bolso e os maços de cigarro caem, o policial me encara, eu pego os maços rapidamente e coloco de volta no bolso, entrego meu RG para a moça da recepção. – Muito bem, Você pode esperar no primeiro andar na sala de espera, o médico que está atendendo sua mãe irá falar com você quando terminar. – ela fala me devolvendo meu RG e um crachá de acompanhante.
Vou em direção ao elevador, com o policial atrás de mim, todos me olham, talvez por causa da minha camisa suja de sangue ou do policial atrás de mim, fazendo eu parecer um criminoso, entramos no elevador fomos para o primeiro andar onde fica a sala de espera.
— Você sabe que terá que falar sobre esses cigarros para o delegado, não é? – o policial fala ao chegarmos na sala de espera.
— Tanto faz. – falo, ele suspira e eu me sento, já impaciente, querendo notícias.
Sentado ali esperando por notícias a mas de uma hora, o médico finalmente aparece, me levanto e vou com tudo para cima dele, o policial, que tem o nome Silva em seu uniforme, me para antes que eu poça chegar no doutor, acho que ele pensou que eu poderia fazer algo contra o médico.
— Como minha mãe está? – pergunto e pela cara do doutor já sei que não são boas notícias.
— Tente se acalmar primeiro. – ele fala e eu fico ainda mas nervoso.
— Mas que merda, fala logo de uma vez. – falo em alto tom, mostrando meu estado, o doutor confirma com a cabeça e respira fundo.
— A sua mãe teve um corte profundo no abdômen, o que causou uma hemorragia interna. – fala e dá uma pausa, sentir que tinha algo a mas.
— Mas ela vai ficar bem, não é? – pergunto, mas ele não responde. – Não é? – repito.
— Infelizmente ela não resistiu aos ferimentos e veio a óbito. – o doutor fala e eu fico estático.
— Como assim, veio a óbito? – pergunto ainda sem acreditar no que ele acabou de dizer.
— Ela já tinha cirrose hepática, por consumo excessivo de álcool, com um corte daquele não podíamos fazer muita coisa, ela perdeu muito sangue. – o doutor explica e eu desabo no chão de joelhos.
Não acredito que isso tá acontecendo, como as coisas chegaram a esse ponto? Por que tinha que ser ela? Por que tinha que ser com a minha mãe? Começo a chorar, choro que nem uma criança que acabou de falar o joelho, choro como nunca chorei na vida, vida essa que só sabe foder comigo de todas as formas possíveis.
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Vícios (Romance gay) - CONCLUIDO.
RomanceVitor é um jovem viciado em maconha, que depois da morte da sua mãe, se verá em meio a muitos problemas, com a ajuda de seu melhor amigo Tody ele encontrará o amor da sua vida que o ajudará também a se livrar de seus vícios. Todos os direitos reserv...