Pós Cotillion

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E lá estava a menina dos cabelos roxos pensando sobre tudo que tinha vivido nas últimas vinte quatro horas. Ela podia dizer que havia ido de cima a abaixo em apenas um dia, tinha ido de confusa para um enorme dragão, de dama da corte a vilã e heroína, de Ilha a Auradon, de preparação a um baile em sua homenagem para uma batalha com Uma, uma briga com namorado para declaração de amor, incertezas até a plenitude de que aquele era o seu lugar, foram muitas emoções para quem só queria respirar um pouco.

— Se pretende dar mais uma emoção espera até amanhã, porque estamos cansados

Evie pediu a amiga. A estilista que estava até o momento com o filho de Dunga foi em direção a borda do enorme barco para conversar com a amiga

—É, acho que foram muitas emoções para um dia.

Mal confessou se lembrando dos últimos acontecimentos.

— Com certeza. — Evie concordou rindo. — Então, já sorriu para todos os convidados? Foi educada e gentil como treinamos?

—Eu acho que nunca vi tanta princesa em um mesmo lugar. Mas, sim, fiz tudo que você disse.

Apenas pelo seu falar, Evie sabia que amiga estava cansada.

— Imagino, eu e os meninos estamos indo, você vem ?

— Sim, só tenho que me despedir do Ben.

Avisou olhando para o rei sorrindo para mais convidados do baile. 

— Ok, estamos te esperando

A filha de Malévola foi até onde o namorado estava conversando com algumas pessoas que ela julgava ser da realeza.

— Ben?

O chamou timidamente para não atrapalhar a conversa, contudo, como era esperando  ganhou a atenção imediata dele

— Oi.

O rei pediu licença ao duque com quem estava conversando e se virou para a namorada.

— Eu e os outros já estamos indo

— Agora.

— É, cumprimentei todo mundo já tem um tempo e eu sinceramente acho que o dia foi bem longo. 

Confessou segurando um bocejo.

— Verdade, acho que tem razão

Estava com os braços ao redor da cintura dela e observava cada detalhe de Mal.

—O que foi?

Questionou o rapaz de olhos brilhantes.

—Nada. — Benjamin a observa como se ela fosse a mais bela obra de arte. — Eu fiquei com medo de te perder hoje. — Confessou quase que em um sussurro, enquanto tirava uma mexa dos olhos dela. 

— Eu também.

Precisava que ele entendesse que deixá-lo não tinha sido uma decisão fácil.

—Me desculpa por ter ido atrás de você na Ilha.

Encostou sua testa na dela e fechou os olhos sentindo toda aquela sensação de alívio por ela estar ali. 

—Ben, já conversamos sobre isso, você não teve culpa de nada, se alguém tem que ter culpa de alguma coisa sou eu. Por minha causa você correu perigo.

Afastou-se dele e olhou severamente para ele. Não podia aceitar que  Ben carregasse qualquer tipo de culpa.

—Você estava confusa
Explicou agora entendendo o lado dela.

— Mas, se eu não tivesse ido embora, você não tinha sido capturado  

— E você então não teria  dito que me amava.

Sorriu amplamente para a garota que ficou rapidamente com as bochechas coradas.

—Você não estava enfeitiçado?
Perguntou com as sobrancelhas franzidas.

— O que foi ? Já sou experiente em ser enfeitiçado. — Observou ganhando uma risada alta dela. — Contudo, se não tivesse ouvido direito você repetiria? Só para ter...

— Eu te amo

Ouvir essas pequenas três palavras fazia o coração do menino bater mais rápido. Sabia que a amava desde sempre, por isso dizia com facilidade. Ele só não pensava que seria tão emocionante ouvi-la falar isso.

—Também te amo, minha Mal.

Selaram aquele lindo momento com um grande beijo que continuariam se não houvesse pessoas esperando ela era ir embora.

— Vocês vão demorar? Eu estou com sono

Eles olharam para a saída do barco e viram Carlos com Dude, que foi quem interrompeu o momento deles.

—Dude!

Carlos repreendeu o cachorro.

— Te vejo amanhã.

Bem avisou depositando um beijo na bochecha dela. 

— Até amanha Ben.

Ficou nas pontas dos pés e também beijou a bochecha dele.

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Como se não tivesse acontecido nada do dia anterior, os adolescentes acordaram cedo e normalmente foram para suas aulas.

—Como você fez aquilo ?

O filho de Cruella perguntou a amiga de cabelo púrpura. Eles estavam  junto aos outros dois VK’s. Como era de costume, eles estavam tomando café da manhã juntos.

Carlos havia perguntado Mal sobre a grande surpresa da noite anterior.

—Na verdade eu não sei. Estava com tanta raiva da Uma e não conseguia controlar essa raiva. Quando percebi  já estava você sabe, voando e cuspindo fogo.

Mal deu a única explicação que conseguia. 

—Por um minuto achei que era a sua mãe.

Evie se pronunciou

— Obrigado, eu acho.

Não sabia se isso era um elogio ou uma advertência.

—Lady Mal, a Fada Madrinha solicita a sua presença na sala dela.

Um homem vestido com vestes reais repassou o recado a Mal.

—Tudo bem. Obrigada por avisar. — Mal agradeceu e voltaria ao seu café, contudo naquele instante percebeu que o homem não tinha ido embora. — Eu tenho que ir lá agora?

— Sim Lady Mal.

— Então, acho vejo vocês depois.

Mal falou aos amigos que estavam rindo da situação.

Enquanto andava em direção a diretora da escola, Mal só pensava em conversar com Ben a respeito do título que recebeu.

—Apresento Lady...

Um  outro funcionário pegou uma placa de aviso e iria anunciar a chegada da garota na diretoria.

—Não precisa. — Ela interrompeu o funcionário não querendo ouvir seu nome ser gritado para todo o corredor. — Fada Madrinha, me chamou ?

— Mal! Entre.

A fada falou com seu entusiasmo diário.

— Está tudo bem?

Mal só conseguia pensar que algo de muito terrível deveria ter acontecido para a diretora ter chamado por ela, durante as aulas.

—Sim e você?

Puxou uma cadeira para a Lady sentar e ficou de frente para ela.

—Não sei, depois que me disser porque me chamou, talvez fique mais tranquila.

Respondeu sinceramente.

— Ah, sim. — Se a aluna dispensou toda gentileza que ela diria, só lhe restava ser sincera. — Mal minha querida, você sabe sobre nossa política sobre magia e  eu sei  entendo tudo o que você estava vivendo, porém  existe regras e pessoas que fazem com que elas sejam cumpridas. — Fada Madrinha perdeu seu tom de voz cordial e olhou severamente para a aluna. — Mal, o que quero saber é sobre aquele transformação.  Sempre foi capaz de fazer de se transformar? Foi sua mãe que te ensinou?

— Não, eu de verdade não fazia a menor ideia de que era capaz de fazer aquilo.

Mal respondeu rindo  nervosamente sobre a situação.

—E como se transformou?

— Não sei, quando vi já estava lá voando.

Era a única explicação que era capaz de oferecer.

—E como voltou a sua forma humana?

Fada Madrinha era conhecedora de muita magia, porém diante do que viu ontem, percebeu que havia muito que não sabia.

—Eu só quis estar humana de volta e quando fiz isso voltei.

— Entendo,  você não pretende voltar a se transformar, não é?

— Não, claro que não.

Mal entendia o medo dela. Como Evie lembrou mais cedo, um dragão voando só lembrava Malévola e agora mais do que antes seria difícil se desvencilhar a imagem de sua mãe.

— É ótimo ouvir isso. — Sorriu, ainda que não acreditando totalmente no que a adolescente estava falando. — Mal, quando aqui era permitido magia tínhamos alguns professores. Tenho contato com alguns, se quiser posso chamar um deles  para te ajudar a  controlar sua magia.

— Seria maravilhoso.

Mal saiu da sala sem entender muita coisa.

Fada Madrinha, por outro lado, agora  questionava a si mesma as consequências das coisas que estavam acontecendo em Auradon.

Uma certeza a grande bem feitora da Cinderela tinha, o que não era falado e havia sido escondido durante vinte anos estava prestes a vir a tona.
Debaixo desse pensamento assombroso ela pegou o telefone e ligou para alguém.

— Precisamos nos encontrar.

Ela falou com a outra pessoa do outro lado da ligação.

— O que houve?

— A Mal tem magia como ela.

Fada Madrinha avisou preocupada.

Descendants Dark TimesOnde histórias criam vida. Descubra agora