Capítulo 1

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GAEL WEST

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GAEL WEST

West! - atendi aquela ligação sem ou menos saber o que dali me esperava.

Eu não acreditei numa única palavra do que acabava de ouvir.

Não dava e nem queria, o que é bem diferente.

O meu coração estava apertado e tão pouco aquele aperto era repentino. Não sei, durante o dia havia sentido que alguma coisa não estava bem e não venham com histórias de que só as mulheres tem direito a sentir o lance do mau pressentimento, ou sei lá sexto sentido. Tudo o que sei, é que agora aquilo que achei estranho fazia todo o sentido.

Era por Olívia que eu estava me sentindo inquieto esse tempo todo.

Subitamente ao dar conta da amarga realidade, os meus olhos ficaram instintivamente carregados de um mar de lágrimas que tão pouco segurei.

O meu mundo acabava de  desabar.

A melhor parte de mim havia acabado de ser arrancada sem  que eu pudesse afirmar do contrário. A mulher da minha vida, a mãe dos  meus filhos, a luz dos meus dias, havia acabado de morrer e agora não sabia como lidar com essa triste realidade.

O que seria de mim sem a  minha Olívia de agora em diante?

O que seria do meu sorriso nada fácil, sem a sua jovialidade todos dias ao acordar?

O que seria das  minhas piadas humorísticas falhas, sem a sua risada contagiante?

Quem iria me  sacudir, quando estivesse sucumbindo em mais algum pesadelo com os traumas da minha fatídica infância?

Com quem iria partilhar minhas melodias melancólicas  nas longas madrugadas de volta do piano?

De que modo seriam os  meus dias daqui para a frente sem a presença da mulher que para mim era como o ar que respiro? Aquela a quem sempre achei ser única e perfeita para mim?

Quem iria pegar nossos filhos na escola sempre que  tomasse um furo na agenda super lotada?

Quem iria me esperar  para jantar em horas que não lembra a ninguém e que tão poucos nossos filhos já estariam  dormindo?

Quem iria fazer perguntas sobre meu dia-a-dia? Falar sobre projetos políticos, ou discutir a banalidade metrológica do dia seguinte?

Com quem iria procurar abrir meu coração e desabafar meus receios, ou alegrias?

Com quem mais eu irei  dizer porra de um simples eu te amo?

Quem meu Deus?

Porque injustamente me tiraram a Olívia?

Porquê?

Essa é a penitência por não honrar o pobre homem que fui?

Meus joelhos vacilaram e eu estava no chão do meu quarto. As lágrimas a essa hora já cobriam parte do meu rosto de barba rala, enquanto que as minhas mãos apertadas em punhos sulcavam o vazio cheio de raiva e incompreensão.

Herança do Amor - BOOK NOVA VERSÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora