Capítulo XII

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Vejo o dia amanhecer naquele quarto de hospital, foi uma experiência interessante, por que não era um ambiente que eu estava acostumado, algumas horas depois que amanheceu, uma enfermeira entrou no quarto com uma bandeja, meu café da manhã.

— Bom dia, como se sente hoje? – ela pergunta, colocando a bandeira em um suporte que fica adaptado a cama justamente para isso.

— Estarei melhor quando sair daqui. – falo e ela rir. Na bandeja continha um suco de laranja, pães de queijo e uma maçã.

— Não se preocupe, se os resultados dos seus exames for bom, receberá alta hoje mesmo. – a enfermeira fala olhando meu prontuário. – Daqui a meia hora voltarei para lhe acompanhar para fazer os exames. – ela fala e sai do quarto.

Me limito a comer apenas a maçã, alguns minutos depois a enfermeira volta junto com o médico e eles me levam para fazer os exames, foram muitos, a maioria eu nunca tinha ouvido falar e não sabia para que servia, volto para o quarto.

— Bom dia flor do dia. – Tody fala ao entrar no quarto, me dando um belo susto.

— Na próxima me mata de uma vez. – falo e ele rir.

— Você é muito dramático. – ele fala e senta no pequeno sofá que tinha no quarto perto da janela. – E então, já fez os tais exames? E sabe quando o resultado sai?  - ele pergunta.

— Fiz, talvez, o resultado saia antes do meio dia, dependendo dos resultados, poderei ir embora ainda hoje. – falo e ele acena com a cabeça.

— Certo e como você se sente? – ele pergunta.

— Bem. – falo e ele me encara como se não estivesse acreditando em mim. – É sério, estou bem. – falo percebendo sua desconfiança.

— Ok, mas você sabe que eu sou seu amigo né? – ele pergunta e eu concordo com a cabeça. – Que bom, então vou te contar uma novidade, mas não é boa. – ele fala.

— E qual é? – pergunto, nesse momento Ítalo entra.

— Ué, você já tá aqui? – ele fala para Tody.

— Fala logo Tody. – não o deixo responder a pergunta de Ítalo insistindo para que continue com o que ia me dizer.

— Tem certeza? – ele pergunta e eu concordo com a cabeça. – Bom, o Marcos foi solto ontem a noite e ele foi até a loja procurar por você. – Tody fala e meu coração acelera.

Eu sabia que o Marcos não ia ficar por muito tempo na cadeia, agora ele está atrás de mim, acho que ele ainda acha que eu fui o responsável pela prisão dele, só espero que eu tenha a oportunidade de saber onde meu pai está antes que ele tente me matar.

— Quem é Marcos? Do que vocês estão falando? – Ítalo pergunta.

Faço sinal para que Tody explique tudo para ele, enquanto eu penso no que fazer, depois que Tody termina de explicar toda a confusão entre mim e Marcos para Ítalo, o médico que veio no dia anterior aparece no quarto com os resultados dos meus exames, foi mas rápido do que eu esperava.

— Olá a todos. – ele nos cumprimenta. – Bom Vitor, os resultados dos seus exames foram ótimos, levando em conta seu vício, eu sinceramente recomendo que pare de imediato, pois terá problemas sérios. – ele fala de forma seria que chega a me assustar, também estou achando que está na hora de parar, mas a vontade de fumar é maior que a de parar.

— Isso quer dizer que eu posso ir pra casa? – pergunto e o médico suspira.

— Sim Vitor, mas você precisará tomar alguns remédios, isso te ajudará a controlar seus impulsos nervosos e a te manter longe dos cigarros por um tempo. – ele fala, me dando alguns papéis. – Mas o resto é com você. – ele concluí.

— Certo, irei tentar. – falo e ele concorda.

— Bom, isso é tudo, você está liberado para ir embora. – ele fala e sai.

Pego minhas roupas que usava quando fui trazido para o hospital e me troco, aquela roupa que me deram para vestir, parecia pijama de criança. Pego as receitas que o médico me deu e saímos do quarto, Ítalo se manteve calado a maior parte do tempo, acho que estava tentando entender o que Tody tinha lhe contado.

Ao chegarmos em casa vou direto para o quarto, deixando os dois na sala conversando, durmo um pouco, pois não dormir quase nada na noite passada e por sorte não tive nenhum pesadelo, como de costume, acordo com batidas na porta.

— Posso entrar? – Ítalo pergunta colocando só a cabeça para dentro do quarto.

— Pode. – falo e ele entra com um prato de comida na mão e um copo de suco na outra.

— Já passou da hora do almoço e como você não desceu, vim trazer pra você – ele fala, me sento na cama e pego o prato e o suco, colocando o suco no criado mudo ao lado da cama.

— Obrigado. – falo e ele senta na ponta da cama, parece encomendado com alguma coisa. – O que foi? – pergunto e ele olha para frente.

— Você não está ou estava com medo? – ele pergunta.

— Como assim? – respondo com outra pergunta, não entendi o que ele quis dizer.

— Ah, com tudo e se os resultados daqueles exames fossem negativos e você tivesse alguma doença grave? – ele fala. – E com o fato desse tal Marcos está atrás de você. O que você vai fazer? – ele pergunta.

— Não sei. – falo e coloco o prato junto ao copo de suco no criado mudo. – Estou com medo, mas se eu deixar ele me dominar não irei resolver nada. – falo sentando ao lado dele.

— É mas, se algo acontecer com você. – ele fala deixando a frase incompleta.

— O que você quer dizer com isso Ítalo? – pergunto. – Você não precisa se preocupar. – falo e ele me encara, é incrível, que apenas com ele consigo manter contato visual por mas de um minuto.

— É claro que vou me preocupar com você Vitor. – ele fala, mas parece querer dizer mas alguma coisa, pois abre e fecha a boca várias vezes.

— E por que você se preocupa tanto assim comigo? Mal nos conhecemos. – falo

— Por que eu gosto de você, eu estou completamente apaixonado por você desde a primeira vez que eu vi você. – ele fala me deixando totalmente sem palavras.

Eu desconfiava que ele sentia algo a mas por mim, mas parecia algo da minha cabeça, que não poderia ser verdade mas é, agora estou em um problemão, não que eu não goste dele, mas também não tenho certeza de que gosto e não desse jeito, talvez como amigo ou não, a única certeza que tenho agora é que isso veio pra me confundi mas ainda.

— Olha, eu... – começo a falar, mas ele me interrompe.

— Não precisa falar nada Vitor, sério. – ele fala e se levanta, eu também. – Eu sei que você não sente o mesmo, mas é bom botar isso pra fora, não se sinta pressionado, eu não vou tentar nada, ok?! – ele fala tudo rápido e de uma vez saindo do quarto logo em seguida.

Fico ali parado tentado entender todas aquelas palavras, tentando me entender e entender os meus sentimentos em relação ao Ítalo, o fato é que desde que o conheci, comecei a sentir sensações diferentes e é fato que ele mexe comigo, mas isso apenas me deixa mas confuso.

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